Passados quase setenta anos em que foi mãe pela primeira vez, recordo hoje emocionado e saudoso a minha mãe. E, prestando-lhe assim uma homenagem, na sua recordação sempre presente, homenageio as mães que vivem nas minhas amigas do Prosimetron e todas as que nos leem e as outras, ainda, que acalentaram no seu seio os filhos que todos nós somos.
É Noite, Mãe
As folhas já começam a cobrir
o bosque, mãe, do teu outono puro...
São tantas as palavras deste amor
que presas os meus lábios retiveram
pra colocar na tua face, mãe!...
Continuamente o bosque se define
em lividez de pântanos agora,
e aviva sempre mais as desprendidas
folhas que tornam minha dor maior.
No chão do sangue que me deste, humilde
e triste, as beijo. Um dia pra contigo
terei sido cruel: a minha boca,
em cada latejar do vento pelos ramos,
procura, seca, o teu perdão imenso...
É noite, mãe: aguardo, olhos fechado
que uma qualquer manhã me ressuscite!..
António Salvado, in "Difícil Passagem"
Gostei.
ResponderEliminarE ao colo está o nosso prosimetronista? :-)
Bom dia!
ResponderEliminarUma bonita homenagem.
ResponderEliminarFelicito-o.:))
Bom dia!
Obrigada!:))
ResponderEliminarA fotografia diz tudo. Muito obrigado por partilhá-la connosco
ResponderEliminarMuito linda a foto e o poema.
ResponderEliminarBoa noite!