sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Dos Reis Magos a Luís XIV


Estamos na época do bolo-rei, uma doce iguaria que carrega simbologias algumas delas muito, muito antigas. Diz-se que este bolo representa os presentes que os três Reis Magos deram ao Menino Jesus aquando do seu nascimento com a côdea a simbolizar o ouro, as frutas cristalizadas e secas, a mirra e o aroma, o incenso.
Reza a lenda que, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a brindar o Menino. Com vista a acabar com aquela discussão, um padeiro confeccionou um bolo escondendo no seu interior uma fava. O Rei Mago a quem calhasse a fatia de bolo contendo a fava seria o primeiro a entregar o presente. O dilema ficou solucionado, embora não se saiba se foi Gaspar, Baltazar ou Belchior o feliz contemplado.
Para além desta, e de outras, havia uma outra tradição, que afirmava que os cristãos deveriam comer 12 bolos-reis, entre o Natal e os Reis, festa que muito cedo começou a ser celebrada na corte dos reis de França. O bolo-rei terá, aliás, surgido neste país, no tempo de Luís XIV, para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. Com a Revolução Francesa, em 1789, a iguaria foi proibida, mas, como bom negócio que era, os pasteleiros continuaram a confeccioná-lo sob o nome de gâteau des san-cullottes.

Por cá, depois da proclamação da República, a proibição do bolo-rei esteve também prestes a acontecer. No entanto, passado esse período negro, a história deste bolo tem sido um sucesso e todas as confeitarias e pastelarias se enchem de clientes para adquirir o rei das iguarias nesta quadra festiva.

1 comentário:

  1. Em França chama-se Galette des Rois.
    Por cá, que eu alguma vez tenha lido, nunca se pôs a questão de proibirem o Bolo Rei; algumas pastelarias chamaram-se Bolo República. :-)

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