sábado, 24 de setembro de 2011

Boa noite!


Adoro esta canção!
David Gilmour, dos Pink Floyd, no solo de guitarra.

Citações - 189


(...) E eis um projeto possível: não apenas atuar na natureza para impedir que algumas espécies animais em vias de extinção desapareçam, mas atuar também na cidade, nos cafés, nos passeios, nos edifícios, nas casas, para impedir que certas palavras-em vias de extinção ou quase desaparecimento-desapareçam por completo.
É que poderemos dizer -deixei de ouvir aquela palavra- como alguém que diz que, num certo bosque, se deixou de ver esquilos. E estaremos diante de dois factos a lamentar.
Em suma, exclamar, por exemplo: - Estamos a passar uns dias metuendos!- não melhora os dias, mas torna mais requintada a nossa frase sobre os dias. E a elegância, mesmo em tempos metuendos, é qualidade que não deve ser ignorada.

- Assim termina a deliciosa crónica - Sobre os dias metuendos - de Gonçalo M.Tavares na Visão. Metuendo ( que mete medo; terrível; medonho )  é uma das palavras em desuso que o autor nos revela. Também gostei de mata-sãos que quer dizer um médico incompetente...

Bom dia !



Claire Denamur, uma jovem cantautora francesa que vale a pena conhecer.

Noite Europeia dos Investigadores, 23 de Setembro de 2011

Uma noite entre cientistas e investigadores no Centro de Ciência Viva Rómulo de Carvalho, (António Gedeão), Departamentoo de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.





Um diálogo multidisciplinar
entre investigadores

Da Física à Química e Bioquímica, da Biologia às Ciências da Terra, das Ciências Planetárias à Matemática houve um diálogo perfeito sobre ciência, filosofia e religião.





sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Boa noite!

Esta canção faz parte da colectânea que Doris Day lançou no passado dia 5 de Setembro.

José Niza (1938-2011)


Música de José Niza para poema de António Gedeão.

Letra de José Niza e música de José Calvário.

Música de José Niza para um poema de Manuel Alegre.

Leituras no Metro - 72

Um dia, Hemingway foi passear para o Jardim do Luxemburgo para espantar a fome, tendo de seguida passado pela rue de l'Odéon - uma rua sem restaurantes -, onde se encontrava a livraria de Sylvia Beach. E o que o esperava na Shakespeare & Company? Uma carta com o pagamento de um conto.
Saiu dali e resolveu ir à cervejaria Lipp:

«Dali ao Lipp era um bocado e todos os sítios que o meu estômago reconhecia, tão velozmente como os olhos e o nariz mos revelavam, aumentavam o prazer daquele passeio. Havia poucos clientes na brasserie e, quando me sentei no banco encostado à parede, com o espelho por detrás e uma mesa à minha frente e o criado me perguntou se eu queria cerveja, pedi um distingué, que é uma grande caneca de litro, e uma salada de batata.
«A cerveja estava muito fresca. Soube-me maravilhosamente. As pommes à l'huile estavam rijas e bem temperadas e o azeite era delicioso. Moí pimenta negra por cima das batatas e molhei o pão no azeite. Depois do primeiro e largo trago de cerveja, comecei a comer e a beber com todo o vagar. Acabadas as pommes à l'huile, pedi mais uma dose e um cervelas, prato que consiste numa salsicha semelhante a uma fatia grossa e larga de frankfurter cortada ao meio e coberta de um molho de mostarda especial.
«Ensopei o pão no azeite e no molho e bebi lentamente a cerveja até que esta aqueceu; depois, acabei com ela e mandei vir um demi a cuja tiragem assisti. pareceu-me mais fresco que o distingué e bebi logo metade dele.»
In: Paris é uma festa. Lisboa: Livros do Brasil, [1966], p. 91-92

Humor pela manhã... - 38

A dívida da Madeira é uma coisinha de nada, uns 5 mil milhões de euros.

Disse ontem em entrevista televisiva o inefável Dr.Jardim.

Números - 62

54

54 a mais- Ouvi esta manhã na rádio que é este o número de generais que temos a mais. Fiquei a saber de seguida qual o número total de oficiais-generais das nossas Forças Armadas : 132. O custo anual de tanta alta patente anda na ordem dos 3 milhões de euros. Bem sei que esta mole de generais ainda deriva da Guerra do Ultramar e do 25/4, mas alguma coisa devia ser feita para estancar tanto generalato.

Cinenovidades - 197 : A Morte de Carlos Gardel



Teve ontem estreia comercial esta primeira adaptação de um romance de António Lobo Antunes, realizada por Solveig Nordlund e que conta com Ruy de Carvalho, Celia Williams, Rui Morisson e Teresa Gafeira.

Bom dia !



Já que hoje começa oficialmente o Outono, aqui fica esta fantástica Autumn Leaves na voz de Doris Day.  Folhas caídas é que ainda não temos, pois que estamos mais ou menos em Verão retardado.

Outono

Painel de azulejo de Luís Ferreira, o Ferreira das Tabuletas.
Lisboa, Cervejaria da Trindade

«Quem planta no Outono leva um ano de abono».

Fra Angelico e os mestres da luz


Fra Angelico - A coroação da virgem Florença, Galeria dos Ofícios

Inaugura hoje no Museu Jacquemart-André, em Paris.

... ou Reciclagem do caos

Less is more... ou Reciclagem do caos

Tejo Remy, Holanda (1960) «Armário You can't lay down your memory. You can't lay down your memory Chest of Drawers», 1991

60 x 110 x 12o cm, MUDE


«A peça de Tejo Remy, com as suas múltiplas gavetas atadas de forma aleatória, funciona com algum humor, como um alarme moralizador denunciando tempos e atitudes de excesso e exuberância» panfleto do MNAA


Esta instalação está colocada ao lado de um contador onde a ordem é um facto. A legenda que encima a peça diz tudo: reciclagem do caos...

À imagem não pude deixar de associar o nosso tempo presente e o caos a que assistimos na saúde, na cultura, na educação, e na solidariedade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Boa noite!


Hoje com Savina Yannatou e uma canção grega. A música grega tem andado arredada do Prosimetron.

Ruminando a frase de Cavaco

Da Graciosa, um olhar de Cavaco Silva: "Ontem, eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto que começava a ficar verdejante." O Presidente diz coisas de forma simples mas de que se podem tirar diversas lições, às vezes até opostas. Ele sabe que as vacas não sorriem. As vacas, não, mas há uma que sim: La Vache Qui Rit. E foi essa, talvez, a mensagem que Cavaco nos mandou da Graciosa. Infelizmente, mais uma vez, ele foi enigmático. Quis a frase pastoral dar-nos uma luz ao fundo do túnel? Lembrem-se das imagens do célebre queijo fundido: na embalagem redonda, uma vaca ri com, pendurada nas duas orelhas, a sua própria imagem rindo. Uma vaca ri e ela própria reproduz imagens infinitas de vacas rindo... Eis a mensagem: Cavaco diz que cada português voluntarioso poderá incitar mais e mais portugueses a defrontar a crise com optimismo. Infelizmente o jeito de falar do Presidente também dá para outras interpretações. Aquela técnica de La Vache Qui Rit foi chamada de mise en abyme por André Gide (com Cavaco estamos sempre a tropeçar em referências cultas). Gide referia-se aos contos que contavam outros contos, o que na pintura é um quadro que reproduz uma cópia menor do próprio quadro. Ora o nome mise en abyme, cair no abismo, foi justamente dado pela vertigem causada por se ver a repetição das imagens. Abismo? Será que Cavaco nos quis anunciar alguma coisa má?

Ferreira Fernandes
(DN, Lisboa, 22 Set. 2011)

Leituras no Metro - 71

Na esquina da rua Jacob com a  rue des Saints-Pères (à direita, na foto) ficava o restaurante Michaud.

Um dia, depois de terem ganho algum dinheiro nas corridas de cavalos, Hemingway e a mulher Hardley vão jantar ao Michaud:
Hemingway: «-Vamos a um sítio maravilhoso para comermos um jantar a valer.
«- Ande é que vamos?
«- Ao Michaud.
«- É óptimo e fica perto.
«Fomos subindo a rue des Saints-Pères atè à esquina da rua Jacob, parando de onde em onde, a fim de vermos os quadros e as mobílias nas montras. Antes de entrarmos no Michaud, ficámos cá fora a ler a ementa. O restaurante estava à cunha. Tivemos de esperar que saísse gente, mantendo debaixo de olho as mesas onde os clientes já haviam acabado de tomar o café.
«O passeio tinha-nos feito fome outra vez, e o Michaud era um restaurante que, por ser caro, nos entusiasmava. Era lá que Joyce e a família estavam a comer nessa altura; ele e a mulher encostados à parede; Joyce a estudar a ementa, que segurava numa das mãos, através das grossas lentes; Nora, a seu lado, sempre cheia de apetite, embora de paladar requintado; Giorgio, de costas, magro e todo aperaltado, com o cabelo a reluzir, e Lúcia, menina de cabelo forte e encaracolado, ainda na fase do crescimento. Falavam uns com os outros em italiano.»
Ernest Hemingway - Paris é uma festa. Lisboa: Livros do Brasil, 1966, p. 71-72

Na Biblioteca Nacional


É lançado hoje, pelas 18h, mais um número da Artis.

Bom dia !



Mais um fabuloso tema deles, That's the way of the World  ( 1981 ).

Marcadores de livros - 3

Caixa da colecção de 22 marcadores. 
Os retratos foram escolhidos a partir das colecções da Biblioteca da Ajuda, Palácio Nacional da Ajuda, Palácio Nacional de Queluz, Palácio Nacional da Pena e Palácio Nacional de Sintra.
Três marcadores: verso do respeitante a D. João IV, o primeiro da colecção, e dois Pedros - estes, os meus preferidos da dinastia Bragança.

Para o Luís.

Aparições

Concebida e organizada por Jorge Calado, Aparições – A Fotografia de Gérard Castello Lopes: 1956-2006 inaugura no BES Arte & Finança amanhã, 23 de Setembro. Estarão expostas 153 fotos do artista, numa homenagem ao fotógrafo, no ano da sua morte.

2.ª a 6.ª feira: 9h00-21h00
Praça Marquês de Pombal, 3
Lisboa

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Elegâncias - 69

Em especial para MR que foi a mentora desta rúbrica (se não me engano) e que a tem pontuado com humor.


Dei um salto a Lisboa, cidade de minha eleição, para ver Bosch e o seu Círculo que termina a 25 de Setembro. Depois de visitar a sala 61, onde se encontra a exposição, fui rever algumas peças que acarinho e encontrei a exposição que tem o título: "MUDE no MNAA, Desconstruindo os Paradigmas".


MUDE (Museu de Artes e Design); MNAA (Museu Nacional de Arte Antiga).




Para o elegâncias deixo as seguintes peças:




Capa de Vestido de noite de Alexander McQueen (Inglaterra) para Givenchy, colecção Primavera/Verão, 1997.


A Virgem e o Menino pintado sobre seda, junto à pintura século XV /XVI


[Adorava ter esta capa]. :))


Vestido "L'écume de Jours", de Jean Paul Gautier, Alta Costura colecção Primavera/Verão 1999.



Vestido de ganga com plumas de avestruz.





Jean-Charles de Castelbajac (Marrocos) Túnica com a impressão de Mao Tsé Tung, Colecção pronto-a-vestir de 1986, junto ao Apostolado.







Túnica Issey Miyake, Colecção Outono /Inverno 1999-2000 junto à Arte Nan Ban, os biombos que revisito sempre que vou ao MNAA


Biombos Nan Ban que um Prosimetronista pode contar algumas histórias.




Ambientes Femininos - VIII, Homenagem

Junto-me à homenagem prestada por MR. Júlio Resende encanta-me com as cores e a sensibilidade que transpõe nas telas. Bem-haja!



Júlio Resende, retirado da Fundação Júlio Resende



Júlio Resende, daqui





Mulheres de Mira 1949, Júlio Resende.

Ao final da tarde... - 4 : Sophie Auster



A filha de Paul Auster, senhora de uma bela voz.

Auto-retrato(s) - 135

Júlio Resende ( 1917-2011 ), Auto-retrato, 1944, 42x28cm.

Porque faleceu hoje. RIP.

Um quadro por dia - 199

William Michael Harnett ( 1848-1892 ), Emblems of Peace, óleo sobre tela.

Neste Dia Mundial da Paz, onde também em Lisboa se podem obter abraços ( e em mais 20 cidades do país ) na Baixa. Está a decorrer um segundo turno ( das 14 às 17h ) e ainda haverá um terceiro ( das 17 às 20h ).

Leituras no Metro - 70

Continuo com Paris é uma festa, agora sobre a convivência de Hemingway com Gertrude Stein, no estúdio que esta habitava no 27, rue Fleurus:
Placa colocada no prédio. 
Alice Toklas e  Gertrude Stein na sua casa. 
Aspecto do atelier da rue de Fleurus, em 1933.
Ao fundo, na parede, vê-se o retrato de Gertrude Stein por Picasso.

«Eu e minha mulher havíamos visitado Miss Stein e tanto ela como a amiga com quem vivia [Alice Toklas] se haviam mostrado extremamente cordiais e afectuosas. Apreciáramos devidamente o grande estúdio povoado de grandes quadros. Aquilo era como estar numa das melhores salas de um dos mais belos museus com a seguinte diferença porém: é que ali, além de desfrutarmos de uma vasta lareira que irradiava calor, proporcionando conforto, ofereciam-nos boas coisas de comer, chá e licores de destilação natural, feitos de ameixas escuras, de ameixas amarelas e de amoras silvestres. [...]
«Miss Stein era vasta mas não alta e possuía a construção pesada das camponesas. Senhora de belos olhos, tinha um rosto forte de judia alemã, o qual podia igualmente pertencer a uma mulher de Friulano. [...]
«A sua companheira, dona de uma voz muito agradável, era baixa, muito morena e usava o cabelo cortado à maneira de Joana d'Arc, segundo as ilustrações de Boutet de Monvel, e tinha um nariz fortemente arqueado. Quando a conhecemos andava a trabalhar num bordado, e o facto de ir trabalhando não a impedia de fazer as honras da casa e de conversar com a minha mulher. Conquanto fosse mantendo a sua conversa pessoal, ia ouvindo também a outra, que a cada passo tratava de interromper. Mais tarde, explicou-me que era ela quem se encarregava de conversar com as esposas. Eu e a minha mulher sentíamos que as esposas eram simplesmente toleradas. [...]
Poltronas para crianças, estilo Luís XV, com estofado bordado em petit point por Alice Toklas, segundo desenhos de Picasso, ca 1930.

«Foi-me fácil, mercê do calor, dos bons quadros e da conversação, contrair o hábito de, ao fim da tarde, passar pelo n.º 27 da rue de Fleurus. Muitas vezes, Miss Stein não esperava ninguém e mostrava-se sempre muito cordial. Durante algum tempo, mostrou-se mesmo afectuosa. [...]
«Para afastar do cérebro a tentação de escrever depois de ter largado o trabalho, costumava ler os escritores de então, tais como Aldous Huxley, D. H. Lawrence e quaisquer outros, com livros publicados, que eu pudesse trazer do gabinete de leitura de Sylvia Beach ou encontrar em exposição ao longo do cais.
«- Huxley é um morto - disse um dia Miss Stein. - para que deseja ler um homem que está morto? Não vê que ele não passa de um morto?
«Nessa altura, eu não conseguia compreender que ele fosse um homem morto e respondi que os livros dele me divertiam e impediam de pensar.
«- Você só devia ler o que é verdadeiramente bom ou então o que é francamente mau. [...]
«- Se não quer ler obras más e deseja ler alguma coisa que o mantenha interessado e que é maravilhosa no seu género, leia Marie Belloc Lowndes.
«Eu nunca tinha ouvido falar em tal autora. Miss Stei emprestou-me O Inquilino, essa maravilhosa história de Jack, o Estripador, e outro livro a respeito de um crime numa terra afastada de Pais, a qual só podia ser Enghien les Bains. Ambos esses livros eram esplêndidos para se lerem após o trabalho diário: os heróis, verosímeis, e as reacções e os terrores nada possuíam de falso.»

Matosinhos: Quidnovi, 2008
€7,00

Hemingway leu então todos os livros que encontrou de Marie Belloc, afirmando: «Mas nunca mais encontrei nenhum tão bom como os dois primeiros que li nem nenhum outro autor tão precioso para as horas vagas dia e da noite até os livros de Simenon aparecerem no mercado.»
In: Paris é uma festa. Lisboa: Livros do Brasil, [1966], p. 24-40

Sylvia Beach e a sua Shakespeare and Company ficam para outra altura. Tenho uma biografia sobre ela, interrompida no monte.
Quanto a Marie Belloc Lowndes era avó de Susan Lowndes Marques, de que aqui trouxe, há dias, um livro de cozinha.

Bom dia !



De certeza que todos se lembram deles e desta animada September.

Marcadores de livros - 2


Ilustrações de Teresa Lima.

Três marcadores para a Isabel, que nos visita.

Ambientes Femininos - VI

Graça Morais é uma pintora que gosto muito, algumas das suas telas narram o ambiente feminino no seu quotidiano. Nasceu em Vieiro, Trás-os-Montes, em 1948. O desenho que escolhi foi retirado do site do JN.

A Galeria Ratton inaugura a 23 de Setembro uma exposição da pintora intitulada "Tempo de Cerejas e Papoilas". A exposição decorrerá até 11 de Novembro de 2011.

Fotografia do Jornal de Notícias



Cartaz da exposição



Graça Morais e Miguel Torga, a poesia, a prosa e a arte.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PENSAMENTO(S) - 195

Amar a vida mortal, isso é a felicidade.

- Clarice Lispector, in A DESCOBERTA DO MUNDO.

Um quadro por dia - 198

Jean-Auguste Dominique Ingres, Gianciotto descobre Paolo e Francesca, 1819, óleo sobre tela, Museu Turpin de Crissé, Angers.

Uma tela que me apareceu num texto de João Miguel Fernandes Jorge ( Moinho do Corvo, na Intervalo # 4 ) que só recentemente li :

(...) uma tragédia entre irmãos. Dois príncipes italianos. Foi o que me disse o meu filho. O duque de Rimini, com ciúmes, vai matar a mulher e o irmão que são amantes. O quarto onde estão os amantes é frio. O assassino, de negro, um homem muito feio, em contraste com a beleza do irmão e da mulher, traz no seu aspecto o horror da morte. Começa a sua visão muito antes do instante em que a própria morte vai ferir os amantes, dois corpos iluminados pela vontade do amor. Tudo permanece suspenso. O duque, feroz, mesmo cego de ódio, deve estar com os olhos cheios de lágrimas. Por isso, suspende os passos face à cena amorosa. Lágrimas, do tipo das lágrimas que os homens choram perante as coisas demasiado belas. O que está a ver é-lhe insuportável. (...)

Números - 61

22

Foi este o número de enfermeiros de Odivelas dispensados ontem pelo Ministério de Saúde, cumprindo-se o memorando de entendimento com a Troika. Nada de inesperado, a não ser o facto, que não é a primeira vez que acontece em tempos recentes e mesmo no Estado, de terem sido despedidos por e-mail.
Acho inaceitável que se despeça alguém através do correio electrónico, seja no Estado seja no sector privado e é muito mau quando o Estado dá o exemplo.
As tecnologias servem para simplificar e desburocratizar, estamos todos de acordo, mas com limites. Um dos limites terá de ser a dignidade das pessoas.

Frase do dia

Estamos falidos, não vale a pena andar a discutir.

- Alexandre Soares dos Santos, chairman da Jerónimo Martins.

A propósito dos sucessivos buracos financeiros da Madeira.