sábado, 1 de outubro de 2011
Citações - 191 : Dos 100 dias
(...) No meio da confusão, não se distingue um objectivo, um método, um propósito. Cada um atira para onde lhe dá na gana ou trata do sarilho do dia. É escusado procurar uma ordem. E o Dr.Passos Coelho, com a sua suavidade e simpatia, não se explica e de quando em quando contribui mesmo para aumentar a confusão.
Os ministros, coitados, não ajudam. O ministro das Finanças, com o seu pequeno ar de contabilista melancólico, não chega a ninguém. O ministro da Economia, que escreveu um livro pedante e pueril, anunciando que, se o deixassem, iria rapidamente limpar a casa, desapareceu num mundo que ele não conhece. A sra. ministra da Justiça continua remota e misteriosa. E o sr. ministro Relvas, sem qualquer autoridade que o país reconheça, ocupa quase sozinho o palco, e gesticula e berra, provavelmente sem consequência. Em conjunto , o Governo, entre a súplica e a bravata, entre uma fé espúria no futuro da Pátria e ameaças de tragédia, não convence. Passos Coelho é um homem resoluto à procura do compromisso e da "unidade". E um homem hesitante à procura de firmeza e de respeito. É muito capaz de perder pelos dois lados.
- Vasco Pulido Valente, Os 100 dias, no PÚBLICO de ontem.
Se VPV não disesse mal é que começava ficar preocupado: estava a ficar xexé...
ResponderEliminarVai-me desculpar, LB, mas vou "geminar" no sítio do costume...
ResponderEliminarE cá vou eu no rasto...
ResponderEliminarFicou por dizer que concordo em grande medida com o diagnóstico do Vasco P.Valente. Há um problema de comunicação deste Governo, que peca por defeito quando o anterior pecava por excesso, que pode vir a ser muito prejudicial. Não basta impor e pedir sacrifícios, há que explicá-los bem.
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