Mike Stilkey
Em criança, ainda antes de aprender a ler, passava horas na biblioteca da nossa casa, sentado no chão, a folhear grossas enciclopédias ilustradas, enquanto o meu pai compunha versos árduos, que depois sensatamente, destruía. Mais tarde, já na escola, refugiava-me nas bibliotecas para fugir às brincadeiras, sempre brutais, com que os rapazes da minha idade se entretinham. Fui um menino tímido, franzino,alvo fácil da chacota dos outros. Cresci - cresci até um pouco mais do que é comum -, ganhei corpo, mas continuei retraído, avesso a aventuras. trabalhei alguns anos como bibliotecário e creio que fui feliz nessa época. Tenho sido feliz depois disso, inclusive agora, neste pequeno corpo a que fui condenado, enquanto acompanho, num ou outro romance medíocre, a felicidade alheia. Na grande literatura são raros os amores felizes.
José Eduardo Agualusa, O Vendedor de Passados. Lisboa: D. Quixote, 2004, p.109.
Este excerto abriu-me o apetite para ler o livro.
ResponderEliminarParece bem interessante.
Mike Stilkey's é genial. Adorei os trabalhos dele!!
Beijinhos.:))
Cláudia,
ResponderEliminarÉ um livro de contos e, embora, ainda não o tenha terminado, este foi o que me deliciou mais.
Em épocas de mais trabalho ler contos é mais fácil.
Acabei há pouco tempo de ler a Infância, Adolescência e Juventude de Tolstói, um livro muito interessante e que nos leva a compreender a sua escrita. Tinha uma edição da minha avó só com a Infâcia e a Adolescência com gravuras mas a edição atual com a juventude do escritor é mais interessante.
Agora tenho que dividir as leituras de trabalho com as leituras de lazer. O ritmo vai ser mais lento.
Beijinhos. :)