Pátria |
Por um país de pedra e vento duro Por um país de luz perfeita e clara Pelo negro da terra e pelo branco do muro Pelos rostos de silêncio e de paciência Que a miséria longamente desenhou Rente aos ossos com toda a exactidão Do longo relatório irrecusável E pelos rostos iguais ao sol e ao vento E pela limpidez das tão amadas Palavras sempre ditas com paixão Pela cor e pelo peso das palavras Pelo concreto silêncio limpo das palavras Donde se erguem as coisas nomeadas Pela nudez das palavras deslumbradas - Pedra rio vento casa Pranto dia canto alento Espaço raiz e água Ó minha pátria e meu centro Me dói a lua me soluça o mar E o exílio se inscreve em pleno tempo. Sophia de Melo Breyner Andresen |
quarta-feira, 21 de março de 2012
A nossa vinheta
Há um dia para quase tudo. Hoje, é o Dia Mundial da Poesia. Que deveria ser todos os dias. E para mim, mais do que outras e outros, a Poesia encarna em Sophia: pela sua liberdade que quís que fosse nossa, pela sua irreverência suave, pela sua revolta em paz, pelo seu mar em que mergulhamos, pelos seus horizontes e pelas suas raízes civilizacionais que são as nossas. Pela sua Pátria - nossa Pátia - que, cada dia, nos dói.
Uma belíssima vinheta. :)
ResponderEliminarSublinho!:)
ResponderEliminarPermito-me realçar o final d A NOSSA VINHETA pela superior beleza poética :
ResponderEliminar> - Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo. <