terça-feira, 13 de novembro de 2012

A nossa vinheta

Comemora- se em 15 de Novembro o nascimento de D. Manuel II, último rei de Portugal. A Biblioteca Nacional acolhe hoje, por iniciativa da Real Associação de Lisboa, uma conferência sobre a sua actividade como bibliógrafo, durante o exílio em Londres, faceta que revela o homem de cultura que foi, mas também o patriota que nem só um segundo deixou de pensar e agir a favor de Portugal. Chamaram-lhe o Rei Saudade. E é dessa saudade que fala o belo poema que transcrevo.
 
El-Rei
Longe da luz, a que sonhou, na infância,
em vez de predomínio ou de conquista,
sonhos de amor, entre visões de artista,
morreu de desconsolo e de distância...
 
 
Caminho aberto à morte por essa ânsia
que mais se exalta quanto mais contrista,
de quem recorda o lar que nunca avista
e se consome em lúcida constância
 
 
Porque - acima do Trono e da Realeza,
havia o céu azul, a claridade
da sua amada Terra Portuguesa
 
 
- Havia a Pátria!...
- e dizem, (que impiedade!...)
dizem que não se morre de tristeza!...
Dizem que não se morre de saudade!...
 Branca de Gonta Colaço, 1932

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