As minhas violetas africanas.
Deram-mas há dois anos e estão radiosas.
A inigualável
E flébil de cetim...
Teus dedos, longos de marfim,
Que os sombreassem jóias pretas...
E tão febril e delicada
Que não pudesses dar um passo -
Sonhando estrelas, transtornada,
Com estampas de cor no regaço...
Queria-te nua e friorenta,
Aconchegando-te em zibelinas -
Sonolenta,
Ruiva de éteres e morfinas...
Ah! que as tuas nostalgias fossem guizos de prata -
Teus frenesis, lantejoulas;
E os ócios em que estiolas,
Luar que se desbarata...
.... ... ... ...
... ... ... ...
Teus beijos, queria-os de tule,
Transparecendo carmim -
Os teus espasmos, de seda...
- Água fria e clara numa noite azul,
Água, devia ser o teu amor por mim...
Mário de Sá Carneiro
Só agora me apercebi como Camilo Pessanha é da mesma "família" de Sá-Carneiro, porque comecei a ler o poema como se fosse do primeiro...
ResponderEliminarReleve-se uma maior "estridência" poética de Mário, contrastando com um deslize lírico mais sibilino e discreto de Camilo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFaltavam os cinco últimos versos que acabei de transcrever novamente. Não percebo o que aconteceu.
ResponderEliminarGosto imenso deste poema. Gosto muito de MSC.