«[...] Dickens. Foi o autor que [a minha mãe] me deu a ler nessa época e eu tomei-me por ele de uma paixão sem igual. Ela tinha começado por Oliver Twist e Nicolas Nickleby; o segundo, sobretudo, tratando dos costumes escolares na Inglaterra de então, agradava-me de tal modo que não me queria separar dele. Quando chegava ao final, recomeçava e relia tudo da primeira à última linha. Devorei-o assim três ou quatro vezes, talvez mais. "Mas, então, tu já o conheces, dizia ela. Não queres ler outro?" Mas quanto mais o conhecia, mais me apetecia mergulhar nele. [...] Por fim, ela decidiu dar-me David Copperfield, o livro de Dickens que ela preferia e que ela considerava como a sua obra mais bem sucedida.»
Elias Canetti - Histoire d'une jeunesse (1905-1922). Paris: Albin Michel, cop. 1980, p. 232-233
Este gosto pela repetição é recorrente e forte na infância. As vezes que li e reli a história de "Berliques Berloques" ao meu filho mais novo!...
ResponderEliminarBom dia!
Eu também li vezes sem conta os contos de Andersen, alguns livros da Condessa de Segur (como A fortuna do Gaspar), O pequeno lorde da Frances Burnett, etc., etc.
ResponderEliminarEscolhi esta passagem por estarmos a comemorar o bicentenário de Dickens.
ResponderEliminarAPS, o Canetti está quase no fim. :)
O que prova que tem gostado de o ler..:-)) Ainda bem!
ResponderEliminarBastante. :)
ResponderEliminarLi o David Copperfield mas na Coleção Azul e gostei muito. Agora, não sei se a sensação é a mesma...
ResponderEliminarBoa tarde!