quarta-feira, 1 de maio de 2013

A arte do retrato - D. Joana de Áustria, Princesa de Portugal


Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal) ofereceu provavelmente esta obra a Adam von Dietrichstein, embaixador do Imperador Maximiliano II de Áustria em Madrid entre 1564 e 1571. O retrato representa sua irmã, D. Joana de Áustria, filha mais nova de Carlos V e de Isabel de Portugal. D. Joana de Áustria casou com D. João Manuel de Avis em 1552, príncipe herdeiro de Portugal que viria a falecer prematuramente aos 16 anos em 1554. Pouco tempo depois, regressou a Castela onde foi nomeada regente pelo seu irmão. Ocupou esse cargo até 1559, período que coincidiu com a presença do monarca em Inglaterra durante o matrimónio com Maria Tudor.
O retrato transmite o sentido de responsabilidade e de determinação de que D. Joana dispunha para a sua função de regente, bem como as preocupações e ambições intelectuais e espirituais que a conduziram a fundar o convento das Clarissas das Descalças Reais de Madrid em 1557 (que, ainda hoje existindo, merece uma visita). D. Joana empenhou-se na repressão de focos luteranos que se iniciaram em Sevilha e Valladolid, e que culminou na auto da fé de 1559 e na publicação do Índice de libros prohibidos do inquisidor Valdés.  
Nesta obra, Alonso Sánchez Coello (1531 – 1588), o mais importante retratista da corte do século XVI, seguiu directamente os modelos de seu mestre, António Moro. A precisão analítica e a qualidade do desenho realizado tornaram Sánchez Coello num dos mais bem sucedidos intérpretes da imagem de D. Joana de Áustria, aqui representada com um retrato de Filipe II que simboliza a delegação do poder real.  

Alonso Sánchez Coello, D. Joana de Áustria, Princesa de Portugal, Museu de Bellas Artes de Bilbao

2 comentários:

  1. Muito belo.
    Ainda não foi desta vez que voltei às Descalças Reais.

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  2. Muito belo mesmo.
    Vale a pena ir às Descalças Reais, gostei muito de visitar o convento.:)
    Boa tarde.

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