«[...] o que me mantém lúcido e vivo é continuar a ser um leitor. Há um perigo enorme para os escritores: aquele momento em que deixam de ser leitores para passarem a ser só escritores, em que já só leem em função do que escrevem, à procura de si próprios. Isso fecha-lhes o mundo. É necessário ter uma curiosidade saudável de leitor que continua a descobrir mundos... Ler livros novos, e reler livros com o olhar diferente que a vida nos deu, alimenta, enriquece, mantém-nos vivos e criativos. Há muitos escritores consagrados que só leem o que se refere à sua própria obra... Há autores que a partir de um certo momento já nos deram tudo - Balzac, Stendhal, Fitzgerald, Mann, Hemingway, que li com verdadeira paixão mas a certa altura esgotaram o que tinham para me dar... Mas há autores que podes continuar a ler e te dão sempre coisas novas. Acontece-me cada vez com menos, mas um deles, seguramente é Conrad. Leio-o continuamente e dá-me ainda, vontade de ser escritor. Motiva-me.»
Arturo Pérez-Reverte, numa entrevista à Visão, 14 set. 2016
Esta entrevista estava à espera de ser lida. :)
Verdade. Também já a li:)
ResponderEliminarEstou de acordo: hai libros que están "escritos enteiramente" polo escritor e cunha lectura xa chega. Pero hai outros que ten que "escribilos" tamén o lector e esa é a parte variable, que cambia a medida que nós tamén o facemos. Por iso cada relectura é sempre diferente, sempre aporta algo novo ou desenfoca a visión anterior. Eses libros "abertos ao lector" son para min os importantes, os imprescindíbles.
ResponderEliminarApertas.
Justa
Gostei do que li neste trecho.
ResponderEliminarBoa noite.:))
Toda a entrevista é boa.
ResponderEliminarBom dia para todas.