Comemora-se hoje o
quinquagésimo aniversário da assinatura do Tratado de Elysée. Através da
formalização desse documento no Palácio do Eliseu em Paris a 22 de
Janeiro de 1963, Charles de Gaulle e Konrad Adenauer alicerçavam o
início de uma nova época, terminando assim séculos consecutivos de
conflitos bélicos entre as duas nações. Para de Gaulle,
retomava-se a ideia da obra de Carlos Magno. Para Adenauer que exercia o
último ano do seu cargo de chanceler da República Federal alemã ,
atingia-se o ponto máximo da aproximação da jovem república à aliança
ocidental.
Este projecto de
cooperação nos campos da Segurança, Economia e Cultura,
indubitavelmente importante à luz de hoje, sofreu uma onda de reacções
de desconfiança e cepticismo na época. Segundo o Vice-Presidente da
Comunidade Económica Europeia de então, Sicco Mansholt, a colaboração
entre França e Alemanha interromperia o caminho para uma união
abrangente de vários países na Europa. A agência de notícias soviética
TASS previa na cooperação militar franco-germânica um renascimento do
militarismo alemão, comparando o tratado a uma nova versão do Pacto de
Munique de 1938. E como o timing da assinatura coincidia com a oposição
de de Gaulle à adesão do Reino Unido à CEE, quer a oposição
social-democrata no Parlamento em Bona, quer alguns membros do próprio
governo conservador, temiam um domínio excessivo do eixo Paris-Bona e o
fracasso das tentativas rumo a uma Europa unida.
Decorridos 50 anos, este
Tratado constitui um verdadeiro "caso de sucesso", apesar das
dificuldades e dos desentendimentos que naturalmente se viveram ao longo
de cinco décadas. Mas a amizade política, desejada pelo Presidente
francês e o chanceler alemão em 1963, seguida, por exemplo por
Mitterrand e Kohl nos anos 80, estendeu-se aos dois povos que, graças aos diversos programas de intercâmbio, se aproximaram pouco a pouco e puseram fim às hostilidades antigas.
Uma postagem interessante.
ResponderEliminarFilipe, julgo que o problema atual vem desse pacto, os franceses respondem afirmativamente a tudo que vem da Alemanha.
Bom dia!