Detalhe de Melancolia de Albrecht Dürer, 1514
[Esta gravura já foi publicada no Prosimetron e aqui]*
« enigma Deriva-se do verbo grego Ainistomai, que quer dizer falo escuramente. É uma proposição, ou oração dificultosa de entender, com que o engenho do autor propõe à curiosidade de quem quer adevinhar o sentido dela. Compara-se o enigma com a figura de Jano, que tinha dous rostos, porque tem diversos sentidos. Fabularam os antigos poetas que Sphinx, monstro célebre, retirado para um monte do território de Tebas, propunha enigmas e questões muito diicultosas aos viandantes, e que devorava aos que as não sabiam soltar. Do orador, ou filósofo, que falava ambiguamente, diziam os romanos Veterem sphingem adducit, et velut aenigmata loquotir. Às vezes se fazem enigmas de várias figuras representadas num painel debaxo de alguma significação metafórica; também chamamos enigma qualquer cousa que se não entende facilmente. Aenigma, atis. Neut. Cic.»
João Paulo Silvrestre, A Língua Iluminada, Antologia de Rafael Bluteau. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal: Babel, 2013, p. 163.
Com o meu imenso agradecimento à amiga que o ofereceu.
*Podemos ler 1514 na linha inferior (central) que corresponde à data da gravação. Como se pode ver, os quatro números de cada linha, cada coluna e cada diagonal perfazem 34. Dürer tinha 43 quando gravou esta gravura, possivelmente revela a sua paixão pela sequência de Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34,…) foi o suficiente para reverter as duas figuras do número da sua idade. (Tradução livre). Link
Muito curioso!
ResponderEliminarBluteau - uma referência...
Beijinhos.:))
Pois é a gravura é belíssima e este detalhe é primoroso.
ResponderEliminarBluteau, agora mais próximo do grande público é louvável.
Beijinho.:))