O Parlatório
Ficheiros, oeganizados por temas e organizações: por exemplo, comunistas, maoistas, socialistas; PCP, FAP, etc.
Algumas das vítimas: Acácio Tomás de Aquino, Edmundo Pedro, general Sousa Dias, Fernanda Paiva Tomás, Álvaro Cunhal, Fernando Oneto, Agostinho Neto, Francisco Horta Catarino, ...
Outras vítimas Dias Lourenço, José de Sousa Coelho, Hermínio da Palma Inácio, general Marques Godinho, Horácio Faustino, José Luís Saldanha Sanches.
Os curros ou gavetas
«"Feitos à medida de um homem estendido ao comprido" e parecendo "sarcógafos", segundo o preso Lino Lima, os "curros" ou "gavetas" eram 13 pequenas celas de "solitária", situadas no 2.º andar do Aljube, pomposamente apelidado de "Sala 2" pelos carcereiros. Cada uma tinha cerca de um metro de largura, com catres basculantes que, quando estavam baixados, girando numas dobradiças, não possibilitavam ao preso passear.
«No final dos anos quarenta, ao chegar ao Aljube, o advogado Lino Lima foi informado pelo guarda prisional "Matateu", que poderia ficar nos "quartos", onde tinha "direito a lençóis e a ver o Tejo, pagando só dez escudos por dia". O preso recem-chegado disse-lhe que não ia pagar para estar preso e foi então levado para a Sala 2A, de pouca luz, com uma janela, gradeada e coberta por uma rede fina, que dava para o "Beco do Aljube". As camas ou "bailiques estavam presos à parede por dobradiças colocadas nas cabeceiras que, quando à noite se desciam e assentavam no chão, deixavam ver uma enxerga e duas mantas". Era para essa cela e outras colectivas - por exemplo a "Sala 3" -, com diversas camas que, após a fase de interrogatório, os presos eram habitualmente removidos, após o período de interrogatórios e de isolamento, sem aquecimento, nem assistência médica e com péssima alimentação: ao pequeno-almoço, café e pão; ao almoço, sopa e carne ou peixe, muitas vezes deteriorados.» (p. 211 do catálogo)
«1960: Sob prisão, fui conduzido para a esquadra de Arroios, onde apareceu daí a pouco Acácio Gouveia, acompanhado de vários amigos, gritando que tambem se considerava preso, porque tinha feito o mesmo que eu. [...] Passadas algumas horas, fui transferido, evidentemente, para a PIDE e daí, depois de um pequeno interogatório simbólico, para o Aljube, onde pela primeira vez conheci os célebres curros de má memória. [...] Foi uma simples advertência amável, no começo dos anos sessenta, que para mim seriam particularmente movimentados, com o objectivo de não me deixar esquecer mais o cinquentenário da República.» (Mário Soares, p. 212)
Fui ao Aljube às 15h30 para ver a exposição e estava fechada. Ontem tinha ido ao site, que informava que encerraria às 18h00 de hoje. Continuamos na mesma. :(
ResponderEliminarBom Ano para todos!
Peço desculpa, Miss Tolstoi, mas na terça ou quarta, quando fui ver a expo, disseram-me que acabava no sábado.
ResponderEliminarEsta mania que os serviços públicos têm de encerrar de um dia para o outro.
Os dias de encerramento deviam ser anunciados no princípio do ano para o ano inteiro. Não percebo qual é o problema em estabelecerem esse calendário no início do ano.
No sábado, às 18h00.
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