sábado, 10 de novembro de 2012
Um quadro por dia
Edward Hopper, Blue Night, 1914, óleo sobre tela, 91,4x182,9cm.
Uma das 128 obras patentes no Grand Palais, Paris, até 28 de Janeiro de 2013.
O inefável Dr.Louçã
O líder resignatário do Bloco de Esquerda referiu-se esta manhã a Isabel Jonet como " aquela senhora do Movimento Nacional Feminino que faz caridadezinha ". Vou seguir a mesma lógica e qualificar o Dr.Louçã como aquele trotskista frustrado e autoritário camuflado que faz políticazinha.
Mais um Picasso milionário
Na última quinta-feira, dia 8, a Sotheby's leilou uma mão cheia de telas que, no total, renderam 159 milhões de euros, entre Picassos (6), Cézanne, Degas, Dali e Miró. No leilão, adiado duas vezes devido ao furacão Sandy, o valor mais alto, 32 milhões de euros, foi alcançado pela tela de Picasso Nature morte aux tulipes. A amante do pintor Marie Thèrèse Walter foi a inspiradora desta natureza morta que inclui um busto seu. A totalidade dos quadros de Picasso chegou aos 63 milhões de euros.
Nature morte aux tulipes
E é confrangedor constatar que, durante as suas vidas, muitos pintores viveram dificuldades ou tiveram vidas medianas. Em termos pecuniários, os melhores pintores são os pintores mortos.
Flores de Georgia O'Keefe
White calico flower, 1931
The white flower (White trumpet flower), 1932
OCULTO
O que lhe diz o Inverno
à flor que atravessou
audaciosa o Outono?
... e que espera, solícita,
nas pétalas de carne
o sol da Primavera?
António Salvado
In: Tropos. 2.ª ed. aument. Castelo Branco, 1975, p. 21
Para a Isabel.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Oiçam!
Raquel Varela sobre as declarações dementes de Isabel Jonet:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2874926
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2874926
Sétima Legião em livro
Livro de João Francisco Vilhena e texto de Nuno Miguel Guedes. Uma edição especial e única dedicada à cidade do Porto, um livro construído como um álbum de fotografias antigas, coladas nas folhas como os álbuns de família. O livro/objeto inclui igualmente imagens inéditas e exclusivas da digressão dos 30 anos da banda que marcou a música portuguesa.
Sábado, 10 nov.
Fnac Santa Catarina, Porto, 18h00
Fnac Gaia, 21h30
De bestial a besta
É uma habitual tradição portuguesa, calhando agora a vez a Isabel Jonet, vítima de não ter o verbo fácil e políticamente correcto ao contrário de tantos outros que nos desgovernaram nas últimas décadas.
Eu admiro-a muito, mais pelo que faz do que pelo que diz.
Cinenovidades
Passion, o novo de Brian De Palma que vai ter antestreia no Lisbon&Estoril Film Festival que começa hoje. No circuito comercial só para o ano.
Programação do Festival aqui : www.leffest.com
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Lá fora : Hiroshige em Paris
-Viajantes a cavalo a caminho de Yoshiwara com o monte Fuji à esquerda, 1833-34, Museu Etnológico de Leiden.
- Monte Fuji de manhã em Hara, 1833-34, Museu Etnológico de Leiden.
A primeira exposição parisiense dedicada ao japonês Utagawa Hiroshige ( 1797-1858 ), graças ao Museu de Leiden que emprestou a sua magnífica colecção de estampas, feitas a partir de gravuras sobre madeira. Decidiu a Pinacoteca de Paris mostrar ao mesmo tempo algumas telas de Van Gogh que ilustram o interesse deste pela arte japonesa.
Pinacothèque 1 ( Place de la Madeleine ) : Hiroshige, l'art du voyage
Pinacothèque 2 ( Rue Vignon ) : Van Gogh, rêves de Japon
Mais info : www.pinacotheque.com
ONDE ME APETECIA ESTAR
Esta rubrica, uma das mais longevas deste blogue embora tenha perdido a numeração aquando das últimas alterações do Blogger, surpreendeu hoje seguramente: não foi escolhida uma ilha paradisíaca, ou uma praia tropical. Garanto que estaria igualmente bem passando o dia na fabulosa Bodleian Library da Universidade de Oxford que faz nesta data 410 anos que abriu as suas portas ao público.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
"Words"
Obrigada MR por ter partilhado o filme "The Words" de Brian Klugman com Bradley Cooper, Lee Sternthal, Dennis Quaid e Jeremy Irons. Fui ver e retive as palavras:
destino, acasos, escolhas e moral. É um filme que dói e um Jeremy Irons que encanta.
E as palavras levaram-me até esta canção.
Words, Bee Gees
Smile an everlasting smile,
A smile can bring you near to me
Don't ever let me find you gone
'Cause that would bring a tear to me
This world has lost it's glory,
Let's start a brand new story now, my love
Right now there'll be no other time
And I can show you how, my love
Talk in everlasting words
And dedicate them all to me
And I will give you all my life
I'm here if you should call to me
You think that I don't even mean
A single word I say
It's only words, and words are all I have
To take your heart away
Aos políticos e outros oradores
Busto por François Girardon
"Ce que l'on conçoit bien s'énnonce clairement, et les mots pour le dire arrivent aisément".
Nicolas Boileau
Nasceu em 1 de Novembro de 1636
"Ce que l'on conçoit bien s'énnonce clairement, et les mots pour le dire arrivent aisément".
Nicolas Boileau
Nasceu em 1 de Novembro de 1636
Retrato de Obama
Família Obama em 2006 defronte da sua casa
O jornal Le Monde de hoje traça um retrato de Obama:
Aos escritores
“Os que escrevem com clareza têm leitores, os que escrevem de maneira obscura têm comentaristas.”
Albert Camus
Nasceu em 7 de Novembro de 1913, em Mandovi, Argélia
Citações
Como será possível não amar a Vida? E poder ficar por cá mais uns anos, vivo, lúcido e de olhos abertos sobre tudo o que me cerca?
- APS, in Arpose, dia 5 de Novembro
As duas últimas linhas de uma postagem de há dois dias, com votos de que a lucidez do autor nos ajude por muitos mais anos a olhar este país e o mundo.
Eleanor Roosevelt faleceu há 50 anos
«O meu maior medo foi sempre o de ter medo - física, mental ou moralmente - e deixar-me influenciar por ele e não por sinceras convicções.»
Eleanor Roosevelt
Um quadro por dia
François Boucher ( 1703-1770 ), Sainte Famille, 1748, sobre cobre, 24,5x18,5cm.
Porque vai hoje à praça, na Artcurial, Paris, este primeiro trabalho religioso de Boucher encomendado pelo marquês de Calvière para decorar o seu castelo de Vezenobres. Desde o final do séc.XVIII que se desconhecia o seu paradeiro, até ser comprado em 1935 por Madame Jules Patenôtre e ficado na posse dos descendentes desta até hoje. Avaliado entre 200 000 e 300 000 euros.
O homem ...
do dia, da semana, do mês! E foi um bom discurso de vitória, a apelar à união de todos, coisa que eles americanos ( e nós mais ainda ) precisam.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
A nossa vinheta
Pyotr Ilyich Tchaikovsky morreu neste dia em 1893, em S. Petersburgo, com 53 anos. Compositor russo plurifacetado, é talvez mais conhecido pelas suas obras para bailado. Como homengem ao homem e à sua música intemporal será esta semana a nossa referência.
1º movimento do Concerto para piano nº 1
1º movimento do Concerto para piano nº 1
Pensamento(s)
L' avenir n'est pas un horizon, toujours reculé, mais une avancée, incessamment reprise. C'est le fait de marcher et de voir qui suscite l' horizon du monde et de l'action.
- Do filósofo francês Frédéric Worms, no seu novo ensaio que está supra. Flammarion, 2012.
Lá fora : The Museum of Everything
Depois de Londres, Turim e Moscovo, chega a Paris o único museu itinerante do mundo, o The Museum of Everything. Está até 15 de Dezembro na Chalet Society, um antigo seminário católico, nº 14 do Boulevard Raspail, Paris. 500 peças ( escultura, telas, objectos, máquinas etc ) deslumbrantes.
www.museumofeverything.com
"A arte é um ponto de encontro"
Jerusalém, Ida e Volta é o livro que ando a ler. É notável a energia e a persistência do povo judeu.
«Viemos ao mundo para perceber certas coisas. Apenas algumas coisas, muito poucas, mas de uma importância extrema. [...] A arte é um ponto de encontro. Do autor com o objecto do seu amor, do espírito e da matéria, da verdade eda fantasia, da linha desenhada por um lápis, o contorno de um corpo, de uma palavra com outra.»
Saul Bellow, Jerusalém, Ida e Volta. Lisboa: Edições tinta-da-china, (tradução de Raquel Moura), 2011, p.61.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Tudo tem o seu tempo
Escreve Ana Maria Magalhães : "Pertenço a uma enorme família, cheia de curiosas ramificações. Cresci num ambiente singular. Transporto comigo histórias engraçadas que merecem um registo...Quando senti necessidade de deixar um testemunho aos filhos e aos netos, fiz apelo à memória retrospectiva apoiada nas agendas onde anoto o meu dia a dia desde criança e procurei parentes que não via hâ muito a fim de preencher lacunas e pedir fotografias".
É a história pessoal de Ana Maria Oliveira Martinho (Magalhães), mas também a da família e amigos que com ela se cruzaram até aos vinte anos, e a de uma Lisboa e tantos outros lugares onde esteve, de férias ou de passagem, desde os anos quarenta até aos de sessenta do século passado e que muitos já não conheceram assim, com o dia a dia de uma rapariga da alta burguesia, os seus hábitos, a sua forma de estar, as suas festas e divertimentos. Uma infância e juventude felizes, que considera " um tesouro que ninguém me pode roubar".
Quando se lê um escritor - mesmo que escreva para os mais pequenos - há a curiosidade em saber quem ele é como pessoa e como a sua vida influenciou os seus livros. Estas memórias são, neste caso, a resposta certa a essa pergunta sobre Ana Maria Magalhães.
Está em preparação o 2º volume, que vem até aos nossos dias, porventura com momentos menos felizes, mas com grandes êxitos como escritora para a Juventude, a sua amizade e parceria na escrita com Isabel Alçada, a vida pessoal, novo casamento,outros amigos, a doença. É neste 2º volume que entro como figurante de uma vida que merece ser contada.