quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Números



20 / 230 / 522

(...) Comparativamente, algumas dessas câmaras ultrapassaram em muito o exemplo que vinha de cima. Tanto que as 20 mais endividadas assumiram compromissos que se contabilizam entre os 230 por cento das suas receitas totais, como acontece em Faro, e os 522 por cento, em Fornos de Algodres. Chama-se a isto gestão ruinosa, ou gastar à tripa forra.
A responsabilidade é daqueles que contribuíram, mandato após mandato, para se chegar à ingovernabilidade agora patente. A culpa, essa morrerá solteira, conforme a regra, porque, no governo do país como no das autarquias, o voto popular lava tudo. Incluindo negociatas manhosas e favores aos próximos com o dinheiro de todos.

- Fernando Madrinha, no Expresso do passado Sábado.


É absolutamente vergonhoso, escandaloso, o que se passa em muitas autarquias do país : levadas à falência pelo excesso de endividamento ( por aquele hábito tão português de quem vier a seguir que trate ) que se nalguns casos têm obra feita que o justifique ( justifique em termos contabilísticos, porque em termos de rentabilidade e utilização nem sempre coincidem os critérios ... ), noutros nem se sabe ainda muito bem em que foi gasto o dinheiro ... Se a desertificação do interior é o que se sabe, este estrangulamento financeiro de dezenas de autarquias ainda vai ajudar mais nas próximas décadas.

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