Lisboa: ed. do autor, 1969
Cada vez que sei que um ex-governante foi para nomeado para a administração de um Banco ou de uma grande empresa, lembrou-me deste livrinho de Raul Rêgo, sobre as relações entre a política e o poder económico nos anos do salazarismo e do marcelismo. E acho espantoso como ninguém ainda elencou essas pessoas e os cargos que vieram a ocupar, depois de terem estado nos governos. Saiu agora o livro de António Sérgio Azenha sobre quinze dessas figuras da actualidade.
Nas páginas reproduzidas do livro encontram-se os nomes de alguns antigos ministros, como Pinto Barbosa, Mota Veiga, Pedro Soares Martinez, Arantes e Oliveira, Frederico Ulrich, Franco Nogueira ou Teixeira Pinto.
Desconhecia esta obra de R.Rego, mas sabia da teia de interesses durante o Estado Novo entre os políticos e as empresas ( é interessante ver as correspondências de M.Caetano e Salazar onde estão provados os "pedidos" para ser nomeado para aqui e para ali ), mas se tal é próprio de regimes autoritários em democracia não devia sê-lo.
ResponderEliminarObviamente, não advogo que quem exerceu funções governativas esteja impedido de ir para o mundo empresarial, mas tem de existir um período de nojo e um regime de incompatibilidades rigoroso.
Ainda assim, há sempre subtilezas que ultrapassam a lei: foi o caso recente de Almerindo Marques, recém-saído da Estradas de Portugal que não foi para um concorrente directo, mas para um indirecto...
Muitíssimo a propósito, MR. Lembrei-me do livro (que tenho) quando li o poste de LB "Novidades - 203". Que prova que na 1ª República houve muitos homens honestos. Em relação aos ex-políticos, hoje, quantos estarão de mãos limpas?
ResponderEliminarConcordo com o que o Luís diz. Acho isto inadmíssivel em democracia.
ResponderEliminarMas há governantes e governantes.
Quanto a Almerindo Marques é um economista que sempre fez carreira, fora os períodos em que foi secretário de Estado da Administração Escolar (segundo me lembro, no tempo do Cardia), em que esteve na RTP e nas Estradas de Portugal, sempre fez a sua vida na Banca. Não me parece que tenha de ser penalizado por ter exercido funções públicas. É um caso diferente da maioria.
APS, pois é!
APS, o caso Afonso Costa, que gastou toda a sua fortuna na política, primeiro exercendo funções públicas e depois no exílio. Era um dos advogados mais bem pagos no final da Monarquia. Foi um dos primeiros a ter carro e viveu no primeiro prédio que teve elevador em Lisboa.
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