«O Fado, como a xácara moderna, em que a ação senão tira da vida heróica, é uma narração detalhada e plangente dos sucessos vulgares, que entretecem o existir das classes mais baixas da sociedade. Há o fado do marujo, da Severa, do Soldado, e o do Degradado que se despede das moças da vida. Tem o fado a continuidade do descante, seguindo fielmente uma longa narrativa, entremeada de conceitos grosseiros e preceitos de moralidade com uma forma dolorosa, observação profunda na descrição dos feitos, graça despretenciosa, com uma monotonia de metro e de canto, que infunde pesar, quando os sons saem confusos do fundo das espeluncas, ou misturados com os risos dos lupanares. O ritmo do canto é notado com o bater do pé e com desenvoltos requebros; a dança e a poesia auxiliam-se no que se chama bater o fado.» (In: Historia da poesia popular portugueza. Porto: Typ. Luzitana, 1867, vol. 1, p. 89-90)
Para a Isabel.
Muito obrigada.
ResponderEliminarBem, não dá uma ideia muito simpática do fado...(isto é quase uma provocação!)
Felizmente que as coisas evoluiram até chegar a Património da Humanidade e ser cantado por jovens tão "modernos".
Alguma coisa no fado é tão genuína que o trouxe até aos nossos dias.
Eu gosto de todo o tipo de fado.
Um bom sábado (com algum fadinho à mistura)
O livro tem quase 150 anos.
ResponderEliminar:)
Há 150 anos o fado devia ser assim visto pelos intelectuais, e bela burguesia.
ResponderEliminarNão sei se Teófilo gostava de música, mas, se sim, de fado não me parece.