António Carvalho da Silva Porto, A Ceifa ( Lumiar ), 1884, óleo sobre madeira, Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves, Lisboa.
(...) Os votos piedosos de regresso aos campos por parte do mais alto magistrado da Nação não nos fazem esquecer que durante a década em que ele foi responsável pelo Executivo Portugal viveu como se a agricultura fosse uma actividade económica dispensável. Quem conheça os solos portugueses sabe que dificilmente poderíamos ser autónomos do ponto de vista alimentar. Mas temos todas as condições para produzir mais para o mercado interno, e para proteger zelosamente, em especial nas zonas periurbanas, os solos da Reserva Agrícola Nacional. Trata-se de um imperativo ecológico e estratégico. Agora, se o sonho europeu se desmoronar num pesadelo, Portugal não tem plano de emergência para substituir as importações agrícolas. O País terá de se agarrar a Espanha, não pelos ideias de um iberismo federalista, mas, simplesmente, para não morrer à fome.
Este é o último parágrafo do texto A cidade e as serras de Viriato Soromenho Marques, publicado na Visão desta semana e que vale a pena ler na íntegra.
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