«Alguns rapazes, com muita mocidade e muito bom humor, publicaram, há dias, uma revista literária em Lisboa. Essa revista tinha apenas de notável a extravagância e a incoerência de algumas, senão de todas as suas composições. Como a recebeu a imprensa diária? Com o silêncio que merecia? Com as duas linhas indulgentes e discretas que é de uso consagrar às singularidades literárias de todos os moços? Não. A imprensa recebeu essa revista com artigos de duas colunas, - na primeira página. A imprensa fez a essa revista um tão extraordinário reclame, que a primeira edição esgotou-se e já se está a imprimir a segunda. Ora semelhante atitude está longe de ser inofensiva ou indiferente. Em primeiro lugar, consagra uma injustiça fundamental; em segundo lugar, favorece e prepara uma seleção invertida. Eu bem sei que o reclame a certas obras é às vezes feito à custa da veemente suspeita de alienação mental que pesa sobre os seus autores. Mas neste caso, como em outros muitos, é justo confessar que os loucos não são precisamente os poetas, mais ou menos extravagantes, que querem ser lidos, discutidos e comprados; quem não tem juízo, é quem os lê, quem os discute e e quem os compra.»
Assim se referia Júlio Dantas, num artigo intitulado «Poetas paranóicos», publicado na Ilustração Portuguesa (19 abr. 1915) ao aparecimento da revista Orpheu.
Será que o manifesto "pim-pam-pum" terá sido feito (dito) antes, ou depois deste amável "relatório clínico"?
ResponderEliminarBom dia!
É de junho de 1916.
ResponderEliminarSim, depois de um texto destes o que é que o Dantas merecia? Só um manifesto pim pam pum. :))
BOM DIA!
Quero muito ver esta exposição.
ResponderEliminarBoa noite. :))
E a exposição vai ficar até quando?
ResponderEliminarBoa noite:)
Fica até 20 de junho.
ResponderEliminarBom dia!
Obrigada:)
ResponderEliminarBoa noite:)