quarta-feira, 30 de março de 2016

Ser fiel a si próprio

Foi este o poema de Jorge de Sena (já anteriormente postado no blogue) que escolhi para entrar num jogo. Ou num desafio.

Lisboa: Moraes, 1958

Fidelidade

Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.


Para J.M.S.

5 comentários:

  1. Como é que Jorge de Sena foi tão ignorado se escreve coisas assim, neste seu jeito único, de poeta que diz sempre de pé, que não ajoelha, e onde perpassa não sei que treva ou que travo. enfim...

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  2. Sou uma grande leitora de Jorge de Sena: romance, conto e poesia. Também já foi dele como crítico. É um caso raro em que foi bom em tudo.

    Bom dia a ambos.

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  3. Precioso poema. ¿Eses tres últimos versos son excepcionais!

    Unha aperta

    Justa

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  4. É um dos meus poemas preferidos e um dos poetas que mais releio
    Unha aperta

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