Estamos na época do
bolo-rei, uma doce iguaria que carrega simbologias algumas delas muito,
muito antigas. Diz-se que este bolo representa os presentes que os
três Reis Magos deram ao Menino Jesus aquando do seu nascimento com a côdea a simbolizar
o ouro, as frutas cristalizadas e secas, a mirra e o aroma, o incenso.
Reza a lenda
que, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus,
disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a brindar o
Menino. Com vista a acabar com aquela discussão, um padeiro confeccionou um
bolo escondendo no seu interior uma fava. O Rei Mago a quem calhasse a fatia de
bolo contendo a fava seria o primeiro a entregar o presente. O dilema ficou
solucionado, embora não se saiba se foi Gaspar, Baltazar ou Belchior o feliz
contemplado.
Para além
desta, e de outras, havia uma outra tradição, que afirmava que os cristãos
deveriam comer 12 bolos-reis, entre o Natal e os Reis, festa que muito cedo
começou a ser celebrada na corte dos reis de França. O bolo-rei terá, aliás,
surgido neste país, no tempo de Luís XIV, para as festas do Ano Novo e do Dia
de Reis. Com a Revolução Francesa, em 1789, a iguaria foi proibida, mas, como
bom negócio que era, os pasteleiros continuaram a confeccioná-lo sob o nome de
gâteau des san-cullottes.
Por cá,
depois da proclamação da República, a proibição do bolo-rei esteve também
prestes a acontecer. No entanto, passado esse período negro, a história deste
bolo tem sido um sucesso e todas as confeitarias e pastelarias se enchem de
clientes para adquirir o rei das iguarias nesta quadra festiva.
Em França chama-se Galette des Rois.
ResponderEliminarPor cá, que eu alguma vez tenha lido, nunca se pôs a questão de proibirem o Bolo Rei; algumas pastelarias chamaram-se Bolo República. :-)