Um poema que não me canso de ler... porque há sempre uma janela por abrir como a do pintor William Coldstream. Prima por ter as cores de Roma e é serena.
Boa noite!
William Coldstream, Window in Hampstead 1981
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
1923
Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 75.
Lindíssimo, o poema! E tão "real"!...
ResponderEliminarUma beleza, esta canção!
E uma óptima maneira de começar um novo dia...
Obrigada, Ana!
Obrigada, Maria Manuela!:)
ResponderEliminarUm feriado feliz. :)
Concordo consigo, é um poema para ler e voltar a ler vezes sem conta!
ResponderEliminarÉ belíssimo e repleto de significado.
O quadro é muito bonito.
Bom 1.º de Maio!
Beijinhos.:))
Tb gostei do quadro que não conhecia.
ResponderEliminarO poema...
A pintura é lindíssima!
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