sábado, 2 de abril de 2016

Elegâncias - 126



Uma elegância portuguesa : a carteira Keyboard do designer João Sabino, a partir de teclas de computador, e adoptada por Carolina do Mónaco .

Lá fora - 254

 Uma grande retrospectiva dedicada a Caravaggio no Museu Nacional de Arte Ocidental de Tóquio, iniciada no mês passada e patente até 12 de Junho, e que reúne 50 obras provenientes dos grandes museus italianos e de colecções particulares europeias, do mestre italiano e de alguns discípulos .


 Não posso deixar de salientar a presença , pela primeira vez como obra oficial de Caravaggio , da tela Maria Madalena em êxtase, de 1606 , sobre a qual já as nossas M.R. e Ana escreveram aqui :

Novidades


Uma novidade relativa, pois que já está à venda há uns meses, mas que vale a pena mencionar pela sua originalidade. Livros sobre a Maçonaria e o Opus Dei há aos montes, mas este da jornalista Catarina Guerreiro faz uma análise comparativa sobre as duas influentes organizações, a começar pelo seu funcionamento, pelo quotidiano, até ao " último dia " de pertença a cada uma delas . Uma edição da Esfera dos Livros .

Biografias e afins


Toda a gente conhece Victor, o grande escritor, mas também vale a pena conhecer o pai e a mãe deste, bem como os mais conhecidos filhos e netos de Victor . Uma dinastia cultural com vários génios .

Les Hugo, Henri Gourdin, Grasset, 480p, € 20 .

Números


15

anos de trabalhos forçados - a pena a que foi condenado, pelo Supremo Tribunal da Coreia do Norte, o cidadão norte-americano Otto Frederick Warmbier, estudante de 21 anos da Universidade da Virgínia . E qual o crime ? Espionagem ? Burla ? Homicídio ? Não, o crime foi ter tentado roubar um cartaz de propaganda no hotel onde estava hospedado ...

Poemas





O mês mais cruel e um dos poemas mais famosos do século passado .

Bom dia !





Um pianista que esteve recentemente entre nós .

Há 40 anos

Votação da Constituição República Portuguesa pela Assembleia Constituinte, 2 abr. 1976


A Coleção Masaveu no MNAA encerra amanhã

El Greco - Jesus é despojado das suas vestes (pormenor), ca 1577-1579

Projeto especificamente concebido para o MNAA, Colección Masaveu. Grandes Mestres da Pintura Espanhola Greco, Zurbarán, Goya, Sorolla traz a Portugal uma seleção do extraordinário espólio reunido no decurso de três gerações por uma família referencial do tecido económico do país vizinho, distinta também pela sua relevante ação cultural. O conjunto das 60 obras aqui expostas identifica aspetos fundamentais da história da pintura espanhola, do século XV ao século XX, por intermédio dos seus protagonistas de referência. Greco, Zurbarán, Goya e Sorolla são apenas quatro nomes incontornáveis num percurso que, de Gallego a Ribera ou de Murillo a Fortuny, entre muitos outros, se desdobra de forma fascinante por quase cinco séculos. 
Dando especial destaque ao chamado Siglo de Oro, a Coleção Masaveu congrega peças provenientes das mais notáveis pinacotecas de Espanha, como a coleção real, ou a coleção do Infante Sebastião Gabriel de Bourbon e Bragança, neto de D. João VI de Portugal. O núcleo dedicado a Joaquín Sorolla, com obras de todas as temáticas tratadas pelo grande pintor da luz, é outro dos pontos fortes desta coleção. Por essa razão, também Sorolla ocupa nesta mostra um especial destaque.
(Do site do MNAA)

El Greco - Santa Maria Madalena, 1597
Goya - Espetar as bandarilhas
Sorolla - O regresso da pesca, 1895
Sorolla - O regresso da pesca, 1908

Foi ontem ver a exposição que encerra amanhã. Gostei dos Greco, Goya e Sorolla. e de mais alguns. :) Até gostei de um Zurbarán, pintor que não é mito do meu agrado.
Fiquei com vontade de visitar a Fundación Masaveu, em Oviedo.
Não há postais nem marcadores de livros e não se podem tirar fotos.


Este vídeo é de uma exposição diferente que esteve no Centro Centro, na Praça Cibeles, em Madrid.

"Ver Visitar Viver"

No dia 2 de Abril celebra-se o dia Nacional dos Centros Históricos. Fica aqui uma proposta.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Um quadro por dia



Foi em 1903, aos 24 anos, que Francis Picabia ( 1879-1953 ) pintou este Le Retour de pêche, les Martigues . Uma grande tela, 150x200cm, exposta nesse mesmo ano no Salon des artistes français, e que é fruto das regulares estadias de Picabia em Martigues .
Foi vendida ontem na Christie's de Paris .

Em Tomar


A partir de hoje, e durante todo o mês de Abril, está a decorrer a VIII Doçaria Tomarense - De Tomar e dos Conventos. Para descobrir ou redescobrir as saborosas Estrelas de Tomar, os Queijinhos Doces, ou os Beija-me Depressa ...

Uma boa notícia !


As minhas felicitações ao Eng.Belmiro de Azevedo, cuja generosidade permitiu finalmente a concretização da compra da tela de Domingos Sequeira para o MNAA .

Onde me apetecia estar


Gostava de assistir aos últimos dias do 32º Printemps des Arts, o mais importante certame cultural do Principado do Mónaco . É sempre um ciclo de 4 fins de semana de concertos e outros eventos ligados à música clássica, este ano focados em Mahler , e sempre com os famosos concertos-surpresa .

Mais info aqui : printempsdesarts.mc

Humor pela manhã


Esta já tem umas semanas , mas ainda me rio com ela porque tem mesmo graça .

Bom dia !





Do novo álbum, com a voz e a harpa de Arianna Savall .

Poluição sonora nos cinema Alvaláxia

Vou com regularidade aos cinemas Alvaláxia. É habitual a publicidade antes dos filmes passar num som altíssimo, como já aconteceu na televisão e houve uma norma para o baixar.
Mas ultimamente passamos 20 minutos de loucura antes de começarem a exibir o filme: é a publicidade à NOS, a um carro cuja marca não me lembro, às Farmácias Portuguesas... Da NOS não vou falar porque é a proprietária do cinema. Mas as Farmácias Portuguesas continuam a pagar para ser passada publicidade num volume tal de som que ninguém consegue entender nada do que se diz, tal é a gritaria?!
A CML podia lá mandar um fiscal para medir o volume de som. E talvez o Ministério do Ambiente. Que lá vá quem competir esta fiscalização.

Uma dessas empresas que se dedica a vender aparelhos para surdos pode abrir loja ao lado dos cinemas que vai arranjar clientes.


Marcadores de livros - 355

 
Verso e reverso de um marcador de um encadernador do Bairro Alto.



quinta-feira, 31 de março de 2016

Boa noite!


A cantora e investigadora Luiza Sawaya acaba de publicar um livro de poemas de Caldas Barbosa, com um estudo sobre a obra e vida do poeta:

Lisboa: Esfera do Caos, 2016
€21,90

Ainda tempo de Páscoa!


Joseph Christian Leyendecker, 31 mar. 1923

Pedro Lourenço na Abysmo



Ilustrador e músico, Pedro Lourenço tem na última década desenhado para publicidade, promotoras de concertos, editoras e bandas, e publicado o seu trabalho em livros, jornais e revistas, incluindo publicações internacionais de referência, como o The New York Times e a Rolling Stone. Em simultâneo têm desenvolvido um corpo de trabalho autoral. 
Nasceu há 40 anos em Lisboa, lugar onde vive e trabalha.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Van Gogh de Maurice Pialat


Um aperitivo para Maria Franco.

Ser fiel a si próprio

Foi este o poema de Jorge de Sena (já anteriormente postado no blogue) que escolhi para entrar num jogo. Ou num desafio.

Lisboa: Moraes, 1958

Fidelidade

Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.


Para J.M.S.

Citações


(...) O dinheiro do petróleo que paga o terrorismo e a guerra é o dinheiro que paga as centenas de madrassas da Ásia Central e as mesquitas da Europa. No atoleiro, Putin resolveu meter a pata para afirmar a sua estatura internacional. Vários mortos mais tarde, Putin retirou a pata, sabendo que as areias daquele deserto são o inverno russo de Napoleão. Obama, através de John Kerry, tentou equilibrar as coisas, repartindo território e inimigos. Os americanos ficaram com o Daesh. E a Europa ? A Europa, para variar, não tem posição, porque a Alemanha não tem posição. A Líbia é uma terra sem lei, passível de ser capturada por extremistas, e o Afeganistão, depois da retirada das últimas tropas, voltará ao tribalismo nacionalista e à brutalidade que o caracterizam . A Turquia já não é o nosso aliado. Nós, Ocidente. E a NATO já não existe . Resta o Norte de África que se mantém estável devido a regimes absolutistas ou militares. E o futuro ? Negro. A desagregação do Médio Oriente vai aumentar, e mais cedo ou mais tarde alguém poderá lançar a mão sobre arsenais químicos. O Daesh, na sua formação tecnológica e virtual, é invencível. Só a autodesagregação o eliminará. Nos campos de refugiados, na degradação e na humilhação, novos radicalismos se formarão. Com outros nomes. A integração desta população de apátridas que só tem o Islão como pertença é impossível .A guerra está apenas a começar. Os assassinos no meio de nós esperarão a hora. E aprenderemos a viver com medo .

- Clara Ferreira Alves, no Expresso do passado Sábado .

Última de Março



A última vinheta de Março evoca os 170 anos do Teatro Nacional D.Maria II que se cumprem em 2016, uma já longa vida do nosso " teatro do Estado " que tem cumprido os seus objectivos com uma programação que vai além dos espectáculos de sala e que merece ser melhor divulgada e participada . Aqui fica o endereço para melhor a conhecermos : www.teatro-dmaria.pt

Um quadro por dia


Um dos  momentos altos da recente 29ª Feira de Maastricht foi a redescoberta de uma tela de Rembrandt que andava perdida, Le patient évanoui, e que faz parte de uma série sobre os cinco sentidos pintada pelo mestre holandês aos 19 anos . Está ainda perdida a tela sobre o gosto, mas espero que esta sobre o olfacto tenha acabado comprada para uma colecção pública ...

Humor pela manhã



Não podia deixar acabar o mês sem esta pérola de sabedoria :) :) :)

Leituras e arte

Goethe conta histórias da sua viagem a Itália no livro com este título. Lê-se com muito prazer e é em parte uma revisitação deste livro.

Paolo Veronese, A Família de Dario diante de Alexandre, 1565-67, 
National Gallery de Londres
Imagem retirada da WikipediaFile:The Family of Darius before Alexander by Paolo Veronese 1570.jpg

8 de Outubro

Fui visitar o palácio Pisani Moretta para ver uma preciosa pintura de Paolo Veronese. As mulheres da família de Dario ajoelham diante de Alexandre e Heféstion, a mãe, à frente, toma este último pelo rei, ele faz um gesto de recusa e aponta para a figura à sua direita. Conta-se uma história segundo a qual o pintor terá sido muito bem recebido e durante muito tempo tratado com todas as honras neste palácio,e como paga ele terá pintado o quadro em segredo, escondendo o rolo da tela debaixo da cama. A obra merece a origem especial que se lhe atribui, pois revela bem todo o valor do mestre.

Johann Wolfgang Goethe, Viagem a Itália, 1786-1788. ( Tradução, prefácio e notas de João Barrento) Lisboa: Bertrand Editora, 2016, p. 113. 
[A pedido do tradutor a obra não segue a grafia do novo acordo ortográfico].

Marcadores de livros - 354


No dia em que Van Gogh nasceu há 163 anos.

«Procura compreender o que dizem os artistas nas suas obras-primas, os mestres sérios. Aí está Deus.»
Van Gogh

O que quer que deus signifique para cada um.

terça-feira, 29 de março de 2016

Uma história de amor e trevas



Fui ver a adaptação que Natalie Portman fez das memórias de infância de Amos Oz. A história inicia-se em Jerusalém, onde ele vive com os pais, e nela perpassa a história de Israel, o drama familiar da sua mãe e referências a escritores como Saul Tchernichovsky, S. Y. Agnon ou Bialik. É uma pena que não se traduzam estes escritores em português.
Gostei muito do livro de Amos Oz que li quando saiu a tradução portuguesa. E gostei do filme.

Porto: Asa, 2007

«Um dos mais divertidos, mais trágicos e tocantes livros que já li.» (Guardian)

«A ler com urgência – prometo-vos que não encontrarão um livro tão brilhante durante muito, muito tempo.» (Daily Mail)

Alfragide: Dom Quixote, 2016

Como sou uma fã de Amos Oz, de que li praticamente tudo o que se publicou em Portugal, Judas, já está no meu monte, à espera de tempo.


A dama e o vagabundo

Quando eu era criança tive um livro recortado de A dama e o vagabundo que li vezes sem conta. Comprado em Espanha, era um dos meus preferidos. Lembrei-me dele porque encontrei esta ilustração.
Fui à net e encontrei-o:
Editorial Pilcar, 1960
Capa e contracapa.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Marcadores de livros - 353

Marc Chagall - Vitrais do coro da Fraumünster, em Zurique.
Da esquerda da a direita: Vitral dos Profetas, Vitral de Jacob, Vitral de Cristo,  Vitral do Sião e  Vitral da Lei.

Em cima, cinco marcadores; em baixo um postal.


Lindos vitrais!

Amanhã na BNP


No dia 29 de março de 1966, o agente da Polícia Judiciária Henrique Parente enviou aos seus superiores um relatório onde se lia: «consta estar à venda e em circulação um livro pornográfico, protótipo de desmoralização». O livro em causa era A filosofia na alcova do Marquês de Sade, terceiro livro de uma tal Afrodite, chancela editorial pela qual dava o nome um jovem portuense radicado em Lisboa, Fernando Ribeiro de Mello (1941-1992). Juntando-se ao processo já em preparação contra a anterior edição da Afrodite, a Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, o relatório do agente Parente marcou o início do segundo processo por edição de obras consideradas obscenas, os quais acabariam por ser julgados no Tribunal Plenário de Lisboa entre 1966 e 1970.


Dos sete livros que lança no seu ano de arranque, a Afrodite verá os seis primeiros consecutivamente proibidos, algo inédito na história da censura do Estado Novo, que em 1966 cumpria 40 anos. Em setembro desse ano, o censor Joaquim Palhares não hesitava: a Afrodite constituía uma «insólita ofensiva de corrupção» que era necessário expurgar. Tal como acontecera em França com Jean-Jacques Pauvert pela edição do mesmo Sade, nos Estados Unidos com a Grove Press pelas edições de Henry Miller ou em Inglaterra com a Penguin pela edição de O Amante de Lady Chatterley de D. H. Lawrence, em Portugal a Afrodite e o seu editor viram-se na vanguarda de uma batalha internacional pela liberdade de publicar textos de relevância literária considerados «obscenos» pelos poderes censórios oficiais. Não tendo obtido as vitórias que os seus congéneres franceses e americanos conquistaram, nem conseguindo mudar o curso da rígida máquina censória do Estado Novo, Ribeiro de Mello adquiriu, ainda assim, graças a esses dois processos, uma fama de editor «rebelde», «marginal» e «contrário», que lhe garantiu um sólido proveito assim que o regime mudou para o consulado de Marcello Caetano em 1968: gerindo com mestria o equilíbrio entre as folgas que a «primavera marcelista» parecia conceder e a permanência de uma censura sofisticada e implacável, a Afrodite atingiu o zénite como pequeno projeto editorial alternativo entre 1968 e 1974, publicando livros notáveis e, através da figura do seu proprietário, oferecendo apresentações que se tornaram lendárias, verdadeiras performances do «Dali de Lisboa», animando o cinzentismo da «feira cabisbaixa» que era a capital a caminho da Revolução.
Este colóquio, organizado por Pedro Piedade Marques, autor da obra Editor contra: Fernando Ribeiro de Mello e a Afrodite, será, portanto, um percurso pelos livros do «editor contra» Fernando Ribeiro de Mello, durante a última década da Censura em Portugal. Contará ainda com a presença do jornalista João Paulo Guerra e de João Pedro George, autor da biografia de Luiz Pacheco, Puta que os pariu, e do ensaio O que é um escritor maldito?.
No início de 2017, comissariada por Pedro Piedade Marques, a BNP acolherá uma exposição sobre a atividade da editora Afrodite e do seu editor, Fernando Ribeiro de Mello.
(Do site da BNP)

domingo, 27 de março de 2016

Rosa de ouro

 
Fabricada em filigrana, em Avinhão, pelo joalheiro Minucchio.
Catedral de Basileia
Paris, Museu de Cluny, Cl. 2351

Todos os anos, no quarto domingo da Quaresma, o Papa oferecia uma rosa de ouro a um dos seus fiéis que ele pretendia distinguir por razões estritamente religiosas ou políticas. Sem espinhos como as que perfumavam o Paraíso, a rosa é o símbolo da Paixão de Cristo e da Ressurreição. 
Esta rosa que o conde de Neuchâtel recebeu do papa João XXII, em 1330, é a mais antiga que se conhece. 

Bom Domingo!

Bom Domingo de Páscoa!


http://olfactoriastravels.com/2011/04/24/last-week-in-perfumeland-weekend-link-love-16/