Após a postagem de MR em memória de Jorge Amado, faço referência às terras do pau-brasil com o poema de Cecília Meireles.
CANTATA
DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
A MUI LEAL E HERÓICA CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO
A Carlos Lacerda
"Levantemos a cidade, que ficará por
memória do nosso heroísmo e exemplo
de valor às vindouras gerações, para
ser a rainha das províncias e o
empório das riquezas do mundo."
(Frase atribuída a Estácio Sá, por ocasião
da fundação da Cidade, em 1565.)
I/ A FUNDAÇÃO
TERRA DO BRAVO TAMOIO, círculo de aldeias em
[tôrno da água redonda:água coberta de ilhas, altas montanhas, florestas longas.]
Pau-brasil! Pau-brasil! E os ares cheios de asas,
[amarelas, verdes, azuis e pelo chão as cobras, o caitetu, o tapiraçu...
Ali, o rio que vem da montanha, ali, as igaras, as
[rêdes, as flechas, maracás, tacapes, a cantiga, a dança, o combate, a festa...]
"Venham todos para a festa,
venham devorar um bravo:
a sorte da guerra é esta..."
Cobrinha, um momento para:
quero imitar teu primor
e fazer cintura rara
para dar ao meu amor
No céu, as estrêlas; nas águas, os peixes, também
[a brilhar?:
acaráguaçu, acará-mirim, curimã...
Terra do bravo tamoio, tão bem cobiçada, tão mal
[conhecida!
De bem longe chegam naus de gente estranha,
[falando outras línguas.
Oh, rio enganoso... pois a água redonda é seio
[do mar,
enseada, baía, Guanabara, Guana-bará...
(Entre as flechas que voam, os portuguêses
[descobridores
desembarcaram, com a fé e a coragem de um
[punhado de homens.
aqui entre os morros, começaremos a
[fortaleza:
bateremos os invasores, roçaemos a terra,
[cortaremos madeira para a cêrca.
E fortes seremos, por D. Sebbastião, o futuro
[rei,
e por S. Sebastião que de setas crivado
[também morreu.
"LEVANTEMOS A CIDADE QUE FICARÁ POR MEMÓRIA
[DO NOSSO HEROÍSMO...
(...)
Cecília Meireles, Obra Poética,Biblioteca Luso-Brasileira,São Paulo: Companhia José Aguilar Editôra, 1967, p. 854-855.
Pau-brasil! Pau-brasil! E os ares cheios de asas,
[amarelas, verdes, azuis e pelo chão as cobras, o caitetu, o tapiraçu...
Ali, o rio que vem da montanha, ali, as igaras, as
[rêdes, as flechas, maracás, tacapes, a cantiga, a dança, o combate, a festa...]
"Venham todos para a festa,
venham devorar um bravo:
a sorte da guerra é esta..."
Cobrinha, um momento para:
quero imitar teu primor
e fazer cintura rara
para dar ao meu amor
No céu, as estrêlas; nas águas, os peixes, também
[a brilhar?:
acaráguaçu, acará-mirim, curimã...
Terra do bravo tamoio, tão bem cobiçada, tão mal
[conhecida!
De bem longe chegam naus de gente estranha,
[falando outras línguas.
Oh, rio enganoso... pois a água redonda é seio
[do mar,
enseada, baía, Guanabara, Guana-bará...
(Entre as flechas que voam, os portuguêses
[descobridores
desembarcaram, com a fé e a coragem de um
[punhado de homens.
aqui entre os morros, começaremos a
[fortaleza:
bateremos os invasores, roçaemos a terra,
[cortaremos madeira para a cêrca.
E fortes seremos, por D. Sebbastião, o futuro
[rei,
e por S. Sebastião que de setas crivado
[também morreu.
"LEVANTEMOS A CIDADE QUE FICARÁ POR MEMÓRIA
[DO NOSSO HEROÍSMO...
(...)
Cecília Meireles, Obra Poética,Biblioteca Luso-Brasileira,São Paulo: Companhia José Aguilar Editôra, 1967, p. 854-855.
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