quinta-feira, 19 de junho de 2014

Citações

 ( Foto da abdicação de ontem, por Juan Medina / Reuters )


(...) Conhecemos o que se passou recentemente, os escândalos financeiros, as sucessivas operações, os casos amorosos, as caçadas, o pedido de desculpa. Mas o rei, durante décadas, foi útil ao seu país e enfrentou adversários perigosos, como o terrorismo ou o nacionalismo. Mesmo os não-espanhóis e os não-monárquicos devem estar " agradecidos " ( a expressão é de Javier Cercas ), porque o rei demonstrou coragem e prestou um serviço; tal como prestou um serviço agora, abdicando, quando percebeu enfim que tinha perdido a estima do seu povo. Uma monarquia ou tem legitimidade popular ou é um arcaísmo imprestável.
Juan Carlos salvou a Espanha e tornou os espanhóis em " juan-carlistas "; se agora salvou a monarquia, veremos. Javier Cercas, republicano e de esquerda, lembrou que isso não é o essencial : mais vale viver numa monarquia como a sueca do que numa república como a síria.

- Pedro Mexia, no Expresso do passado Sábado.

15 comentários:

  1. A questão não é o regime. É a igualdade de sangue. Numa monarquia o sangue não é todo igual. De resto, os valores, devem ser os mesmo (e ser indiferente) numa Monarquia ou numa República. É evidente que os valores apontados naqueles países são opostos, mas não é por serem República ou Monarquia, é pelo valor que se dá ao próprio cidadão. Fiquei triste ao saber que agora vão fazer uma lei para dar imunidade criminal ao rei (que deixou de reinar) em vez de se lhe exigir se a sua actividade a partir de hoje seja digna e impoluta, como deve ser a de qualquer cidadão.

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  2. Jad : Acho que estás a ser um bocadinho demagogo ... Tens ideia da quantidade de imunidades que há em Espanha para os políticos ? Como cá, alias ( PR, PM , etc ). O que não estava previsto, porque nunca tinha acontecido, era a imunidade de um ex-Rei, digamos assim. É claro que se vai exigir uma conduta digna, o que tem de se prevenir é que qualquer " maluquinho " decida processar Juan Carlos.

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  3. O sangue é todo igual :), mas as desigualdades são muitas e desde o nascimento, em monarquia ou República, e algumas são difíceis de ultrapassar. Se se nasce Champalimaud ou Rotschild a vida é um bocadinho mais fácil ...

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  4. Mas qualquer maluquinho já pode processar um ex-PR? Eu até acho que pode e deve, se houver razão par isso.

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  5. Luís,
    Uma fotografia histórica. Espero ver nas notícias, às 20:00 horas.
    Boa tarde. :))

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  6. Não gosto de comentar política. Mas o texto do Mexia, quando comparava o que não era comparável... Quanto ao rei (porque Juan Carlos nunca será tratado por ex-rei) que abdicou, se abdicou (porque desejou) não deve aceitar direitos que outro cidadão não possa ter. O passado do rei, até ontem, está protegido. O futuro - se alguém (maluco ou não) fizer alguma acusação - é protegido pela justiça. O berço e as fortunas pessoais são uma coisa diferente de um "povo". Como é que o "direito de sangue" consegue conviver com uma Constituição que deve dar direitos de igualdade a todo?

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  7. Jad : Mas então devias insurgir-te contra as imunidades do PR, do PM, dos ministros e deputados a começar, desde logo, pela República Portuguesa. Não se pode ver a igualdade assim, igualdade é tratar da mesma maneira o que é igual e de maneira diferente o que é desigual . No caso concreto, é a dignidade dos cargos, em monarquia ou República é indiferente, que justifica o tratamento desigual . Mas gostava era de te ouvir sobre o texto do Mexia : era um elogio a Juan Carlos, não uma apologia da monarquia :)

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  8. Gosto de Reis, Rainhas e Soberanos :-). Desde que sejam eleitos. Isto é, que não seja por "direito de sangue". Quanto a Juan Carlos, até poderia dizer que quase entrou no esquema (não entrou, porque foi designado, e não eleito). Quanto ainda a Juan Carlos teve o seu grande momento de prestígio e de rei. E reconheço que fez bem os primeiros 15 anos. Sou contra todas as imunidades, sejam de antigos como de atuais deputados, ministros, presidentes, soberanos, reis, etc. E havendo um crime julgado pelo Supremo seria condenado com a perda de mandato. Se fizessem queixa desse governante, sem razão, o queixante sofria 10 anos de prisão efetiva sem apelo. Andava tudo mais direitinho.

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  9. E a Justiça (os Juízes) também entram nesses. Eu ainda acredito na Instituição - mas alguns juízes deveriam ver a sua conduta e as suas ações serem julgados, e com pena de prisão. Enfim, sou contra privilégios que não sejam só os de servir bem, desempenhando bem o cargo.

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  10. Como sou contra candidaturas (e pseudo concursos públicos), no estado e em TUDO.

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  11. Tens toda a razão ! Isto devia andar tudo mais direitinho, faz muita falta um Salazar,ou dois . :)

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  12. Bem, onde isto já vai, meninos! Calminha não vá alguém achar que há por aqui saudosistas desse estafermo.

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