Um filme num outro tempo.
DESCALÇA VAI PERA A FONTE
MOTE
Descalça vai pera a fonte
Lianor, pela verdura;
vai fermosa e não segura.
Lianor, pela verdura;
vai fermosa e não segura.
VOLTA
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
saÍnho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa e não segura.
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
saÍnho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
cabelos d' ouro o trançado,
fita de cor d' encarnado...
Tão linda que o mundo espanta!
Chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e não segura.
cabelos d' ouro o trançado,
fita de cor d' encarnado...
Tão linda que o mundo espanta!
Chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e não segura.
Luís Vaz de Camões
( Retirado do banco de poesia da Casa Fernando Pessoa)
Eu optava pela actualização do poema. Assim nem é Camões, nem Português do século XVI, nem XX, nem XXI.
ResponderEliminarMas uma boa homenagem.