sábado, 2 de abril de 2011

Quotidianos - 63


William St. John Harper (1851-1910) - Children's hour, 1886

E porque não ler este livro?

Porto: Civilização, 2011
€11,50
«Eram três porquinhos redondos e cor-de-rosa. Tão lindos! Mas infelizmente porquinhos mais porcos não havia. Faziam chichi no chão, entornavam sopa na cama, largavam bolotas pela sala e, quando os mandavam tomar banho, chafurdavam na lama.
«Naquela casa não se podia com o mau cheiro nem com as moscas varejeiras, que pousavam no lixo que eles traziam para brincar.»
Assim começa o novo livro de Luísa Ducla Soares, uma versão libérrima da história tradicional homónima.

PENSAMENTO(S) - 164

Alexander Kucharsky, Olympe de Gouges, pastel, col.part.


Nous avons le droit de monter à la tribune, puisque nous avons celui de monter à l'échafaud.

- Olympe de Gouges ( 1748-1793, nascida Marie Gouze )

A frase célebre ( e premonitória ) desta feminista, jornalista, escritora e dramaturga que assim reclamava o direito das mulheres participarem da vida política nos anos conturbados da Revolução Francesa. Os seus camaradas revolucionários, e quase todos muito misóginos, preferiram dar-lhe o segundo direito: foi guilhotinada em 1793, já que não desistia de lutar pelos direitos das mulheres.
Temos visto coisas parecidas com a Revolução Iraniana de 1979 e outras, e espero que não venha a suceder o mesmo no Magrebe em vias de democratização.

Amanhã, em Alcobaça

Decorre no Mosteiro a abertura das comemorações da Trasladação de Inês de Castro de Coimbra para Alcobaça, a partir das 15h com exibição de um documentário e um debate.

"Quem pode suportar esta realidade?"

A minha admiração pelo povo japonês não cessa de aumentar. Eis aqui uma citação de um dos 300 "Samurais", como foram apelidados, que nos fazem reflectir. Enquanto a guerra no Médio Oriente avança, no Japão um conjunto de homens morre lentamente para salvar o seu povo. As idiossincrasias humanas!

Citação retirada do telejornal da RTP1 (20 horas, 1/4/2011)


" Correio interno "


Acompanhado pelo Banquete da Guarda Cívica de Amsterdão ( Cornelis Anthonisz, 1533, Museu Histórico de Amsterdão ), comunico que fica então definido o dia 30 de Abril de 2011 para a realização do almoço comemorativo do 3º Aniversário do Prosimetron.
Fico a aguardar as vossas sugestões de local, preferencialmente digo eu ( e creio que não estou desacompanhado ) al fresco e à beira-mar: Oeiras, Cascais, Sesimbra, Ericeira etc.

Frutas para M.R.

Raoul Dufy, Coupe de fruits,  1908, óleo sobre tela.

A ver se a nossa M.R. nos dá mais umas frutas.

Humor pela manhã... - 10



Uma manhã que já vai para a tarde, mas como é sábado... É o Baile de Verão/Aniversário do Facebook pelo grande José Malhoa.

Andersen em Lisboa


Lisboa. Entrada do Passeio Público do Rossio meados do séc. XIX
Litografia, ca 1850
http://purl.pt/93/1/iconografia/primo_basilio/e1689p_fic.html
«Por todas as descrições de Lisboa com que deparei, formara para mim próprio uma imagem desta cidade mas a realidade foi bem outra, mais luminosa e bela. Fui obrigado a exclamar: - Onde estão as ruas sujas que vira descritas, as carcaças abandonadas, os cães ferozes e as figuras de miseráveis das possessões africanas que, de barbas brancas e pele tisnada, com nauseantes doenças, por aqui se deviam arrastar? Nada disso vi e quando dessas coisas falei, responderam-me que correspondiam a uma época de há trinta anos, de que muitas pessoas se lembravam perfeitamente. As ruas são agora largas e limpas; as casas confortáveis, com as paredes cobertas por azulejos brilhantes de desenhos azuis sobre branco; as portas e janelas de sacada sáo pintadas a verde ou vermelho, duas cores que se vêem por toda a parte, mesmo nos barris dos aaguadeiros. O passeio público, um jardim longo e estreito no meio da cidade, é à noite iluminado a gás e aí se ouvem concertos. As árvores em flor desprendem um perfume bastante forte; é como se estivéssemos numa loja de especiarias ou numa confeitaria que preparasse e servisse gelados de baunilha.»
H. C. Andersen
In: Uma visita a Portugal em 1866 / trad. Silva Duarte. Lisboa: O Independente, 2001, p. 36

Umas frésias...


... e umas rosas.
Bom dia!

H. C. Andersen, 1847

«A minha vida é uma bela história, rica e feliz.»
Hans Christian Andersen (1805-1875)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Expressões populares e sua origem

Erro crasso Significado: erro grosseiro Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato, o poder dos generais que era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos coexistiam Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as tácticas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os Partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, e o general que liderava as tropas romanas foi um dos primeiros a cair. Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um erro crasso. Do tempo da Maria Cachucha Significado: Muito antigo Origem: A cachucha era uma dança espanhola que este em voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (séc. XIX) resultou da adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante trocista. Lágrimas de crocodilo Significado: Choro fingido Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, chora enquanto devora a vítima.

A minha última aquisição


Magritte - L'aimant, 1941 [i. é Dalí - O ovo ]
O post foi emendado às 16h50, devido a um comentário da Ana. Obrigada, Ana! Fui ver como era O ovo de Dalí. E eis que o quadro estava mal atribuído de onde o retirei. É o que dão 'compras' apressadas em leilões na net. Já me tinha acontecido com livros. :) Afinal o quadro 'adquirido' é este. (Ou terá sido O Ovo de Dalí?)

Magritte - L'aimant, 1941

A arte do retrato - 26

Kuzma Petrov-Vodkin ( 1878-1939 ), Retrato de Anna Akhmatova, 1922, óleo sobre tela, Museu Nacional Russo, São Petersburgo.

Retrato que aqui aparece sugerido pelo post de ontem de M.R. .

Salvos, por agora


Terão sido estes países, e os amigos são para estas horas, os principais tomadores do leilão extraordinário de dívida pública portuguesa feito esta manhã e que garantiu 1645 milhões de euros. Estão garantidos, pois, os vencimentos dos servidores do Estado nos próximos meses. Depois se verá...
Simultaneamente, o cada vez mais politiqueiro Ministro das Finanças foi desmentido pela Comissão Europeia: se o Governo português pedir, a ajuda virá do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Teixeira dos Santos e Sócrates estão no grau zero do sentido de Estado.

Acto de contrição

Soube de fonte segura que o Primeiro-Engenheiro vai hoje pedir desculpas formalmente aos portugueses, pelas mentiras, meias verdades e ilusões dos últimos 6 anos. Amanhã, vai para a China aprender artes marciais com um primo que está por lá.

Humor pela manhã... - 9

O videoclip mais surreal da música portuguesa, sobre uma letra de Tuxa, e realizado na Casa D' Este Senhor.

April Fools'Day



Duas pinturas de Norman Rockwell para o April Fools'Day, de respectivamente 1943 e 1948.

Elegâncias - 52

Estas malas estão na montra de uma loja na Rua de Santa Justa. Parecia a montra dos horrores. :)

Uma papoila!

Papoila do campo, uma flor que é um hino à alegria!


Nasce aqui e acolá ao sabor do vento e dos pássaros.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Boa noite!


Alla Bayanova (1914-), talvez a maior cantora russa, canta um poema de Anna Akhmatova.


«A eternidade é longa, sobretudo no fim.»
Woody Allen

A crise chegou à Cinemateca


Devido às restrições orçamentais, as sessões das 19h30 e 22h00 foram suspensas, na 2.ª quizena de Março. Pelo que vi, continuarão suspensas por Abril...


Em maré de flores


Ângelo de Sousa (1938-2011) - Desenho, 1975

Acolhimento

No mesmo dia em que perdeu o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros que fugiu para Londres, Muammar Khadafi teve uma boa notícia: o Uganda ofereceu-lhe asilo político. Antes o Uganda do que vê-lo outra vez de tenda montada em S.Julião da Barra...

VISÃO


É a melhor revista portuguesa de informação geral e faz 18 anos. Parabéns!

Manhãs gloriosas - 1


Do filme Manhãs gloriosas.
Bom dia!

Auto-retrato(s) - 95

Josef Karl Radler ( 1844-1917 ), Homem queres esclarecer-te? Pensa num slogan novo todas as manhãs ( Auto-retrato ), 1917, aguarela.

Acho fantástico o título desta tela de Radler, que começou a vida como pintor de porcelana e uma pacata vida familiar até "variar" e ficar obcecado com tribunais e julgamentos o que levou ao seu internamento psiquiátrico desde 1893 até à sua morte. E foi nos hospitais psiquiátricos que começou a pintar as centenas de aguarelas que hoje estão dispersas por museus e colecções particulares.

Preocupado e assustado!

Diga à gente, diga à gente, como vai o nosso País: Índice Bloomberg.

Bach

"When the angels play for God they play Bach: to each other, they play Mozart."
Isaiah Berlin


quarta-feira, 30 de março de 2011

Rosas selvagens


Van Gogh - Wild roses

Nick Cave & Kylie Minogue - Where the wild roses grow

Violetas da cidade.


Entre as pedras da "calçada à portuguesa", nas que ainda são feitas com terra e não com cimento, aparecem, de vez em quando, ervas e pequenas flores, especialmente naquelas zonas que são menos pisadas.
Fui surpreendido com estas minúsculas violetas de cidade. Estão lindas, no passeio da minha casa.
Começa a Primavera!

A arte do retrato - 25

Goste-se muito ou pouco da Presidenta, que é que como ela gosta de ser chamada, é no mínimo oportuno este retrato com que travei conhecimento na edição de ontem do jornal Metro que passo a citar: " (...) a já famosa obra do brasileiro Sidney Matias. Aquando da histórica eleição de Dilma para o Planalto, o artista de Campinas ofereceu à lider brasileira um quadro de estilo naif retratando Rousseff rodeada de vários elementos que compõem o Brasil de hoje, desde o Cristo Redentor do Rio, aos arranha-céus de São Paulo, passando pelas várias raças  que compõem o país. "

Poemas - 34



A Caminho do Corvo, de Vitorino Nemésio, dito por Vasco Pereira da Costa.

Biografias, autobiografias e afins - 98

A historiadora e jornalista Diane Ducret escreveu sobre as mulheres dos grandes ditadores do século passado, e o nosso António de Oliveira também lá está. Já vi este volume, uma edição da Perrin, à venda por cá.

Um quadro por dia - 149

Nicholas de Largillierre (1656-1746), Portrait de Madame Claude-Joseph Geoffroy sur fond de paysage, 1725, óleo sobre tela, 139,5x107,5cm, col.part.

Ao ouvir a notícia esta manhã na TSF da morte de Ângelo de Sousa, pensei numa tela dele naturalmente mas a nossa M.R. evocou-o e bem. Assim, optei por um dos 400 desenhos e telas que foram ontem e hoje ( é o caso desta ) à praça na casa Aguttes, entre os 700 lotes provenientes da colecção Thierry e Christine de Chirée. E é um belo retrato da também inteligente mulher do célebre botânico e químico francês.

Livros de cozinha - 45


Há dias um amigo ofereceu-me um livro intitulado A rainha das cosinheiras*, de Branca Miraflor. Pensava eu que não o conhecia, mas afinal o livro é uma colecção de alguns dos folhetos da Colecção Doméstica, editada pela Livraria Barateira, nos anos 40-50 do século XX. Alguns destes folhetos, pelo menos, tiveram várias edições. Juntando os folhetos soltos e os coligidos n’A rainha das cosinheiras, agora conheço: 150 maneiras de cozinhar carne (n.º 1); 150 maneiras de cozinhar legumes; 200 maneiras de cozinhar peixe (n.º 2); 120 maneiras de fazer doces, pudins e bolos secos (n.º 3); 160 maneiras de fazer sopas (n.º 4); 150 maneiras económicas de cozinhar legumes (n.º 5); Diferentes maneiras de cozinhar mariscos e 157 receitas uteis a todas as cosinheiras e donas de casa (n.º 7); O mel e as suas aplicações na confecção de dôces, bôlos, fritos, rebuçados, licores, xaropes, etc: 200 receitas fáceis e experimentadas (n.º 20); 200 receitas para aproveitar os restos de comida (n.º 23). Quem foi Branca Miraflor, ou Branca de Miraflor? Possivelmente algum pseudónimo. Voltarei a estes folhetos, para apresentar algo do seu interior.

* Foi aqui apresentado pelo Jad, em 13 de Março.

O que uma mulher sofria para estudar


Estava eu a ler La literatura portuguesa en el siglo XIX, estudo literário de D. António Romero Ortiz (Madrid, 1869), quando descobri que Públia Hortênsia de Castro (Vila Viçosa, 1548 – Évora, 1595), uma das figuras femininas de Humanismo português, para sossegar à sua ânsia de aprender se disfarçou de homem assistindo, nessa qualidade, às aulas na Universidade de Coimbra e talvez mesmo, anteriormente, na de Évora.
O mesmo veio a acontecer, no século XVII, com a poetisa sevilhana Doña Feliciana Enriquez de Guzman que “estudió en Salamanca en trage de hombre” (p. 64), imitando ambas as pisadas da Papisa Joana.

A este propósito recorda o autor o Romance medieval:
Juana había por nombre
Una varonil mujer,
La cual en hábitos de hombre
Se puso por más saber,
Llamándose Juan: en letras
Fue infinito trascender
Porque en la ciudad de Atenas
Estudió con su saber.
Aprendió, y supo tanto,
Que vino a Roma à tener
Cátedra donde enseñaba
Muy contenta á su placer,
Y en las públicas disputas
A todos iba á vencer.
Fue de tanta estimación,
Que fue tenida á su ser
Por el más sabio varón
Que Roma pudo tener.
.....
Fue elegida del Concilio
Por Papa acuesta mujer.
....
Y estando puesta en el Trono
Sin castidad mantener
Con un esclavo se echaba
Secreta á más no poder
....
Do cancionero chamado Flor de enamorados
compilado por Juan de Linares, Barcelona, 1573

Homenagem a dois génios da pintura!

Goya e Van Gogh nasceram no mesmo dia, 30 de Março, o primeiro, em 1746, em Saragoça, e o segundo em Zundert, Holanda, em 1853. Pertencem a duas escolas diferentes, separam-nos tempos diferentes mas ambos mostraram a beleza da sua arte. A minha homenagem a estes dois pintores que tanto me agradam.


Goya, Portrait of Antonia Zárate. c. 1805.


Oil on canvas, 103.5 x 81.9 cm. National Gallery of Ireland, Dublin, Ireland

Vicent Van Gogh, Head of an Angel, after Rembrandt

Saint-Rémy, France: September, 1889

Oil On Canvas 64 x 54 cms ,Location unknown

«Os Quatro Vintes»


Jaime Isidoro e Os Quatro Vintes: Armando Alves, José Rodrigues, Jorge Pinheiro e Ângelo de Sousa.
http://avozdegaia.wordpress.com/2008/07/page/2/


Fernando Pernes, José-Augusto França, Eugénio de Andrade - Os Quatro Vintes: Ângelo de Sousa, Armando Alves, Jorge Pinheiro, José Rodrigues. Porto: Modo de Ler, 2008 €25,00 
Este livro foi inicialmente editado pela Oiro do Dia (Porto), em 1985.

Grupo formado, entre 1968 e 1972, por Ângelo de Sousa, Armando Alves, Jorge Pinheiro e José Rodrigues. O nome advém-lhes da classificação de curso, na Escola de Belas Artes do Porto. Os Quatro Vintes expuseram na Galeria Alvarez e na Árvore, no Porto, em 1968; na Sociedade Nacional de Balas Artes, em Lisboa, em 1969; na Galerie Jacques Desbrière, em Paris, em 1970; e na Galeria Zen, no Porto, em 1971.

Ângelo de Sousa (1938-2011) - Desenho.

Armando Alves (1935-) - Sem título
Serigrafia

Jorge Pinheiro (1931-) - O corvo
Óleo sobre tela, 1989 
Col. particular

José Rodrigues (1936-) - Eugénio de Andrade
Escultura

Em português - 92 : Mísia



É o dia dela: recebe as insígnias de Oficial da Ordem das Artes e das Letras da República Francesa.

Ângelo de Sousa (1938-2011)


Soube há pouco pelo Arpose da morte de Ângelo de Sousa, um pintor de que gosto muito. Não me perguntem porquê.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9EET5cwlfEEH40Ts0iHNYZtLqvhCxqIonkUMedFGVSLb6Jf22C2cPGcA6EbEMNwfjElHutCccLuf3b-ggWcRavmB4tp-9Wm_512XeQ-hngYULtIgaKnpKC6N2Rb5otoho5LG4MFGAcxc/s1600/angelo+sousa-3015.jpg
Um aspecto da exposição de Ângelo de Sousa, no Espaço Gesto, Porto, em Fev. 2011.