"Padre Bartolomeu Lourenço de
Gusmão,
inventor do aeróstato,
morreu miseravelmente
num
convento, em Toledo, sem
ter quem lhe velasse a agonia."
O Voador
Em Toledo. Lá fora, a vida tumultua
E canta. A multidão em festa se atropela...
E o pobre, que o suor da agonia enregela,
Cuida o seu nome ouvir na aclamação da rua.
Agoniza o voador. Piedosamente, a lua
Vem velar-lhe a agonia através da janela.
A febre, o Sonho, a Glória enchem a escura cela,
E entre as névoas da morte uma visão flutua.
"Voar ! varrer o céu com asas poderosas,
Sobre as nuvens ! correr o mar das nebulosas,
Os continentes de ouro, o fogo da
amplidão!..."
E o pranto do luar cai sobre o catre imundo...
E em farrapos, sozinho, arqueja moribundo
Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão.
Olavo Bilac, As Viagens X, in Biblioteca Virtual
Um feito notável para aquela época.Normalmente os grandes nomes morrem na miséria ou quase, esquecidos. abandonados por quem serviram. Com Camões foi assim também.
ResponderEliminarGostei do poema do Olavo Bilac, cuja poesia conheço mal. Um bom dia!
É verdade, os grandes morrem sem ser reconhecidos. Há um site que vai gostar de ver no blogue De Rerum Natura
ResponderEliminarBoa noite! :))
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