Edward Burne-Jones, O príncipe entra no bosque (roseiral silvestre)
Roseira Verde
Tenho uma roseira verde
que dá rosas todo o ano.
A cada rosa que nasce
o meu rosto sofre dano.
No canto da minha cela
tenho uma roseira verde.
E sou eu próprio que rego
essa roseira mortal.
Nos passos da minha vida
ela sobe cresce cresce
da roseira é roseiral.
À medida que ela sobe
sou eu que me vou murchando.
Primeiro contava as rosas
de lindas rosas vermelhas
ia o meu corpo enfeitando.
Agora passo por elas
fujo ao seu aroma forte.
E se às vezes rio brinco
outras diviso entre as rosas
a própria face da morte.
Roseira Dona Roseira
não me contes os meus anos.
A cada rosa que nasce
brotam pétalas de esperança
murcham os meus desenganos.
Escrito em 1962. [Obrigada MR]
António Borges Coelho, no mar oceano. Lisboa: Editorial Caminho, 1981, p. 22.
Lindíssimo poema e o quadro é genial!
ResponderEliminarBonito post.
Um beijinho.:))
Um poema de 1962, provavelmente escrito em Peniche.
ResponderEliminarGostei muito do conjunto!
ResponderEliminarBoa noite para todas as senhoras: Cláudia, MR e Ana.
Cláudia,
ResponderEliminarObrigada. Gostei particularmente deste que foi o primeiro que li quando abri o livro ao acaso. Obrigada por mo ter reservado. :)
Obrigada MR,
No livro não refere a data e realmente pode ter sido escrito em Peniche. Vou colocar a data.:)
Isabel,
Obrigada. :)
Beijinho para todas.
Cláudia,
ResponderEliminarEsqueci-me de lhe dizer que a escolha da tela foi propositada pois, para mim, personifica o cavaleiro que combate pelos seus ideais, a luta pela liberdade, neste caso. :)
Bj.