sábado, 14 de maio de 2011

Boa noite!


André Cardinal Destouches (1672-1749) - Le Carnaval et la Folie
Comédia-bailado, em quatro actos, com libreto de Antoine Houdar de la Motte, inspirado pelo Elogio da loucura, de Erasmo. Esta nooite no CCB.

O Têpluquê

 
O Têpluquê e outras histórias. 2.ª ed. aumentada. Porto: Afrontamento, 1995
Il. de José de Guimarães.

 

O Têpluquê e outras histórias. [Outra ed.]. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006
Il. de Bárbara Assis Pacheco.

http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_la_fichaLivro&id=613

A Trieste de Magris - 4

Nesta exposição sobre Magris encontrei um pintor que desconhecia: Vito Timmel. Aqui fica.

Vito Timmel (1886-1949) - Auto-retrato
Óleo sobre tela, 1910
Trieste, Civico Museo Revoltella
Vito Timmel - Fochi, 1925
«Pelo S. Matias, noites iguais aos dias.»

«Em dia de S. Matias começam as enxertias.»

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A um Jovem Poeta, Manuel António Pina






A um Jovem Poeta

Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser

que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças

como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.

Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.

Manuel António Pina, in Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança, daqui

Frutas - 47


Paul Cezanne - Cerejas e pêssegos
Óleo sobre tela, 1883-1887
Los Angeles County Museum of Art

As primeiras do ano. Boas. De Resende, de acordo com a embalagem de onde as tirei.

A Trieste de Magris - 3

Esta sala da exposição era dedicada à Casa: uma olhadela pela vida e pela obra de Claudio Magris, e por alguns dos seus objectos de uso quotidiano. Magris foi casado com a escritora Marisa Madieri (Fiume, 1938-Trieste, 1996).

Nesta parede encontram-se capas de algumas das obras de Magris. Por baixo de cada livro, um bloco com um excerto de cada um dos livros referidos em cima. E cada visitante pode tirar uma folha do bloco para ler.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Poemas - 44



Annabel Lee, de Poe, lido por Marianne Faithful.

Lá fora - 111 : Courbet campestre...


Gustave Courbet, Les Amoureux de la campagne, 1873, óleo sobre tela, 65x81cm, Musée Gustave Courbet, Ornans.

É o Courbet paisagista, amante da natureza ( caçador, grande nadador, caminhante ), que está patente na Fondation Mona Bismarck em Paris. São paisagens francesas, mas também alemãs e suiças, que estão retratadas nestas telas e desenhos que renderam bastante a Courbet e sustentavam o seu dia-a-dia, em contraposição às telas mais escandalosas, proibidas ou escondidas...

Gustave Courbet- L' amour de la nature, Fondation Mona Bismarck, 34, Avenue de New York, Paris.
Até 4 de Junho. Mais info: http://www.monabismarck.org/

PENSAMENTO(S) - 174


L' art est l'expression d'une époque, d'une civilisation, (...) le meilleur témoignage que l'homme- et aussi une nation- puisse donner de sa dignité.

- Georges Pompidou ( 1911-1974 )

Auto-retrato(s) - 112

Dante Gabriel Rossetti - Auto-retrato, 1847

No dia do seu nascimento.

Fior di Maggio

Oh! May sits crowned with hawthorn-flower,
And is Love's month, they say;
And Love's the fruit that is ripened best
By ladies' eyes in May.
 
Dante Gabriel Rossetti

O sol de Maio, em Tomar

Sobre Tomar, dizia Fernando Lopes-Graça: «O monumento completa a paisagem; a paisagem é o quadro digno do monumento; e a luz é o elemento transfigurador e glorificador da união quase consubstancial da Natureza com a Arte.»
Ao entardecer, vista do Castelo dos Templários
Mouchão Parque, Tomar
Fernando Lopes-Graça (direita) e Fernando Araújo (Nini, esquerda) Ferreira, uma homenagem em Tomar, no Parque, da cidade onde nasceram.
Detalhe

Barcelona: Avinguda Mistral

Esta avenida de Barcelona leva o nome do poeta provençal Frédéric Mistral (1830-1914), Nobel da Literatura em 1904.
Quatro ou cinco destas construções estão na placa central da avenida com excertos de poemas de Frédéric Mistral, de que deixo aqui um lindo poema traduzido em castelhano:

ANDA QUE TE ANDARÁS A TU PAÍS VOLVERÁS

Puedes rodar por países lejanos
Y de Alemania hasta Italia correr;
Puedes rodar por países lejanos,
Lo que no has visto, por ansia de ver.
Pero país más alegre que el tuyo
No lo has de ver, labrador provenzal,
Porque país más alegre que el tuyo
Ni en montes ni en valles se ha visto jamás.

Puedes vagar más allá de tus landas
Y monumentos grandiosos buscar;
Puedes vagar más allá de tus landas:
Otros como éstos no habrás de encontrar.
Teatro, circo, murallas de imperio,
Palacios de papa, castillo real,
Arcos triunfales, soberbio acueducto...
En ningún sitio verás fausto tal.

Puedes correr a la tierra de Grecia,
En donde el Pindo se yergue en la luz;
Puedes correr a la tierra de Grecia,
En donde el cénit está siempre azul.
Pero sus costas cubiertas de rocas
Que el sol matiza de vivo color,
Pero sus costas radiantes y azules
Contemplar puedes aquí a tu sabor.

Puedes viajar por los pueblos modernos
Y los exóticos platos probar;
Puedes viajar por los pueblos modernos:
Recordarás con nostalgia tu hogar.
Recordarás las legumbres humildes.
La buena sopa que humea en el llar;
Recordarás las legumbres humildes
Y el vino aquel de la vid paternal.

Puedes mirar la gentil parisina
Y de Castilla y de Italia la prez
De la belleza, que en esos países
Espléndidamente se ve florecer.
Pero la noble hermosura arlesiana,
Las perlas finas del nido de Arles,
La donosura sin par de tu patria
Ya no verás en ninguna mujer.

Cinenovidades - 186 : La Piel que habito



Com estreia no Festival de Cannes, que começou ontem, aqui fica o trailer do mais recente filme de Pedro Almodóvar, adaptação do romance La Mygale de Thierry Jonquet.

Sidsel Endresen - Try



A norueguesa Sidsel Endresen, uma das vozes mais importantes do jazz escandinavo.

Números - 53

200.000

A Amnistia Internacional voltou a alertar para a situação dos presos políticos norte-coreanos, cujo número, o que está supra, é crescente e quase sempre inclui as famílias dos "criminosos" propriamente ditos.
As imagens de satélite vão mostrando que não páram de crescer as prisões do país, e os relatos de alguns guardas e presos que conseguiram fugir do país dão conta das terríveis condições de fome e maus tratos a que são sujeitos os reclusos.

Lorca

Estive, com outros 2 prosimetronistas, há uns meses nesta cidade de Lorca ( Com.de Múrcia ) e embora não tenha sido possível ver muito, ainda lá almoçámos e lembro-me perfeitamente de ser uma densa malha urbana. Fiquei, pois, ontem impressionado com os dois terramotos que causaram uma dezena de mortos e vários feridos, bem como danos consideráveis. A pior catástrofe sísmica espanhola dos últimos 50 anos.
A foto, impressionante, é da Efe.

A Trieste de Magris - 2

Nesta parede, três quadros de Giovanni Pagliarini (1809-1878) - Homem comendo massa e feijões, Camponês húngaro fumando tabaco e Pescador de ostras, todos óleos sobre tela, ca 1850, e pertencentes ao Museu Cívico Sartorio, deTrieste.
Uma referência a Jan Morris e à sua passagem por Trieste, que deu origem ao livro Trieste and the meaning of nowhere, do qual retirei esta citação: «The Europe of my dreams had never existed, above all because of nationality. If race is a fraud, as I often think in Trieste, then nationality is a cruel pretence. There is nothing organic to it. As the tangled history of this place shows, it is disposable. You can change your nationality by the stroke of a notary’s pen…or find your nationality altered for you, overnight, by statesmen far away.»



Nesta outra parede, da esquerda para a direita:
Giuseppe Tominz (1790-1866) - Filipe Amadeu, Drago (Carlo) Popovich e Dr. Giovanni Gregorio Petrovich, todos óleos sobre tela, ca 1830, e pertencentes ao Museu Cívico Revoltella, de Trieste.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A nossa vinheta

Evocando Salvador Dalí que nasceu a 11 de Maio de 1904 em Figueres, na Catalunha.
Dalí é um pintor, um escritor, um desenhador, um escultor e um realizador (nesta última vertente alguns devaneios) que considero dos mais excêntricos do movimento surrealista.


Salvador Dalí, detalhe de Dali at the age at six




Dali at the Age of Six, when he Thought he was a Girl, Lifting the Skin of the Water to see a Dog Sleeping in the Shade of the Sea, 1950.




Oil on canvas, 80 x 99 cm, Comte Francois de Vallombreuse Collection, Paris

Gosto muito desta pintura por causa dos tons suaves, da transparência da água e por retratar a idade da inocência.

Joseph Cotten (1905-1994)

Um dos actores de que mais gosto faria hoje 106 anos.
1949
1949
1948
1949
1950
1942

Em português - 108 : Ná Ozzeti



A cantora e compositora brasileira Ná Ozzeti com Adeus Batucada.

A arte do retrato - 30

Este retrato de Tolstoi, pintado por Ilya Repin em 1887 e que se encontra na Galeria Tretiakov de Moscovo, apresenta-nos o grande escritor quase como um profeta do Antigo Testamento ou um eremita dos alvores do Cristianismo.
Neste ano de 1887, o conde Tolstoi é um escritor consagrado, com obras primas lidas e relidas ( Guerra e Paz, Anna Karenina ), mas é também um homem angustiado que irá viver ainda mais 23 anos bem preenchidos: no ano seguinte, nasce o seu 6º filho, Ivan, que morrerá 7 anos depois, e nas décadas seguintes irão ser escritos e publicados livros importantes- Sonata a Kreutzer, Ressurreição, Crítica da Teologia Dogmática e uma série de ensaios ,sendo que Tolstoi ainda consegue a "proeza" de ser excomungado pelo Santo Sínodo em 1901.
Nunca cessou também a sua correspondência com admiradores de todo o mundo, como por exemplo com um jovem advogado hindú chamado Gandhi com quem se corresponde de 1909 até à sua morte, e com quem partilhou as suas convicções de não violência e resistência passiva; nem cessou também a sua intervenção cívica, como durante a Grande Fome de 1891-92 onde criou, auxiliado pelas suas filhas, centenas de postos de distribuição de alimentação.

Parabéns a Manuel Alegre

Fotos: Barcelona, 8 maio 2011
nos seus 75 anos.

E sobre a página
 imensidão do
branco.

É o último
país
por viajar.

Palavras
miragens
este é o reino:

quarenta anos
errar
pelo deserto.

E só então a rosa.

Manuel Alegre
In: 30 anos de poesia. Lisboa: Dom Quixote, 1995, p. 525