Por vezes não temos tempo, nem para viver. Outras vezes desperdiçamos tempo, pelas esquinas. Hoje, neste dia, nesta semana, neste mês, sem tempo, vi dizer olá aos meus amigos. Procurava um trabalho de Ricardo Jorge e veio parar às minhas mãos esta linda carta de Carolina Michaëlis, escrita do Porto, a 27 de Junho de 1916, a Ricardo Jorge.
É preciosa porque nos permite identificar os autores das pequenas ilustrações, desenhadas (?) ou gravadas (?) (pela carta devem ser desenhadas), que aparecem no papel-de-carta de Carolina.
Ricardo Jorge pensou que o que recebera, numa carta anterior, assinado com M, seria dela (Michaëlis). Agradeçe... Carolina apressa-se em nome da verdade a contar a história:
Como sempre e em tudo tenho honrado a verdade, devo desilusionar V. Ex.ª. São os meus netinhos que pintam bonitos para a vóvó para ensaiarem a mão. M é Manuel. E é Ernesto – e o mestre é o meu filho que os ensina, Assim Como eu o ensinei em pequeno. Nunca fazem presentes, de Natal ou para dia de anos, que não sejam obra realmente deles: pintando, cantando, dansando [sic], representando, etc etc etc etc.
Mas destes dias que vivemos, "Sem Tempo", nem o papel de carta ficará! O telefone primeiro, o telemóvel e a Net depois, acabaram com o telegrama, com o recado escrito, com a mensagem, com as cartas. Como se documentará, amanhã, a vida privada deste século. O virtual apaga tudo!
Bem interessante!
ResponderEliminarSaído da clandestinidade, Jad?...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQue letra! :)
ResponderEliminar