segunda-feira, 5 de maio de 2014
MEC
(...)
Espanta-se por escrever tanto sobre os pêssegos-rosa, sobre Colares, o mar, os andorinhões? Ou fazer uma crónica diária implica, por vezes, trocar a qualidade pela quantidade ?
Quando as crónicas saem mal, estão péssimas. Muitas saem mal, não têm qualidade nenhuma. Mas outras saem bem. Mas em relação a temas como Colares, o mar, os pêssegos, as cerejas, as andorinhas, tenho uma coisa militante - já não tenho pachorra para ouvir alguém elogiar um restaurante em Paris ou em Manhattan, ou dizer que está maravilhosamente bem nas Ilhas Maurícias ... Irritam-me. Temos jornais e revistas cheios de coisas caríssimas que não são acessíveis. Estamos a fugir para algo ultracomercializado. A ler jornalistas que vão para os hotéis e que viajam a convite de ... : são experiências por procuração, nós não temos acesso a elas. Eu quero saber de coisas que todos possam comprar.
(... ) Não é recomendar um vinho que custa 50 ou 70 euros, quem é que pode comprar um vinho assim?! Trata-se de falar de coisas que estão ao nosso alcance. E há muitas. Por exemplo, o tremoço : é tão difícil encontrar um bom tremoço. Vêm todos da Austrália e assim. Os únicos tremoços bons são os da Portugália : fazem-lhes uma cura de três dias em água quente e são óptimos. (...)
- entrevista à VISÃO.
Gosto muito de tremoços.
ResponderEliminarO MEC tem umas crónicas engraçadas. Às vezes muito oportunas. :))
ResponderEliminarUltimamente, tem andado mais sentimental mas deve ser o curso normal de viver.