Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906. Este dia é considerado o DIA NACIONAL DA CULTURA CIENTÍFICA. O centro Rómulo, Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra comemora o 8º Aniversário com a inauguração da Exposição:
"20 anos, 20 livros de ciência para todos" e com uma palestra intitulada Ciência e Religião, com os oradores Nuno Camarneiro e Tolentino Mendonça.
As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.
Boa tarde!
Tão belas e verdadeiras as palavras deste poema.
ResponderEliminarMais uma vez, volta a recordar este ser excepcional.
Ainda bem que o recordamos. Continua vivo para quem o admira.
Obrigada.
Rómulo de Carvalho, um nome incontornável da Ciência.
ResponderEliminarUm bonito poema e bem verdadeiro de António Gedeão!
O poeta e o cientista de braço dado...
Beijinhos, Ana.:))
Boa noite, Maria Franco.:))
ResponderEliminarObrigada, Cláudia.
Beijinhos:))