sábado, 29 de dezembro de 2012
Inverno
Wu Guanzhong é um pintor chinês. Nasceu em 1919 e faleceu em 2010.
Wu Guanzhong, (tela que intitulei de Inverno) Saplings by the sea, 1976. O pintor dá-nos um Inverno organizado e simétrico que transmite ordem e tranquilidade. O choupo é a única árvore capaz desta simetria invernal.
Wu Guanzhong, (tela que intitulei de Inverno) Saplings by the sea, 1976. O pintor dá-nos um Inverno organizado e simétrico que transmite ordem e tranquilidade. O choupo é a única árvore capaz desta simetria invernal.
Cinenovidades
Mais um filme sobre Luís II da Baviera, estreado recentemente na Alemanha. Chegará cá?
Paulo Rocha
Morreu em Vila Nova de Gaia, com 77 anos, o cineasta que foi uma referência do Cinema Novo português. O seu filme mais emblemático data de 1963: Verdes Anos. Fica aqui, como homenagem,
o tema musical, composto e tocado por outro grande nome da cultura nacional do séc. XX, Carlos Paredes
o tema musical, composto e tocado por outro grande nome da cultura nacional do séc. XX, Carlos Paredes
Lá fora : 100 obras-primas na BNF
Grand nu renversé en arrière, de Man Ray, 1923
Nijinsky dans Les Orientales, de Eugène Druet, 1910.
Duas das cem obras-primas das colecções de fotografia da Biblioteca Nacional de França patentes na exposição La photographie en cent chefs-d'oeuvre. Um século de fotografia, dos grandes nomes a desconhecidos, em França e no estrangeiro, da reportagem à composição artística.
Até 17 de Fevereiro, na BNF François Mitterrand, Paris. www.bnf.fr
Humor pela manhã ...
Artur Baptista da Silva, a figura deste final de 2012, o homem do currículo invejável, das entrevistas prescientes, o conferencista estrela. E também atropelador de velhinhas, burlão condenado e sabe-se lá mais o quê. Ai Portugal...
Leituras de Metro - 113
«No dia 20 de maio de 1941, Ian Fleming, o futuro autor dos romances da série James Bond, registou-se no Hotel Palácio, no Estoril, e descreveu a sua ocupação como um simples funcionário governamental. Na verdade, Fleming estava em Lisboa como parte do seu trabalho na Operação Golden Eye [...] para os serviços secretos da marinha britânica. O plano seria implementado na eventualidade de uma invasão da Espanha pelos alemães [...] A estada de Fleming em Lisboa foi passada a lidar com o lado português da operação e a tratar dos preparativos com os diretores dos postos de Lisboa com vista à potencial implementação dessa operação. Também passou algum tempo com o seu velho amigo David Eccles, do Ministério da Guerra Económica. Fleming estava em trânsito e viera de Inglaterra para Lisboa com destino aos Estados Unidos.
«O serviço de hidroaviões da Pan Am a partir de Lisboa era um serviço popular para os agentes britânicos, que também usavam os voos da BOAC [...]. Fleming chegou à doca de hidroaviões de La Guardia, em Nova Iorque, na tarde de 25 de maio de 1941. Fleming e o seu dirigente, o almirante John Godfrey - que viria a ser, em parte, a inspiração para a personagem ficcional M nos romances da série Bond [...].
«Durante uma visita a Tânger, Fleming exibira alguns dos traços de teatralidade de James Bond ao alugar uma avioneta privada para poder regressar a Lisboa o mais depressa possível. Os seus relatórios de serviço revelam que apresentou cento e dez libras de despesa relativa ao uso dessa avioneta. [...]
«Na sua segunda noite no Estoril, Fleming e Godfrey passaram o seu tempo no casino, que estava invulgarmente sossegado e onde Fleming jogou à mesa apostando montantes relativamente modestos e perdeu. Quando estava prestes a sair do casino, virou-se alegadamente para Godfrey e disse algo como: e se aqueles homens sentados à mesa do jogo fossem agentes alemães e lhes tivéssemos ganho o dinheiro? Crê-se que esse incidente serviu de inspiração a uma cena do primeiro romance da série James Bond, Casino Royale, na qual Bond faz justamente isso ao malvado espião comunista Le Chiffre.»
Neill Lochery - Lisboa: a Guerra nas sombras da cidade da luz, 1939-1945. Barcarena: Presença, 2012, p. 145-146
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Obsessivo
Conta-se que um dia, em Paris, na companhia do Maestro Pedro de Freitas Branco, de quem era amigo, Ravel foi ouvir o seu "bolero", conduzido pelo Maestro Toscanini. No final, Toscanini justificou a sua interpretação dizendo que lhe dera um ritmo mais ligeiro porque o tema era muito obsessivo. Depois de o deixar, Ravel comentou com Pedro de Freitas Branco: ele não percebeu que compuz o bolero assim, porque queria que fosse obsessivo.
Maurice Ravel morreu com 62 anos, em Paris, em 28 de Dezembro de 1937
Maurice Ravel morreu com 62 anos, em Paris, em 28 de Dezembro de 1937
Richard Zenith ao JL
Foto Jorge Simão (Expresso)
«Quando sairá a sua biografia de Pessoa?
«A verdade é que a data prevista já passou. Estou a escrevê-la em inglês para ser publicada por uma editora americana, a Norton. Depois haverá certamente uma edição portuguesa, mas ainda não está definida.
«Já a está a escrever há algum tempo. É assim tão complicado?
«[...] Agora, estou a dizer não a todas as propostas. Já fiz muita pesquisa. Uma parte importante é contar os seus passos e tempos, onde, quando e como viveu, entre Lisboa e Durban. Interessa também a sua vida imaginativa. Ele tem um riquíssimo universo interior. Com todos os seus heterónimos, podemos ver o seu mundo como um sistema solar. E além da heteronímia, há todos os seus interesses dentro da Literatura, os géneros em que escreve, mas também a sua incessante busca espiritual ou os interesses políticos. Há um fazer constante em Pessoa. Insatisfeito com a vida tal como ela é, está sempre a projetar-se noutras realidades. O seu amor por Ofélia, por exemplo, e talvez outros, vive-os num plano literário. Transmitir isso numa biografia é difícil. Escrever a sua vida é contar a história de um homem que não parava. Mas como descobrir o seu fio narrativo?
«De todas as edições de Pessoa, qual prefere?
«Livro do Desassossego foi muito estimulante, por ser como sempre digo um não livro. Pessoa não chegou a organizá-lo e era preciso fazê-lo. Não deixa de ser um trabalho criativo tentar chegar a uma ordem possível, coerente e literária, respeitando-o. Porque tenho sempre essa preocupação. Evidentemente, não podemos acabar o que ele não acabou e temos de conservar o que é fragmentário. Mas Pessoa jamais teria publicado textos cheios de notas, pouco legíveis. Isso pode tirar o gosto da leitura, porque entre tantas notas, a poesia já não se vê. Na edição da Assírio & Alvim sempre houve essa preocupação de rigor e também a ideia do prazer da leitura. Também gostei muito de fazer Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal. É que foi um trabalho de detetive, percorrendo todo o espólio. Não havia quase nada publicado desses textos e foi preciso também fazer uma pesquisa dos factos biográficos. Cada livro que publiquei teve o seu fascínio.»
Extrato de uma entrevista de Richard Zenith a Maria Leonor Nunes (JL, 26 dez. 2012, p. 7)
Um presente especial
Este Natal coube-me um livro que não esperava de todo.
Manual para a Confissão em que praticamente Se ensina a hum Penitente o modo para bem se confessar: com Orações e advertencias utilissimas para antes, e depois da Confissão, e Comunhão (...)
LISBOA: Anno M.DCCCIV Na nova Officina de João Rodrigues Neves. Com licença da Mesa do Desembargo do Paço
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Monsieur Bovary
Deu um bom espectáculo, disse umas coisas giras e até pôs os
pontos nos is, é o que se diz de Artur
Baptista da Silva, o burlão que se fez passar por observador da ONU para a
Europa do Sul, conseguindo assim ludibriar milhares de pessoas, reputadas organizações
e os media. Contudo, está a despertar mais
simpatias que indignações e na blogosfera é já considerado a personalidade do
ano! Qual o desfecho deste caso é o que estamos para saber. Entretanto, vão somam-se teorias
que tentam explicar o comportamento de Baptista da Silva, um típico fenómeno
que dá pelo nome de bovarismo.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Na minha árvore...
... estava este vaso e um vaso com manjericão. Já os juntei como se pode ver no vídeo abaixo. Se sobreviver, comprarei outros.
Citações
(...) Sabemos que o país está a ser vendido nos saldos. Sabemos isto e muito mais e andamos a discutir a propaganda, as insinuações do primeiro-ministro e as emissões facebookianas do Presidente. O país afunda-se na mediocridade intelectual dos seus dirigentes e valoriza, por comportamento mimético, uma política de acessórios e de negócios. De maquiavelismos da treta. Tudo tem um preço: a saúde, a cultura, a identidade, a nacionalidade, a educação, a vida. Esta gente conseguiu contaminar com a sua mediocridade toda a gente. Não é original. Da Grécia à Itália passando pela França e a Alemanha, é o que temos na Europa.
Nítidos nulos.
- Clara Ferreira Alves, no Expresso do passado sábado.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Frutas - 95
Algumas naturezas mortas natalícias de Eloise Harriet Stannard
Christmas still life
Apples on a willow-pattern plate, holly, walnuts, hazelnuts and a nutcracker, 1879
Still life with apples, hazelnuts and holly, 1898
Still life with apples and holly
O livreiro
A história passa-se em Paris, onde um proprietário de um quiosque de livros é raptado. O rapto é presenciado pelo seu amigo Hugo Marston, chefe de segurança da Embaixada dos EUA. E é Marston que vai investigar o caso na companhia de um ex-agente da CIA, Tom Green.
Para a Cláudia Ribeiro.
O Natal segundo Michael Praetorius
Michael Praetorius (1571/2 - 1621) é considerado uma figura central da História da Música alemã na viragem do século XVI para o século XVII.Os profundos conhecimentos de teologia e filosofia, bem como a ligação entre a teoria e a prática musicais na sua obra, caracterizam esta personalidade cuja presença artística se revestiu de grande importância para a vivência protestante alemã na época.
Em 1604, Praetorius adaptou a melodia para um texto do livro de cânticos de Speyer e criou assim uma das mais belas canções de Natal que ainda hoje integra obrigatoriamente qualquer programa de concerto festivo: Es ist ein Ros entsprungen. A letra enigmática, objecto de estudos científicos ao longo dos séculos, centra-se nas palavras de Isaías: Brotará um rebento do tronco de Jessé, e uma flor brotará das suas raízes (Isaías, 11,10). Desta flor, normalmente associada à Virgem, brotou, por sua vez, uma pequena flor à meia-noite, em pleno Inverno - assim nos narra esta canção que segue num registo não identificado.
Uma vida de bailados
Este filme, de Marlène Ionesco, explora 60 anos de bailado (1954-2010), através de arquivos inéditos.
Para a Isabel.
A árvore de Natal
Elizabeth Forbes - A árvore de Natal
Junto à minha árvore de Natal ficaram uns pequenos presentes para os nossos visitantes que vão começar a ser distribuídos. :)
A Natividade no século XVII
Sobre a vida de Matthias Stomer (1600 - 1650), também conhecido por Stom, pouco se sabe. Testemunhas da época deram a este pintor de origem holandesa a alcunha "fiamengo pittore". Admirador da arte de Caravaggio, Stomer concluiu a sua formação provavelmente em Utrecht, sob a orientação de Gerrit van Honthorst, e seguiu o exemplo da primeira geração de mestres conterrâneos "caravagistas", mudando-se para a Itália, onde viveu o seu percurso artístico, primeiro em Roma entre 1630 e 32 e posteriormente em Nápoles. A partir de 1641, fixou-se na Sicília, onde a aristocracia local lhe encomendou vários trabalhos.
A técnica característica do chiaroscuro que vemos neste quadro da Adoração dos Pastores / Natividade, fascina através dos contrastes intensos de luz e gera um ambiente ora solene, ora misterioso. O Menino Jesus encontra-se naturalmente no centro das atenções e ilumina todo o cenário. Muitos pintores do século XVII aplicaram esta simbologia de concentração de luz em Cristo, uma das mais famosas adaptações da Natividade é da autoria do sevilhano Bartolomé Estéban Murillo (1617 - 1682).
Hoje em dia, existem sensivelmente 200 obras de Stomer. A maioria delas aborda temas bíblicos com incidência especial na vida de Cristo. Matthias Stomer caiu em esquecimento após o seu falecimento, foi, no entanto, redescoberto no século XX, graças ao trabalho de investigação do historiador de arte, Benedict Nicolson.
Com esta bela pintura da Natività na Igreja dos Capuchinhos de Monreale (Sicília) da autoria de Matthias Stomer seguem os votos de um Santo Natal!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
A véspera de Natal
Ilustração de Clement C. Moore para o livro Twas the night before Christmas: a visit from St. Nicolas
Quotidianos - 100
Charles Green - Christmas comes but once a year
E aí vem o Christmas pudding, que os ingleses fazem (vários) uma vez no ano e guardam para o ano inteiro. Na altura, aquecem-no e fazem o molho. É muito trabalhoso, mas vale a pena.
http://timeforalittlesomething.files.wordpress.com/2011/12/english-christmas-pudding.jpg