Fotografia do roteiro Veneza Tesouro e Arte
Seria noite? O dia já se tinha levantado? A enfermeira veio e deu-lhe uma injecção. Pessoa já não sentia dor do lado direito. Estava agora numa paz estranha, como se um nevoeiro tivesse descido sobre ele.
Os outros, pensou, agora viriam os outros. É claro que queria despedir-se de todos antes de partir. Mas havia um encontro que o angustiava, era o encontro com o Mestre Caeiro. Porque Caeiro vinha do Ribatejo e tinha uma saúde tão frágil, Como viria ele a Lisboa, talvez de caleche? É verdade que Caeiro já tinha morrido, mas estava ainda vivo, viveria eternamente naquela casinha branca de cal do Ribatejo de onde olhava com um olhar implacável a passagem das estações, a chuva invernal e a canícula do verão.
Antonio Tabucchi, Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa, Lisboa: Quetzal, 1995, p.29.
Obrigada Cláudia!
O livro é muito curioso. A maneira como Tabucchi ficcionou e narra os três últimos dias de vida de Fernando Pessoa, em que este é visitado pelos seus heterónimos.
ResponderEliminarO próximo é para mim...
Boas leituras! Beijinhos.:))
Cláudia,
ResponderEliminarMuito obrigada por mo ter arranjado. Fez-me feliz. Ou seja começou a terapia sem ter que recorrer ao Bairro. :)
Beijinhos! :))
Gostei deste livro de Tabucchi.
ResponderEliminarPor falta de tempo, ainda não o li...mas fiquei deveras interessado.
ResponderEliminarUm beijo agradecido, ANA.
Miss Tolstoi,
ResponderEliminarGostei bastante.
Boa noite!
João,
Vai gostar.
Beijinho. :)