Nos museus, nas ruas, nas janelas, nas pontes sobre os canais proliferam as flores que dão um apontamento de cor e graça.
Van Gogh, Cesta com Amores Perfeitos Numa Pequena Mesa, 1886, Museu Van Gogh, Amesterdão
Nas pontes da maioria dos canais que visitámos havia flores
Nas pontes mirando as janelas
Nas janelas
Em pequenas mesas na rua
Nos barcos
FLORES
Se de repente todos nós fôssemos flores.
que flores enormes de bigodes compridos.
Moscas magrinhas, escaravelhos ressequidos,
ficavam presos em cabelos conservadores.
Simples palitos, caulezinhos sem defesa,
eram iguais a torneados pés de mesa,
e até rasgando-se, o algodão dos botões
dava em peluche perfumados corações,
e nas montanhas colunas de gesso havia
chorando uvas de gesso.
As folhas n'água eram cartões flutuadores,
as borboletas em asas se desfaziam
e os canteiros co'os odores secariam,
se de repente todos nós fôssemos flores.
1915
Leo Vroman in Uma Migalha na Saia do Universo, Antologia de Poesia Neerlandesa do Século Vinte. Lisboa: Assírio e Alvim, 1997, p. 85.
Gostei das fotos.
ResponderEliminarObrigada, MR!
ResponderEliminarBoa noite. :))
Belíssimas fotos!
ResponderEliminarBelas fotos, como aqui já foi assinalado e uma poesia muito bem pescada !
ResponderEliminarUm beijo.
Isabel,
ResponderEliminarObrigada.
Beijinho. :))
João,
Conheci há pouco tempo esta antologia. Procurei poetas holandeses antes de visitar Amesterdão. Trouxe da Biblioteca Municipal e estou a gostar.
Beijinhos. :))
Que maravilha, Ana! Obrigado
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