A cidade de Colónia acolheu, há precisamente cem anos, uma das mais aclamadas exposições de todos os tempos. A associação artística Kunstvereinigung Sonderbund reuniu 650 obras de autores e abriu assim as portas à arte moderna na Alemanha. Nesta colecção, talvez a mais significativa do período que antecedeu à Primeira Guerra Mundial, encontravam-se 130 quadros de Van Gogh, 26 de Cézanne, 25 de Gauguin, 32 de Munch e 16 de Picasso. Conhecidos ou desconhecidos do público da época, representavam os superlativos vanguardistas. Nenhuma exposição anterior conseguira juntar um espólio de trabalhos tão vasto. A associação artística pretendia apresentar novas tendências a um país que, atrofiado de padrões conservadores, nunca vira movimentos artísticos modernos. A opção por Colónia como local anfitrião, na fronteira ocidental do Reich, seguramente contribuiu para o sucesso desta amostra que muito dificilmente teria sido exequível em Berlim, na proximidade de Guilherme II.
Decorrido um século, aproximadamente 120 das obras então exibidas voltaram às margens do Reno. A apresentação intitulada "1912 - Mission Moderne" deve-se ao esforço notável da responsável Barbara Schaefer que, ao longo de vários anos, pesquisou o percurso dos quadros: muitos pertencem a museus, desde o Museum of Modern Art nova iorquino à National Gallery de Londres, outros a colecções particulares, e alguns desapareceram simplesmente. Nesse sentido, Schaefer apela a quem possa dar "dicas" sobre o paradeiro de obras que integraram o acervo de há cem anos.
Caso um dos prosimetronistas ou alguém dos estimados leitores possua um quadro, deverá dirigir-se a Barbara Schaefer (Tel: 0049 (0) 221 / 221-26307, b(punkt)schaefer(at)museenkoeln(punkt)de) ou a mim...
A exposição decorre no Wallraf-Richartz-Museum até 31 de Dezembro.
Imagens: Barcos de pesca na praia de Saintes-Maries-de-la-Mer, 1888, de van Gogh; Sala com obras de Munch na exposição de 1912
Outra exposição que gostaria de visitar.
ResponderEliminarMuito interessante!
Boa tarde, Filipe.