Foi este o poema de Jorge de Sena (já anteriormente postado no blogue) que escolhi para entrar num jogo. Ou num desafio.
Lisboa: Moraes, 1958
Fidelidade
Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?
Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.
Para J.M.S.
Uma opção sábia.
ResponderEliminarComo é que Jorge de Sena foi tão ignorado se escreve coisas assim, neste seu jeito único, de poeta que diz sempre de pé, que não ajoelha, e onde perpassa não sei que treva ou que travo. enfim...
ResponderEliminarSou uma grande leitora de Jorge de Sena: romance, conto e poesia. Também já foi dele como crítico. É um caso raro em que foi bom em tudo.
ResponderEliminarBom dia a ambos.
Precioso poema. ¿Eses tres últimos versos son excepcionais!
ResponderEliminarUnha aperta
Justa
É um dos meus poemas preferidos e um dos poetas que mais releio
ResponderEliminarUnha aperta