Mais um prato falante.
sábado, 9 de agosto de 2014
Tempo de rosas
John William Godward - The time of roses, 1916
Col. particular
Should never crave the rose.
Anne Brontë
Para a Ana, em dia de certo aniversário.
Museu do Absinto
A planta de que é feita a bebida.
O Museu do Absinto fica em Auvers-sur-Oise e recria a atmosfera dos cafés da Belle Époque onde o absinto, então na moda, era a bebida preferida de poetas e artistas. As obras originais que aí podemos ver fazem-nos descobrir a importância desta bebida na vida social e cultural do século XIX.
Ver mais em: http://www.musee-absinthe.com/lemusee.htm
Cartaz de Lucien Lefèvre, 1895
Cartaz de Leonetto Cappiello
Cartaz feito a aprtir de uma litografia de Van den Thurm.
Auto-retrato(s) - 203
Laurent Tixador, o " primeiro artista no Pólo Norte " e também noutros lugares remotos. É de 2005 este auto-retrato fotográfico, ano em que ele esteve sozinho nos gelos do Norte.
Onde me apetecia estar
- Mapa do Ducado da Bretanha
- Castelo dos Duques da Bretanha, Nantes .
Desta vez, o desejo está de acordo com a realidade. :) . O antigo reino da Bretanha, depois ducado quase soberano, depois província de França e agora região administrativa embora amputada daquela que foi a sua capital histórica, Nantes, num contrasenso que tarda a ser corrigido apesar da vontade dos cidadãos e até dos eleitos.
Importa só esclarecer que Nantes nunca foi a capital formal da Bretanha, embora se tenha tornado o lugar de residência dos duques mais tardios. As cortes, como é sabido, eram itinerantes durante a Idade Média e havia a partilha de poder com outras cidades bretãs : os duques eram coroados em Rennes, e o Parlamento da Bretanha reuniu tantas vezes em Vannes como em Nantes, por exemplo.
- Castelo dos Duques da Bretanha, Nantes .
Desta vez, o desejo está de acordo com a realidade. :) . O antigo reino da Bretanha, depois ducado quase soberano, depois província de França e agora região administrativa embora amputada daquela que foi a sua capital histórica, Nantes, num contrasenso que tarda a ser corrigido apesar da vontade dos cidadãos e até dos eleitos.
Importa só esclarecer que Nantes nunca foi a capital formal da Bretanha, embora se tenha tornado o lugar de residência dos duques mais tardios. As cortes, como é sabido, eram itinerantes durante a Idade Média e havia a partilha de poder com outras cidades bretãs : os duques eram coroados em Rennes, e o Parlamento da Bretanha reuniu tantas vezes em Vannes como em Nantes, por exemplo.
Quem se lembra ?
Há precisamente 40 anos, Richard Nixon despedia-se da Casa Branca e da presidência dos EUA . O primeiro presidente que renunciou, para não ser destituído por causa do caso Watergate. Ainda hoje, os sucessos diplomáticos ( China, Guerra do Vietname ) não conseguem fazer esquecer que a paranóia esteve no poder ...
Caixa do correio - 27
Este postal foi-me enviado há nos por um amigo que vivia na Bretanha.
E o que é o triskel? Segundo a legenda do postal, o triskel tornou-se o símbolo dos países celtas: Irlanda, Escócia, País de Gales, Ilha de Man, Cornualha e a Bretanha Armórica. Este motivo orna muitos monumentos e é, sobretudo, empregue, com muitas variantes, nas iluminuras de manuscritos. O triskel é o símbolo dum culto solar pré-histórico que se encontra até no Extremo Oriente.
Boa viagem!
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Biografias e afins
Há muito tempo que não se via uma biografia ter tanta publicidade gratuita ... Por acaso, é merecida. Ainda só li uma parte, e até a emprestei hoje, mas lê-se com agrado.
Pensamento ( s )
I am too old not to know that error is just as important a factor in history - and scholarship - as truth.
- Escreveu em 1957 o grande historiador de arte Erwin Panofsky .
Água
João da Silva, Menina Pureza, Pedra de Lioz branco, 1940, Sociedade do Luso.
Um templo, um tanque musgoso;
Mudez, apenas cortada
Pelo ruído das rãs,
Saltando à água. Mais nada...
Matsuo Bashô, O velho Tanque (Cortesia do Google)
Livros de cozinha - 84
Paris: First, 2012
Terra de lendas, destino turístico, eis a Bretanha, que se tornou parte da França no século XVI, mantendo a sua cultura, a sua língua, os nomes próprios e apelidos e a sua gastronomia. Uma terra rica em produtos da terra e do mar.
A Bretanha é Armor, o mar, o vento, as ondas, e a pesca: tamboril, sardinha, cavala, bacalhau, raia, linguado, vieiras, mexilhões, camarões, e lagostas. E ostras.
A Bretanha é ainda Argoat, a terra que produz frutas e legumes. A rainha da agricultura bretã é a batata. Outros produtos típicos da Bretanha são a cebola-rosa de Roscoff, o repolho Lorient, a alcachofra de Saint-Paul de Léon e a couve-flor.
Nas frutas, domina a maçã, de que produzem a cidra. E os morangos, cultivados em Plougastel, na Costa de Armor.
Cidra bretã que, pelo menos, três prosimetronistas ja´ebberam nos Trapistas de Paris.
São receitas de todos estes produtos que compõem este livro.
Dedicado aos nossos dois viajantes, em breve, na Bretanha.
Faianças falantes
A propósito de dois pratos de propaganda anti-jesuítica que coloquei aqui no blogue, trago hoje dois livros franceses sobre as faianças falantes: um foi-me oferecido por um amigo; o outro ofereci-o (em 1989), mas tenho-o hoje (apesar de não o encontrar).
Pena é que não se faça um livro sobre a faiança falante portuguesa, apesar de escassa em comparação com a francesa.
Paris: Charles Massin, 1990
Faïences de Angoulême, ca 1842-1882
Fayenceries de Sarreguemines, ca 1918
Chansons et rondes de France
Fayenceries de Sarreguemines, ca 1925-1930
Charles Massin, 1989
Gosto muito de loiças, especialmente destas que contam histórias.
A arte do retrato
Foi entre 1911 e 1912 que Modigliani pintou este Retrato de Paul Alexandre, imortalizando o seu primeiro mecenas . Avaliado entre 5 e 8 milhões de euros, foi vendido na Sotheby's de Paris a 4 de Junho por 13,5 milhões .
Prazeres
Capela Nossa Senhora dos Remédios,
SONETO Lisboa
Qual David na contenda, e na peleja,
O mesmo Rey David hoje te inveja
A coroa, que te cinge, decantada.
Elle deo no Gigante huma pedrada,
E tu mostras ao mundo, (porque veja,
Para gloria do Ceo, e da Igreja)
Que sahistes a campo mais armada.
Cinco pedras tomou de huma torrente;
Em cada huma tens huma victoria:
Cinco vezes feristes a atroz serpente;
Largue a funda David: tu canta gloria.
*Frei Manuel da Silveira, no sermão: Na Profissam, das Madres Soror Clara Maria de Jesus, Soror Anna da
Santissima Trindade, Soror Ignez de Santa Teresa, Soror Joanna da Natividade, e
Soror Bernarda de S. Joze, Cinco Irmans Naturaes da America, donde vierão ser Religiosas no
Mosteiro da Santissima Trindade de Campolide Lisboa. Na Segunda Dominga de Outubro dia em que se celebrava a Senhora do
Remedios.
Lisboa: Officina de Miguel Rodrigues, Impressor do Eminentissimo Senhor Cardeal Patriarca, no anno de MDCCXLVII. BGUC - Misc.178 (3126)
* Ordem dos pregadores, doutor UC e qualificador do Santo Ofício.
Fotografia: http://lisboahojeeontem.blogspot.pt/2013/01/capela-de-nossa-senhora-dos.html
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
A Bretanha e os seus encantos - 2
Não se trata de uma baía algures no Mediterrâneo, nem de uma praia das Caraíbas. A imagem mostra-nos um pequeno troço da Côte de Granit Rose na Bretanha. Dois dos prosimetronistas lá estarão em breve, se Deus quiser. Lembrar-se-ão dos restantes prosimetronistas....
Jardins - 27
Ed. de 1914
Capa de Mily Possoz.
«Em frente ao lago
«Agora, no parque, por estes dias excecionalmente frescos de julho, a concorrência é, mais do que nunca, diminuta. Retidas em casa, junto das senhoras, a arranjar as malas para o campo, para as termas, para as praias, onde algumas já se encontram, ou ajudando a dispor as salas e os móveis para a poeirenta solidão em que vão ficar, as mestras aparecem menos.» (p. 1)
Pensamento ( s )
(...) a amizade, mesmo entre iguais, aceita a diferença, a dissensão e a liberdade do outro. Não sou menos amigo das pessoas de quem discordo. E algumas manifestações de amizade mais consistentes que conheço consistem em deixar alguém em paz, deixá-lo ser quem é, às vezes sozinho, em solidão temporária e benéfica.
Não ter amigos, não ter amigos nunca, leva ao fechamento, à incivilidade, à insanidade . Mas há amizades que são também formas de solidão. Amizades sem empatia, isto é, sem a tentativa de entendermos aquilo que nunca experimentámos. Amizades sem confidencialidade, que são formas de perfídia. Amizades inclementes como julgamentos sumaríssimos. Ou um amigo que diz mal de nós em público, ou fica calado quando nos ofendem. Um amigo que é um inimigo.
Creio que a sensatez demasiado optimista de Aristóteles pode ser completada por quatro observações. Uma é do próprio Estagirita : " Ó amigos, não há amigo ", exclamação que entendo como uma profissão de fé nominalista. A segunda é de Cícero, que garante que a amizade " nunca é extemporânea, nunca é um obstáculo ", definição absolutamente exacta e espantosa. A seguinte de Montaigne, que explicou a sua amizade por La Boétie com um sucinto e não-intelectual " porque era ele, porque era eu " . E a quarta é um apontamento de Grayling, que também me ocorreu com frequência : o facto de dizermos sempre " um amigo meu ", em vez de " um amigo ". Esse " meu ", que parece desnecessário, é na verdade indispensável . Tenho amigos ou sou amigo quando a redundância é evidente : eu sou amigo deles, e eles meus amigos.
- É do Pedro Mexia, publicado no Expresso do passado Sábado, este texto que é um dos mais belos sobre a amizade que li nos últimos tempos. Tinha de o trazer aqui :)
Números
120 000 000
de euros - A quantia paga pelos bancos, anualmente, para influenciarem as decisões da União Europeia, em Bruxelas, utilizando para tal os serviços de 1700 lobistas profissionais.
Citações
(...) O caso BES é também o fim de um dogma . Para aqueles que acham que tudo o que é público é mau e tudo o que é privado é bom eis mais um exemplo a recomendar que a vida não seja olhada apenas a preto e branco. Há bons exemplos no público e no privado. Como há más experiências no setor privado e no setor público. O caminho não é endeusar uns e infernizar os outros. A solução é valorizar o mérito e censurar a má gestão. Independentemente de um morar no público e a outra no privado. Ou vice-versa.
O BES foi, nos últimos anos, um caso de promiscuidade entre a política e os negócios. É um vício muito nosso. Os empresários, em regra, adoram abraçar os governos e estes, por norma, não se cansam de querem influenciar os empresários. O sucesso da sociedade, porém, está nos antípodas deste exemplo. É preciso mudar de vida . À política o que é da política, aos negócios o que é dos negócios. Sem paternalismos doentios e sem cumplicidades obsessivas, Com uma regulação forte e eficaz . Como, felizmente, começa a suceder. (...)
- Luís Marques Mendes, na Visão desta semana .
Um quadro por dia
Miquel Barceló ( 1957- ), Nuage sur la mer, 2002, óleo sobre tela . Vendido no passado dia 28 de Julho, num leilão no Mónaco.
«De olho nas aves em Lisboa»: Uma mostreca no Turismo de Portugal
No seu site, o Turismo de Portugal anuncia uma exposição, De olho nas aves em Lisboa, no átrio na sua sede. Ontem, fui até lá para ver a expo e ia-me dando uma 'coisa': meia dúzia de pequenas vitrinas com uma dúzia de objetos e um folheto aberto com as características de algumas aves que podemos ver em Lisboa.A peça mais engraçada é um caderno de Marco de Oliveira, aberto numa página com o desenho de uma ave. O resto...
Não é certamente com esta mostreca que vamos ficar a conhecer a «grande diversidade de espécies de aves nas ruas e nos parques de Lisboa, que vai muito além dos conhecidos pombos, gaivotas e pardais.»
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/Noticias/Pages/Exposi%C3%A7%C3%A3oDeolhonasavesemLisboanoTurismodePortugal.aspx
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Breve apontamento
Numa passagem pelo Luso dirigi-me ao café das termas, de habitual paragem, mas infelizmente estava fechado para obras de restauro. Deixo aqui um breve apontamento sobre Arte Nova no Casino das Termas.
Exposição Ecossistema Florestal da Serra do Buçaco e o recurso hidráulico da água mineral natural de Luso.
Em cima vista do antigo Casino, em baixo, pormenor do tecto da sala de teatro.
Ramalho Ortigão (1875, 81 a 88) inicia a sua descrição pelos acessos de “ extrema comodidade da comunicação com este sítio a pequena distância da estação de caminho de ferro (Mealhada), com uma bela estrada percorrida por diligências e char-à-bancs, tornaram o luso uma das terras de águas mais concorridas. Tem dois hotéis regularmente montados, e magníficos passeios , entre os quais o da Serra do Buçaco.”