quinta-feira, 20 de outubro de 2011

NE-83-59

Vivi sempre próximo de uma biblioteca mas houve um ano que estive no Pico, Açores, e, apesar de ter uma nas imediações, havia uma biblioteca itinerante da Gulbenkian à qual me associei.

Estas carrinhas Citroen premitiram que muitas crianças e adultos tivessem acesso a livros. No jardim da Fundação Calouste Gulbenkian pode visitar uma e trazer de lá uma reedição do Boletim Cultural VI série - Nº1- Janeiro de 1984 dedicado a Branquinho da Fonseca.






Biblioteca

É sempre tarde ou ainda cedo,
pois o momento é sempre morto...
E a minha força não tem medo,
mas adormeço e não me importo...

O templo existe mais vazio,
cheio de sombra e colunatas...
Olhei-o, entrei... gelei de frio...
passei... fugi... só li as datas...

Importuno e causal,
este romance começou
logo no fim, logo no meio...
E achando-o mau e sempre igual,
vai-me vivendo como sou,
e eu, folha a folha, só o leio ...

Branquinho da Fonseca, in Sinal nº 1.
Retitado do Boletim Cultural referido editado pela Fundação Calouste Gulbenkian, p.35.

1 comentário:

  1. Adorei este post Ana.
    A carrinha é muito bonita.
    Também desde os meus 6 anos que sempre frequentei a biblioteca que havia aqui perto da minha casa. Durante muitos anos lá ia buscar os livros que me faziam sonhar.
    Tenho alguns desses boletins.
    Esse deve ser bem interessante.
    Um beijinho

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