quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Preciosidades e polémica


Spledor et Gloria: Cinco Jóias Setecentistas de Excepção, que se inaugura hoje na Sala do Tecto Pintado do MNAA e se mantém até 4 de janeiro tem todos os ingredientes para se tornar numa exposição muito apetecível: preciosidades e polémica. A mostra além de reunir as mais importantes peças de ourivesaria produzidas em Portugal na segunda metade do século XVIIII – Custódia Patriarcal, Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Resplendor do Senhor dos Passos e a Custódia da Bemposta – uma delas saiu pela primeira vez dos Açores entre protestos da sociedade civil e religiosa. Trata-se do Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que está depositado no Convento da Esperança, em Ponta Delgada.
Entre as vozes do não soltaram-se as mais variadas razões para impedir a saída da peça para a exposição em Lisboa: os estudos técnicos e históricos que se fizeram sobre a peça (aliás, sobre as cinco peças) podiam ser prejudiciais à imagem do resplendor na medida em que este “é parte integrante de um conjunto de culto, que não se pode sujeitar a critérios e visões estritamente técnicas”; que o resplendor não podia viajar por ser “um peso na nossa fé incalculável”, ou ainda  “o que guarda o tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres é a fé do povo açoriano” e que por isso levá-lo seria deixá-lo desprotegido...

Que conclusão se pode tirar de todo este bruá em volta da cedência do resplendor ao MNAA? Má vontade e pensamento tacanho. Por favor, corrijam-me se eu estiver errado.

3 comentários:

  1. Insularidades!...
    Miss Tolstoi

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  2. Não pude deixar de rir com o comentário de Miss Tolstói.
    A religiosidade é vivida com muita intensidade...
    Boa tarde. :))

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  3. Concordo com o teu diagnóstico, e bem andou o Bispo de Angra que autorizou mesmo contra a vontade da Irmandade.

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