Já há tempo que andava para ler a biografia de Salazar, da autoria de Filipe Ribeiro de Meneses. A obra foi originalmente escrita em inglês e publicada num volume pela Enigma Books em 2010, sendo a tradução portuguesa, editada no mesmo ano pela Dom Quixote.
Comecei a lê-la agora numa edição, em sete volumes, que o Expresso 'oferece' com o jornal.
«Trinta e oito anos após a morte de Salazar e trinta e quatro anos depois do golpe militar que afastou do poder o seu sucessor, Marcelo Caetano, Portugal é um país muito diferente daquele que Salazar deixou. Fez a transição de um regime "corporativo" para uma democracia parlamentar e de um poder colonial para membro da União Europeia de forma notavelmente pacífica. Ninguém com menos de quarenta anos tem uma memória real do que implicava viver sob uma polícia secreta ou sob a censura da comunicação social. Mesmo o arrebatado período revolucionário de 1974-75 parece uma recordação cada vez mais longínqua uma merecida isenção de responsabilidades após décadas de um Governo paternalista e dominador.» (Introdução, 2010, p. 3)
«Quando o professor que se ocupava da respetiva cátedra faleceu, em 1916, Salazar foi convidado a dirigir, provisoriamente, a secção Ciências Económicas e Financeiras, sem ter de se submeter a nenhum exame ou de apresentar uma tese original - a primeira vez que tal aconteceu na Faculdade de Direito de Coimbra. Em março de 1918, no contexto da participação portuguesa na I Guerra Mundial ao lado da Grã-Bretanha e de França, Salazar foi declarado inapto para o serviço militar e, no mês seguinte, quando fez 29 anos, foi promovido a professor ordinário, sendo dispensado de qualquer exame. No mês seguinte foi-lhe conferido o título de doutor de leis, por acordo dos pares, mais uma vez sem ter de se submeter a qualquer exame ou escrever qualquer tese. Nesse aspeto, fi um dos primeiros a beneficiar da legislação recentemente introduzida sobre a matéria, mas o facto é que nunca teve de produzir um trabalho exaustivo de investigação.» (p. 44)
De certeza que esta biografia vai aqui voltar.
Um reparo, neste primeiro volume: o Partido Democrático tanto aparece referido como Partido Democrata (p. 52 e 54), como corretamente citado (p. 90) - com certeza problema da tradução de Teresa Casal. O autor podia ter revisto a tradução...
Vi mas não comprei.
ResponderEliminarEstou a ver que vale a pena.
Tem saído tanta biografia dele que ainda não escolhi qual a que devia comprar.
É uma personalidade incontornável na nossa história.
Estou a lê-lo.
ResponderEliminarInteressante a citação que escolheu. Não pude deixar de me rir quando li essa parte no livro. :)
ResponderEliminarVolta Sócrates; está perdoado.
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