sábado, 10 de janeiro de 2015
Pavlova
Paris: Hachette, 2014
Paris: Mango, 2014
Verviers: Marabout, 2014
Gosto imenso de Pavlova, um merengue que foi feito em honra da bailarina Anna Pavlova. Pelo menos é o que diz a tradição. Normalmente, faço uma receita chamada Morangos Pavlova: merengue, morangos e chantilly só com uma pitadinha de açúcar.
Citações
(...) Os psicopatas assassinos que invocam o Islão para passarem por pessoas religiosas podem achar que a nossa misericórdia é um sinal de fraqueza.
Não é. É uma prova de força. Tal como já não se sacrificam animais, não se matam pessoas. Pelo menos na Europa que, por muitos problemas que tenha, está sempre à frente dos países mais antigos ( como a China ) ou mais novos ( como os EUA ) que continuam a tolerar as penas de morte.
Com o desprezo dos assassinos e dos intolerantes podemos nós bem. As pessoas que acham que está certo matar pessoas que matam já são desprezíveis. Mas não é preciso matá-las por causa disso.
A vingança certa é ser condescendente com os assassinos. É tirar-lhes a razão. É não termos pena deles. Nunca.
- Miguel Esteves Cardoso, no Público de ontem .
Mini-livros - 30
Le petit fabuliste, da Petite bibliothèque de la jeunesse, da Imp. de A. Pinard. Quai Voltaire, 15 [Paris]. É de meados do século XIX e tem 84 mm alt.
Agradeço a quem mo ofereceu.
Siné Hebdo / Siné Mensuel
Siné abandonou há anos o Charlie Hebdo e fundou o Siné Hebdo que mais tarde se passou a chamar Siné Mensuel.
Publ. 7 jan. 2015
Jamais morts!
Desenho de Berth
E sobre o massacre no Charlie Hebdo, Siné escreveu no site do seu jornal:
«Il m’est impossible de mettre une idée devant l’autre depuis que j’ai appris la nouvelle, il y a une heure ou deux. J’ai l’impression d’avoir reçu un immeuble de six étages sur la tronche.
«À mon âge, j’avais déjà eu l’occasion de perdre quelques bons copains, Chaval, Tetsu, André François, Ronald Searle … et d’autres !
«Mais cinq d’un coup, Tignous, Wolinski, Charb, Cabu, Honoré… assassinés par des fous, des malades.
«Trop c’est trop, c’est insupportable, c’est abominable… C’est inhumain !
«Y a pas de mots pour décrire mon effondrement, ma peine.
Je pianote ces quelques mots de ma chambre d’hosto où on essaie de me sortir d’une grande anémie.
«C’est pas ça qui va arranger les choses !
«PS. Tout l’équipe de Siné Mensuel, est tout aussi effondrée que moi.»
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Cyrano de Bergerac na Casa de Garrett
Uma boa produção do Teatro Nacional D. Maria II o “Cyrano de Bergerac” de Edmond Rostand, muito bem traduzido pelo escritor, ensaísta e poeta Nuno Júdice e com um excelente elenco, que integra, entre outros, Virgílio Castelo, Sara Carinhas, Maria Amélia Matta e João Grosso e tem como protagonista Diogo Infante que tem uma interpretação de excelência, a que já nos habituou. Falta ao texto a prosódia dos versos em que foi escrita por Rostand em 1897, e de que muitos de nós se lembrarão no filme com Depardieu. Um único reparo à encenação: qual o critério para vestir alguns intérpretes com modelos dos séculos XVIII e XIX, quando a acção se passa com uma personagem que viveu no século XVII?
Uma boa ideia para duas horas e meia de relaxamento, que nem se dão por elas, numa noite fria –o teatro está bem aquecido –ou numa tarde de dolce far niente.
Diálogo inter-religioso
Agrada-me ser portuguesa porque no nosso país é possível falar em diálogo inter-religioso. Só assim se explica a presença do Imã da Mesquita de Lisboa Sheik Munir, de Esther Muznik, presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, e do Padre Ricardo Ferreira, responsável da Igreja Católica na homenagem que a Câmara Municipal de Lisboa promoveu em nome das 12 vítimas do atentado.
Leituras no Metro - 198
Paço de Arcos: Expresso, 2014
De uma entrevista que Luis de Galinsoga fez ao general Franco, em 1951:
«- Meu general, [...] tendo em conta os importantes acontecimentos que tiveram lugar recentemente, como a colocação do Lunik na Lua [...]
«- Não se pode negar que os dois acontecimentos têm o mesmo fim propagandístico, que pode enganar e influenciar os espíritos menos avisados. A chegada à Lua do foguete russo encerra evidentemente um elevado valor científico, embora no seu mérito seja necessário distinguir o que é realmente russo daquilo que não é [...]. As primícias nas técnicas dos foguetes na sua versão moderna são, indiscutivelmente, obra dos cientistas alemães*. Todo progresso posterior tem por base a experiência dos V alemães. [...] As descobertas e conquistas científicas são filhas do engenho e da inteligência do homem, cujo mérito está no Criador que os concede. Para isso contribui, nos tempos modernos, o trabalho de equipa e a organização da ciência, e neste aspeto o comunismo tem vindo precisamente a afogar, há mais de trinta anos, o florescimento das suas mentes com a perseguição sistemática aos intelectuais, recusando-lhes terminantemente a liberdade da inteligência. [...]
«- V. Ex.ª acredita que a Rússia tem tanto interesse na paz como o Ocidente?
«- Evidente, mas para o Ocidente, a paz assenta na liberdade dos seus povos e, para a Rússia, na opressão de doze nações.»
*«Franco refere-se ao programa e mísseis balísticos da Alemanha nazi. Hitler serviu-se desats bombas voadores V-1 e V-2 para atacar Londres e outras cidades.» (Nota da ed.)
Se não tivesse sido uma época trágica para a Espanha (e para Portugal), estas declarações de Franco até dariam vontade de rir. Na verdade, a Espanha (e Portugal) não faziam parte daquilo que se entendia por Ocidente, Nem sequer da Europa.
Charlie Hebdo: um milhão de exemplares na próxima 4.ª feira
Peço desculpa a quem achar indecoroso este cartoon, que Dave Brown fez para The Independent. Eu não acho, até me parece bem apropriado e humorado, dadas as circunstâncias.
Desenho de Bansky
Desenho de Ann Telnaes
«Não vamos parar. Como teria dito Cabu, é preciso que façamos um jornal ainda melhor», afirmou Patrick Pelloux, colaborador do jornal.
A equipa ficará instalada no Libération. E a Radio France, Le Monde, o Canal+ e a France Télévisions puseram todos os meios necessários à disposição do Charlie Hebdo para que este possa continuar a trabalhar.
Emmanuel Hoog, da Agence France-Presse, declarou que «Charlie tem de sair, não o fazer seria uma abdicação».
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Houellebecq / Charlie Hebdo
Livro de Houellebecq saído no dia 7 de janeiro e a que o Luís se referiu aqui no blogue e a capa de Charlie Hebdo, do dia seguinte, a esse propósito.
Todos Somos Charlie
Cartoon de José Bandeira no DN de hoje
Hoje, às 17h00, na Praça do Município, Lisboa junta-se a Paris e assinala um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque terrorista de ontem ao jornal Charlie Hebdo. Desta forma, a nossa cidade associa-se à marcha silenciosa que a Câmara de Paris promove nas ruas da capital francesa a partir das 18h00 locais (17h00 de Lisboa).
Esta é também mais uma manifestação do estreito relacionamento entre Lisboa e Paris, consubstanciado no Tratado de Amizade entre as duas capitais. Lisboa e Paris unidas pela Liberdade.
O Presidente da Câmara Municipal e Lisboa, António Costa, o embaixador de França e líderes de comunidades religiosas de Lisboa estarão presentes nesta iniciativa.
A CML apela à participação de todos porque “Todos Somos Charlie”.
A arte do retrato - 153
Jacques-Émile Blanche ( 1861-1942 ) dedicou este retrato à mãe do retratado, Madame Cocteau, retrato feito quando Jean Cocteau tinha 24 anos e era já um jovem poeta. Este óleo sobre tela pertenceu a Paul Cocteau , irmão do retratado, e foi vendido no passado dia 18 de Dezembro em Paris.
A minha vinheta
Sobre a horrorosa carnificina do jornal satírico Charlie Hebdo, acto terrorista inadmissível que infelizmente hoje se continuou com a morte a tiro de metralhadora de dois polícias em Paris, escrevi no Face Book o texto que transcrevo. Porque certamente não é com sensual, optei pelo título deste post como "a minha vinheta" e não, como é habitual, "a nossa".
"O ataque terrorista ao jornal satírico Charlie Hebdo suscita-me quatro comentários:
- É abominável este ataque que causou doze mortos (e se fosse apenas um, continuava a ser abominável) e a França não pode deixar de aplicar a pena máxima aos terroristas que o executaram e aos seus mandantes, se conseguirem saber quem são. E o Ocidente não pode encolher-se de medo nem hesitar em reagir com determin...ação, força e, se for preciso, dureza.
- O que está em causa é a nossa liberdade colectiva e individual e a continuidade do Ocidente como o conhecemos, mesmo com incongruências e erros que temos de ser nós a resolver.
- Estes actos de terrorismo islâmico deveriam fazer pensar os que se escandalizam tanto com franceses e alemães, por exemplo, por aquilo a que chamam xenofobia quando se manifestam, porque veem os seus países invadidos por pessoas que ali foram procurar o sustento que não obtiveram nos seus países de origem e se recusam a integrar-se nas suas sociedades e não respeitam os seus valores e culturas. Como as autoridades desses países, particularmente de França, se têm deixado manipular, em nome de uma tolerância que não é sequer reconhecida, as populações começam a revoltar-se e a manifestar essa revolta, preferindo os partidos extremistas que lhes permitiriam uma outra visão sobre a emigração islâmica que, de facto, em França é assustadora e faz perigar as liberdades ocidentais.
-Dito isto e condenando sem hesitar este acto miserável, não posso deixar de dizer que a liberdade e nomeadamente a liberdade de imprensa, deve ter limites e que não é tolerável, desigandamennte, que se ofendam as crenças religiosas, seja qual a for a religião, que para os que as possuem são um valor absoluto. Nos países ocidentais, se um jornal satírico de um país do Islão satirizasse Jesus, só se ouviria a condenação das igrejas e poucos mais. Nesta “cultura” laica em que mergulhámos nenhum governo se indignaria e dada a nossa cultura tolerante, ninguém perpetraria um acto terrorista em retaliação. Mas para os muçulmanos, que são, por natureza da leitura intolerante geralmente feita do Alcorão, intolerantes, a questão é séria e não admitem que uns fazedores de cartoons ridicularizem os valores da sua religião que está acima de tudo. Talvez os defensores da liberdade de imprensa como valor absoluto, devessem pensar nisto."
- É abominável este ataque que causou doze mortos (e se fosse apenas um, continuava a ser abominável) e a França não pode deixar de aplicar a pena máxima aos terroristas que o executaram e aos seus mandantes, se conseguirem saber quem são. E o Ocidente não pode encolher-se de medo nem hesitar em reagir com determin...ação, força e, se for preciso, dureza.
- O que está em causa é a nossa liberdade colectiva e individual e a continuidade do Ocidente como o conhecemos, mesmo com incongruências e erros que temos de ser nós a resolver.
- Estes actos de terrorismo islâmico deveriam fazer pensar os que se escandalizam tanto com franceses e alemães, por exemplo, por aquilo a que chamam xenofobia quando se manifestam, porque veem os seus países invadidos por pessoas que ali foram procurar o sustento que não obtiveram nos seus países de origem e se recusam a integrar-se nas suas sociedades e não respeitam os seus valores e culturas. Como as autoridades desses países, particularmente de França, se têm deixado manipular, em nome de uma tolerância que não é sequer reconhecida, as populações começam a revoltar-se e a manifestar essa revolta, preferindo os partidos extremistas que lhes permitiriam uma outra visão sobre a emigração islâmica que, de facto, em França é assustadora e faz perigar as liberdades ocidentais.
-Dito isto e condenando sem hesitar este acto miserável, não posso deixar de dizer que a liberdade e nomeadamente a liberdade de imprensa, deve ter limites e que não é tolerável, desigandamennte, que se ofendam as crenças religiosas, seja qual a for a religião, que para os que as possuem são um valor absoluto. Nos países ocidentais, se um jornal satírico de um país do Islão satirizasse Jesus, só se ouviria a condenação das igrejas e poucos mais. Nesta “cultura” laica em que mergulhámos nenhum governo se indignaria e dada a nossa cultura tolerante, ninguém perpetraria um acto terrorista em retaliação. Mas para os muçulmanos, que são, por natureza da leitura intolerante geralmente feita do Alcorão, intolerantes, a questão é séria e não admitem que uns fazedores de cartoons ridicularizem os valores da sua religião que está acima de tudo. Talvez os defensores da liberdade de imprensa como valor absoluto, devessem pensar nisto."
Aquisições recentes - 22
Ora aqui está uma rubrica que andava esquecida. No entanto, estas aquisições não são as mais recentes pois datam de Agosto de 2014. Tentarei seguir mais ou menos um critério cronológico daqui em diante.
Estes estão lidos, à excepção do " tijolo " de 1200 páginas da Benzoni que de tão delicioso vai sendo degustado : as histórias dos muitos castelos franceses, mas sobretudo os episódios caricatos, dramáticos ou amorosos das centenárias vidas dessas casas.
Como é hábito meu, assinalei algumas passagens que irão aparecer aqui.
Citações
(...) Em grande medida, a Nigéria reflete muito do que se passa em África. É um país rico, com um produto nacional bruto comparável ao da África do Sul, e, ao mesmo tempo, de grande pobreza, semelhante a outros, no Sahel e mais além. A sociedade é profundamente desigual, em termos de riqueza,de educação, de modernidade e de dinamismo. Tem gente que estudou nas melhores universidades do mundo, e são muitos, que nesse país tudo se mede em grandes números, como também tem cidadãos que não sabem soletrar uma palavra. É uma terra de ambição e de promessas imensuráveis, para alguns, um labirinto de desespero, para quase todos os outros. Se substituirmos o nome do país pelo do continente, não andaremos muito longe da realidade que se vive entre o Deserto do Sahara e o Cabo da Boa Esperança.
Para nós, no nosso canto do mundo, nesta Europa onde se teima em não pensar em termos geoestratégicos e onde tantos crêem que estamos ainda nos anos oitenta do século passado, o aprofundamento de uma parceria honesta com a Nigéria e com outros em África é fundamental para fazer de 2015 um ano de viragem. Uma viragem que se impõe, aliás, como vital. O futuro de ambos os continentes tem muito em comum.
- Vitor Ângelo, na Visão da semana passada.
A Nigéria é um verdadeiro barril de pólvora, e não é caso único nessa África tão longe e tão perto ...
Humor pela manhã
Quando ainda domina a incredulidade sobre o ocorrido ontem, quando há pouco se deu mais um tiroteio em Malakoff, aqui fica uma pequena homenagem aos 12 mortos de ontem, tanto aos jornalistas como aos polícias que cumpriam o seu dever e foram abatidos como cães, um deles já no chão.
Quem quer jornais " responsáveis " quer muitas vezes é que publiquem apenas o que convém ou o que não incomoda. Mais vale em branco, como o cartoon do Charlie Hebdo sugeria.
«De tout coeur avec Charlie Hebdo»
Desenho de Plantu (Le Monde)
«Ele desenhou primeiro», desenho de David Pope (Camberra Times)
Desenho de Joep Bertrams
O humor mata
Algumas capas do Charlie Hebdo.
Charb, diretor do Charlie Hebdo, assassinado ontem, em entrevista à revista Marianne:
http://www.marianne.net/Charb-Je-ne-peux-juger-de-la-menace-reelle-tant-que-je-ne-suis-pas-mort_a243692.html
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Voltaire - liberdade de pensamento
Provavelmente já aqui foi colocada a citação de Voltaire. Porém, falar em liberdade nunca é demais.
Consternada com o atentado terrorista em Paris.
Consternada com o atentado terrorista em Paris.
Cortesia do Google
Filipa Vacondeus (1933-2015)
Filipa Vacondeus ficou conhecida por apresentar uma cozinha do dia a dia e receitas low-coast - uma cozinha para o povo, como Herman José tão bem aproveitou para o seu boneco Filipa Vasconcelos. .
Alfragide: Academia do Livro, 2009
Porto: Matéria Prima, 2013
Alfragide: Academia do Livro, 2009
Porto: Matéria Prima, 2010
Lisboa: Texto, 2000
Lisboa: Texto, 1995
Lisboa: Texto, 1998
Lisboa: Texto, 2005
Lisboa: Texto, 1996
Lisboa: Texto, 1994
Lisboa: Texto, 2000
Lisboa: Texto, 2005
Lisboa: Texto, 2005
Porto: Matéria Prima, 2013
Ultimamente apareceu num programa com Filipa Gomes, no 24Kitchen: duas Filipas divertidas.