Miguel Torga faria hoje 106 anos. Para conhecermos melhor um escritor temos que conviver com a casa onde viveu. A casa situa-se na Rua Fernando Pessoa, nº 3, Coimbra.
A sua história relata um ambiente onde apenas existe o essencial, com móveis rústicos e de bom gosto. A luz é a chave da casa. Em todos os objetos encontramos a presença do escritor e a da sua mulher, Andrée Crabbé Rocha, professora de Filologia Românica na universidade de Coimbra.
Adolfo Correia da Rocha teve uma adolescência difícil que o marcaria para toda a vida.
Profundamente religioso dizia que os deuses dele eram os deuses pagãos mas que não os queria presentes na morte. Assim, narrou a curadora da Casa. Esteve um ano no seminário em Lamego mas não gostou. Aos 13 anos foi trabalhar para o Brasil nas terras de um tio. Este vendo as suas potencialidades dá-lhe uma bolsa de estudo. Aos 18 anos ingressa num colégio para fazer o liceu. Esta circunstância torna-o ainda mais reservado.
Tornou-se médico mas a sua alma era a de escritor. Era um homem solitário, reservado, não gostava de entrevistas nem de ostentação (o que se percebe também na casa).
Hoje a Casa-Museu Miguel Torga abriu as portas de sua casa para homenagear o escritor
A sua história relata um ambiente onde apenas existe o essencial, com móveis rústicos e de bom gosto. A luz é a chave da casa. Em todos os objetos encontramos a presença do escritor e a da sua mulher, Andrée Crabbé Rocha, professora de Filologia Românica na universidade de Coimbra.
Adolfo Correia da Rocha teve uma adolescência difícil que o marcaria para toda a vida.
Profundamente religioso dizia que os deuses dele eram os deuses pagãos mas que não os queria presentes na morte. Assim, narrou a curadora da Casa. Esteve um ano no seminário em Lamego mas não gostou. Aos 13 anos foi trabalhar para o Brasil nas terras de um tio. Este vendo as suas potencialidades dá-lhe uma bolsa de estudo. Aos 18 anos ingressa num colégio para fazer o liceu. Esta circunstância torna-o ainda mais reservado.
Tornou-se médico mas a sua alma era a de escritor. Era um homem solitário, reservado, não gostava de entrevistas nem de ostentação (o que se percebe também na casa).
Hoje a Casa-Museu Miguel Torga abriu as portas de sua casa para homenagear o escritor
Sala de jantar vista do exterior.
Vista geral da casa
Oferta de um livro de escrita
A visita termina junta à torga que existe no jardim.
Agapantos
Coimbra, 5 de Junho de 1978
É um adeus…
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus…
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer
A humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade
Consumada,
Um poema de lírico pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus…
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer
A humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade
Consumada,
Um poema de lírico pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.
Miguel Torga, in Diário XII, retirado do Banco de Poesia da Casa Fernando Pessoa
Miguel Torga nasceu em S. Martinho de Anta, distrito de Vila Real (colocado 11:02 h, 13/8/13)
Miguel Torga nasceu em S. Martinho de Anta, distrito de Vila Real (colocado 11:02 h, 13/8/13)
Adorava visitar a Casa-Museu Miguel Torga!
ResponderEliminarFoi uma iniciativa de louvar e que a Ana muito bem aproveitou.
Gostei das fotografias...
Um beijinho.:))
Cláudia,
ResponderEliminarFoi uma bela iniciativa. Não há dúvida que se percebe melhor o escritor.
A guia era excelente e contou pequenas histórias. Gostei muito.
Beijinho. :))
Na minha próxima ia a Coimbra, irei vê-la. :)
ResponderEliminarMR,
ResponderEliminarVale a pena, é uma casa despojada onde a luz é a chave cultivada pelos dois.
Clara e quente.
Se quiser companhia,e eu puder, terei gosto em revisitar a casa. :)
Bom dia!
Então como é que eu desconhecia a existência deste blogue, ana?
ResponderEliminarGostei muito das visitas - ao blogue e à Casa Museu.
À Casa Museu, voltarei quando for a Coimbra.
Ao blogue, vou voltar muito mais vezes.
Aliás, vou ficar por cá.
Beijinho
Pedro,
ResponderEliminarSeja bem-vindo!
Vale a pena ir à Casa do Miguel Torga.
Beijinho. :))
Adorava conhecer a Cssa-Museu. Quando for a Coimbra, quero vê-la. E o poema é lindo! Belo post Ana.
ResponderEliminarObrigada, João. :))
ResponderEliminar