Paris: Nouveau Monde Éd., 2005-2006, 2 vol.
Jean-Christophe Sarrot coordenou uma obra dedicada aos passeios literários na cidade de Paris, desde o século XVII ao XX. Editada pela primeira vez em 2005, conheceu nova edição no ano seguinte.
Lamartine, proclamada a Segunda República, desaparece. Dumas assiste em 1848 ao colapso do seu império literário. George Sand escreveu para jornais republicanos antes de voltar para Nohant, decepcionada pelo sufrágio universal ter servido apenas para levar a burguesia ao poder. Flaubert aprende em 1870 a usar o rifle para defender a pátria ameaçada pelos prussianos. Rimbaud sabe, no fundo de uma cela, do advento da Terceira República, em 4 de setembro de 1870. Victor Hugo enterra o filho Charles no dia em começa a Comuna de 1871, e serve, mais tarde, de conselheiro matrimonial a Paul Verlaine. Vallès, eleito pela Comuna, disfarça-se de médico para escapar à vingança dos versalhistas. Um ex-communard (Grousset) colabora com um inimigo de classe (Jules Verne) para escrever romances de aventura. Zola lança «J'accuse», assumindo assim a defesa do capitão Dreyfus, iniciando o que ficará conhecido como o caso Dreyfruss. Marcel Proust, procura o tempo perdido, enfiado num quarto atapetado de cortiça ...
Os locais parisienses têm uma nova vida ao longo destes passeios. Casas, cafés, quartos de hotel, onde se escreve ou se preparam revoluções, são vistos de modo diferente por nós.
Este volume propõe-nos dezasseis passeios, pelos anos de 1900 a 1945.
Atravessamos a Belle Époque, os loucos anos 20, os anos 30 e a ocupação. Visitamos os bairros, as casas, os cafés, Montmartre, os dadaístas e surrealistas, os escritores da Geração Perdida, os antifascistas, os colaboracionistas e os resistentes.
De Montparnasse a Saint-Germain-des-Prés, de Picpus à Étoile, encontramos Dorgelès, Mac Orlan e os seus comparsas do Lapin Agile; George Orwell, Ernest Hemingway ou James Joyce.
Jacques Prévert goza a vida; André Gide dedica-se a preparar com Malraux, no Palais de la Mutualité, onde estarão Wells, Forster, Brecht, Huxley, Pasternak, etc.; Simone de Beauvoir, que, sob a Ocupação, vai para o Flore, assim que ele abre, para se aquecer; Sartre que coleciona pontas de cigarro para encher seu cachimbo, e publica O Ser e o Nada, em 1943; Albert Camus que escreve A peste num quarto exíguo, a poucos metros do hotel Lutetia, sede da inteligência militar alemã. Episódios que marcaram para sempre a história de Paris e do mundo.
Muito sugestivo, este seu poste, MR, com tão boa informação. Pena que grande parte destes passeantes tenham acabado por convergir para o "Père Lachaise", como objectivo final..:-)
ResponderEliminarBom dia!
:-)
ResponderEliminarBoa tarde!
Deve ser interessante.
ResponderEliminarBoa tarde. :))
Eu gosto de fazer estes passeios pelos livros e depois tentar fazê-los nos locais.
ResponderEliminarBoa noite!