Axel Munthe através de O Livro de San Michele acompanhou-me numa estadia na praia. De Capri e da sua casa guardo boas recordações. Não tenho fotografias da casa apenas as memórias.
Boa noite. :)
Olhos de Água
Nenhum
dos vários historiógrafos de Tibério, alguns dos quais seus contemporâneos, com
a possibilidade de recolher todos os rumores das más-línguas de Roma, faz a
menor alusão às orgias de Capri. Filon, o judeu piedoso e erudito, fala da vida
pura e simples que Calígula tinha de levar quando vinha a Capri visitar o seu
pai adoptivo. (…) Séneca, o flagelador do vício e Plínio – ambos seus
contemporâneos – falam da austera solidão de Tibério em Capri. (…) O próprio
Juvenal, tão amador do escândalo, fala na tranquila velhice do Imperador, na
sua ilha, rodeado de amigos sábios e dos seus astrónomos. Plutarco, o severo
defensor da moral, fala da solidão desse digno velho durante os últimos dez
anos da sua vida. Já Voltaire havia compreendido que a história das orgias de
Capri era absolutamente inadmissível. Tibério tinha sessenta e oito anos quando
se retirou para Capri, depois de uma existência de uma moralidade perfeita, no
dizer dos seus próprios inimigos. (…) A sua vida na ilha foi a de um velho
solitário, monarca fatigado de um mundo ingrato, idealista, taciturno e amargo
(um hipocondríaco, diríamos talvez hoje); mas a sua magnífica inteligência e o
seu sentido de humor sobreviveram à sua fé na Humanidade.
Axel
Munthe, O Livro de San Michele.
Lisboa: Edição Livros do Brasil, XII edição, s.d. (tradução de Jaime Cortesão),
p. 303
Tenho uma vaguíssima ideia deste livro que li este livro há imensos anos.
ResponderEliminarLinda foto!
ResponderEliminarMR,
ResponderEliminarHá uns tempos, quando fui a Capri comecei a lê-lo mas não passei das primeiras páginas, nem sei porquê.
É interessante.
Boa tarde!:))
Obrigada Isabel, :)))
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