sábado, 28 de abril de 2012

Marcadores de livros - 46

Foto de António Henrique, Casa dos Postais

Será que hoje se consegue comer um pastelinho de Belém?

Leituras no Metro - 91

Lisboa: Livros d'Hoje, 2009

O João Mattos e Silva disse há dias que estava a ler o livro que José Norton escreveu sobre uma das filhas da Marquesa de Alorna. Lembrei-me então que há tempos que queria ler a biografia que ele fez do Conde de Farrobo. 
Interrompi dois outros livros e estou neste momento a lê-la com grande prazer. 
Há uns dias falava com o Jad sobre as exéquias de D. Maria I. Há neste livro umas páginas sobre o assunto.
A rainha morreu no Brasil, em 1816, mas veio para Lisboa no barco que trouxe a família real, tendo o caixão sido depositado no convento de S. José de Ribamar. Por decisão de D. João VI, a «trasladação do Real Cadáver de Sua Augusta Mãe» para o Convento do Coração de Jesus, junto à basílica da Estrela, teve lugar no dia 19 de Março de 1822.
«No fim da cerimónia, quando a basílica já se esvaziava, vi que Quintela se dirigiu para o convento onde tinha sido colocado o túmulo da rainha quedando-se longamente a apreciá-lo. A urna de mármore negro, que assentava sobre dois leões, era necimada pela efígie da rainha integrada num grupo escultórico sustentado por duas colunas de mármore branco. Em baixo, uma inscrição numa placa de bronze celebrava em latim a vida que D. Maria […].» (p. 63) Não sei em que data passou do Convento para a Basílica, mas vou averiguar.
O Convento foi extinto em 29 de abril de 1885, por morte da última religiosa, estando hoje aí instalado o Hospital Militar da Estrela. http://www.exercito.pt/sites/HMP/Historial/Paginas/default.aspx

Litografia de Salema, ca 1870

Regressando ao Conde de Farrobo / Barão de Quintela...

Lisboa: João Romano Torres, 1920
Lisboa: João Romano Torres, 1920
Lisboa: João Romano Torres, 1921
Lisboa: João Romano Torres, 1922

Eduardo de Noronha (1859-1948) foi um jornalista e escritor que deixou numerosas biografias e livros de caráter memorialista, com muitas referências a Lisboa e à sua vida.
Há muitos anos li as várias obras que ele escreveu sobre o Conde de Farrobo. 
Nos anos 20, escreveu uma biografia do Barão de Quintela em quatro volumes, cujas capas se reproduzem em cima. 

Lisboa: Romano Torres, 1945

Em 1945, resolveu resumir, num único volume, a biografia em quatro partes, acrescentando algumas coisas que entretanto tinha ‘descoberto’.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Al Berto - Livro Antigo


Livro Antigo 

violetas secas entre páginas de livros onde em tempos anunciaram o amargor da noite e a humidade tremenda das insónias

o mar
o mar ao longe


debruça-se então para o interior do livro
lê qualquer coisa sobre o coração dos líquenes
ou deambula de sílaba em sílaba onde
os dedos se mancham de tinta e no cérebro
ergue-se uma planta de cinza noite adiante


fechou o livro ao amanhecer
era como se tivesse envelhecido séculos
com as violetas
fecha a persiana e adormece

Al Berto, O MedoLisboa: Assírio & Alvim, 5ª ed., 2005.


Missal Rico, Fl. II, 2º Domingo do Advento, Introito, Biblioteca Pública e Municipal do Porto,  imagem retirada da revista Oceanos, A Luz do Mundo, Iluminura Portuguesa Quinhentista, nº 26 Abril/Junho 1996, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. 
A fotografia da revista é de Laura Castro Caldas e Paulo Cintra

O chá das cinco - 41

George Laurence Nelson (1887-1978) - Tea time

Para HMJ e APS, agradecendo o chá e os bolinhos, não esquecendo os folhetos que vão ser muito úteis, pelo menos a três prosimetronistas. :)


Pacotes de açúcar - 18

Tanto o MLV, aqui no Prosimetron, como o APS, no Arpose, já escreveram sobres estes pacotes de açúcar com frases idiomáticas dos cafés Chave d'Ouro.

Mini-livros - 9



O mais recente livro miniatura que recebi foi este de postais de quadros de Caravaggio. É uma edição da ATS Italia Editrice, de Roma, possivelmente de 2010. Tem 7,5 cm de altura.
Oferta de um prosimetronista aos seus camaradas de blogue no sábado passado.

Frase da semana ( que passou )


A questão não é o presidente da EDP receber entre 43 mil e 77 mil euros por mês. O problema é que uma família, tenha os elementos que tiver, com 629 euros de rendimento mensal já paga taxas moderadoras. Dramático é que haja várias nesta situação.


- João Garcia, no Expresso do passado sábado.

Libro de Horas de Luis de Orleans

Embora a edição já seja de 2002, só este mês mandei vir este livro da M. Molleiro Editores. Os estudos introdutórios são de Ana Domíngez Rodríguez e de Carlos Miranda García. O manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional Russa, em S. Petersburgo. Foi realizado nos finais do século XV (1489-90). Chegou hoje e de uma das suas páginas tirei o pormenor da vinheta de nos acompanha.

Leituras no Metro - 90

Pedindo emprestada a rúbrica a que MR tem dado corpo, vou hoje, pela primeira vez, partilhar a minha actual leitura de Metro.
O Coleccionador de Sons. Um livro de Fernando Trías de Bes,  escritor nascido em Barcelona (1967), educado nos Estados Unidos e com uma formação de economista.

Estou a gostar.

Julgo que o Luís e o Filipe, pelo menos, também vão gostar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Manto...

O manto das iluminuras representadas constituiu o principal motivo para a escolha efectuada.  
Do lado esquerdo: 
Oficina Regia de Lisboa, Compromisso da Misericórdia de Lisboa, Iluminura sobre pergaminho (frontispício), 1520, Museu de S. Roque*. [Fotografia de Laura Castro Caldas e Paulo Cintra]
Do lado direito: 
Livro do Tombo dos Bens da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz, Iluminura sobre pergaminho (frontispício), c. 1553, Misericórdia de Estremoz [Fotografia de José Manuel  Costa Alves]

*Fotografei da revista Oceanos, A luz do mundo, Iluminura Portuguesa Quinhentista, nº 26, Abril/Junho, 1996, p. 76-77. Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos.

Obrigada Cláudia, da Livraria Lumière, por me ter arranjado esta magnífica revista.
Dentro da revista havia uma surpresa: um trevo de quatro folhas que, segundo a tradição, trará sorte! Muitíssimo obrigada. :)

Marcadores de livros - 45

O último marcador que entrou para a minha coleção. Obrigada a quem mo ofereceu.

Guernica, 75 anos depois

Na Exposição Internacional de Paris, de 1937, Picasso imortalizou o dia 26 de Abril. Guernica, uma cidade Basca, era bombardeada pela aviação alemã.
Passam hoje 75 anos.
Pablo Picasso, Guernica (1937)
Madrid, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ao sonho e à liberdade

Penso que A Pedra Filosofal nunca foi "postada" nesta plataforma. Se foi, desculpem a repetição. É-me um tema muito querido, já que nasceu em 1969, ano em que eu também nasci.  Manuel Freire cantava este poema da autoria de Rómulo de Carvalho (António Gedeão) que se tornou, como todos sabemos, um hino ao sonho e à liberdade.
O registo que se segue não contém nem imagens nem texto, ao contrário de várias gravações existentes na YouTube. A atenção centra-se assim merecida - e exclusivamente na poesia e na música.
Imagem: Rómulo de Carvalho

LIBERDADE



Ser livre é não reter
ns mãos o vento.
É ser verdade e sal
e ser fermento

Cinzas de abril


Manuel Moya, um espanhol apaixonado por Portugal, escreveu este romance que cruza amores. 
«O 25 de Abril [...] é a minha paixão secreta. Tem aquela força dos movimentos estudantis e é uma consequência do Maio de 68, da liberdade sonhada. Falou-se do império da vontade, e sendo Portugal um país com muitos problemas, como a guerra colonial, tinha de se mudar as coisas perante tanta crise», disse o escritor ao jornal i
Vai ser uma das minhas próximas leituras.

E assim se fazia Abril...

Esta História de Pedro Laranjeira que eu não conhecia faz parte da nossa História.
Grândola e a senha do 25 de Abril.

Recordar

para não esquecer o tempo em que não havia liberdade.

Carta manuscrita  com conto infantil  do ex- prisioneiro Diniz Miranda para Lalinha *(12/12/59).
A carta está exposta no Parlatório, Prisão Política do Forte de Peniche, doação de Diniz Miranda


Feliz dia 25 de Abril, dia da Liberdade!


*Agradeço a JP que levantou uma questão pertinente no seu comentário, passo a citar: 
"O texto vem datado da C.(adeia) C.(entral) do Norte, hoje o Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira. Haverá lapso na identificação do local de encarceramento, no arquivo de onde este texto ilustrado saiu?"

Não sei responder a esta questão porque na legenda da respectiva carta não há nenhuma referência.


Postagem alterada às 21:58. Agradeço a resposta da MR que é útil para compreender esta carta, passo a citar:  "O Museu que está instalado no Forte de Peniche é o Museu da Resistência, logo tem documentos relacionados com a Resistência à Ditadura, para lá da Prisão de Peniche". Ver aqui a carta transcrita.

Boa noite!

Música de Fernando Lopes Graça para dois poemas de João José Cochofel e de José Gomes Ferreira.

BOM DIA!

Arte efémera

Todos os dias passam pelas nossas mãos exemplos de arte efémera. Um deles são os autocolantes desenhados e produzidos para uma manifestação.
Acabado o evento, desprende-se da camisola e vai para o caixote do lixo.
A Biblioteca Nacional de Portugal aceita doações.
Aqui fica a indicação do que se está a fazer relacionado com o 25 de Abril.

terça-feira, 24 de abril de 2012

«Vem dar uma voltinha na minha lambreta»...



Eu bem queria dar uma voltinha  nesta lambreta, mas os concertos estão esgotados.
António Zambujo canta hoje e amanhã na Gulbenkian.

A Lisboa dos refugiados

Lisboa: Clube do Autor, 2012
€18,90

No domingo, Nuno Rogeiro falou sobre este livro de Ronald Weber num programa que tem na RTP. Fiquei curiosa, embora o tema não seja novo. Em 1994, Maria João Martins escreveu O paraíso triste (Lisboa: Vega) sobre o quotidiano em Lisboa no tempo da II Guerra Mundial.
Foi o presente a mim própria no Dia Mundial do Livro.

Marcadores de livros - 43



Frente e verso de alguns marcadores alusivos à Feira do Livro de Lisboa, cuja 82.ª edição abre hoje no Parque Eduardo VII, encerrando a 13 de maio. O verso do marcador com a frase de José Rodrigues Miguéis é da Livraria da CML.

Bom dia !



Ainda não, mas está prevista. Bom dia!

o prazer de ler

Abre hoje a feira do livro.
Aqui fica um quadro em que é patente o prazer da leitura.
Pelas flores é uma cena do mês de Abril.
Peder Severin Krøyer (1851-1909)
Skagen, Museum
As rosas da vinheta de hoje são um pormenor deste quadro.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um livro no seu dia Mundial

Gosto da escrita de José Norton e da forma como investiga e trata as suas personagens.. Foi assim com as "Memórias Politicas do Marquês de Alorna", " O último Távora" e " O milionário de Lisboa".
Passei pela FNAC Chiado e ia com ideia de ver as novidades e sair. Mas não resisti ao autor e a esta Condessa Stroganoff, que sempre me despertou a curiosidade, não só por ser filha de Alcipe mas por ter ido casar na Rússia,a milhares de quilómetros da sua Pátria e muito longe da sua cultura. E como é dia Mundial do Livro, acho que cumpri a minha obrigação de leitor, sem ter a tentação de enveredar por leituras mais complexas.

Liberdade


Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não! 

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

 Fernando Pessoa


Foi um presente do Dia Mundial do Livro. E escolhi este poema, dada a efeméride do dia, e porque João Villaret o diz bem.

"Na Flor da sua Idade"

O livro é uma invenção da escrita, tornou-se o guardador de memórias,  de sentimentos, de sapiência e de lógica e razão pura.
Escolhi um poema de Eugénio de Andrade a Eduardo Lourenço para focar a escrita e a intemporalidade.

Adosinda Providência Torgal, Madalena Torgal Ferreira,
 EnCantada Coimbra, Colectânea de Poesia sobre Coimbra, Lisboa: D Quixote, 2003, p 282.