Li o artigo de Jorge Ferreira sobre o livro Melancholy and Architecture, tese de doutoramento de Diogo Seixas Lopes, deixo aqui um excerto.
A estrutura e a escrita deste livro, em inglês, são claras e comunicantes. Não há qualquer hesitação neste domínio. O autor percebe muito bem que quanto mais complexo é o tema, maior legibilidade é devida. Só deste modo entramos com segurança num conceito como o de melancolia, aqui tratado com referência a Aristóteles, Dürer, Burke, Baudelaire, Benjamim, entre outros. E também só desse modo podemos deambular com pertinência no universo fantasmático de Rossi, aqui representado por Arquitectura da Cidade e Autobiografia Científica, livros que descrevem, aliás, o itinerário da cultura arquitectónica da época: do voluntarismo e sentido público dos anos 1960 para um programa de um “eu” algo apocalíptico nos anos 1980. O caso de estudo apresentado — o Cemitério de San Cataldo, em Modena — era praticamente obrigatório porque é onde a arquitectura, a melancolia e Aldo Rossi confluem, quase a um modo tautológico.
A estrutura e a escrita deste livro, em inglês, são claras e comunicantes. Não há qualquer hesitação neste domínio. O autor percebe muito bem que quanto mais complexo é o tema, maior legibilidade é devida. Só deste modo entramos com segurança num conceito como o de melancolia, aqui tratado com referência a Aristóteles, Dürer, Burke, Baudelaire, Benjamim, entre outros. E também só desse modo podemos deambular com pertinência no universo fantasmático de Rossi, aqui representado por Arquitectura da Cidade e Autobiografia Científica, livros que descrevem, aliás, o itinerário da cultura arquitectónica da época: do voluntarismo e sentido público dos anos 1960 para um programa de um “eu” algo apocalíptico nos anos 1980. O caso de estudo apresentado — o Cemitério de San Cataldo, em Modena — era praticamente obrigatório porque é onde a arquitectura, a melancolia e Aldo Rossi confluem, quase a um modo tautológico.
(...)
O que resulta deste livro é ainda um elogio à melancolia, como dispositivo de percepção aguda do mundo. O que é talvez mais estranho à cultura actual do que as formas da arquitectura de Rossi. Toda a arquitectura contemporânea se move no quadro da performance visual ou do activismo entendido como crítica a esse domínio da visualidade. Mas há pouca dúvida, nenhuma metafísica, como aquela que acompanhava Rossi por reflexo dos “enigmas” de Giorgio de Chirico. A arquitectura move-se ocupando os idiomas actuais — a imagem ou o que é entendido como o seu oposto, a sustentabilidade e a programação — em última análise sem nenhuma melancolia; como registos de uma tecnocracia que já está profundamente assimilada.
«O lançamento do livro em Portugal será feito na Livraria A+A, na sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa (Campo de Santa Clara, 145), dia 15 de Maio, às 19h, com uma conversa entre Diogo Seixas Lopes, Bruno Gil e Filomena Molder.»
Jorge Figueira no Público 01-05-15
Para representar Rossi a minha escolha recai no edifício do Bonnefanten Museum, Maastricht.
Desconhecia a existência de uma livraria no Campo de Santa Clara. Ainda bem!
ResponderEliminarBom feriado!
Boa tarde, MR,
ResponderEliminarApós o seu comentário fui ver onde era o Campo de Santa Clara pois não sabia onde era. Quando vou a Lisboa nunca vou para esses lados mas é uma zona bonita da cidade.
Bom feriado.:))
Hum ... Imperdivel .
ResponderEliminarHum ... Imperdivel .
ResponderEliminarLuís,
ResponderEliminarTenho pena de estar longe, pois dava lá um salto.
Bom dia.:))