Onda e amor, onde amor, ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
Às almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N´água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens,
suas verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungido,
uma fogueira a arder no dia findo
Carlos Drummond de Andrade
(Declaração de Amor, 4.ª ed, Rio de Janeiro, Record, 2006)
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
Às almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N´água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens,
suas verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungido,
uma fogueira a arder no dia findo
Carlos Drummond de Andrade
(Declaração de Amor, 4.ª ed, Rio de Janeiro, Record, 2006)
Uma belíssima escolha!
ResponderEliminarNão nos cansamos de o ler. Sempre novo.
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