Parece que foram postos à venda em janeiro, os três primeiros números da renovada Coleção Miniatura, da Livros do Brasil, mas eu só ainda vi os dois primeiros.
Criada nos anos 50, e com o slogan «As Grandes Obras em Pequenos Volumes», esta foi uma das principais coleções de livros de bolso em Portugal e contou com 170 números. Nesta nova série, o formato dos livros é muito semelhante ao da coleção original, mas nela sairão autores contemporâneos e clássicos, ao contrário do que acontece (pelo menos até agora) com a Vampiro.
A Louca da Casa, de Rosa Montero, Soldados de Salamina, de Javier Cercas, e A um deus desconhecido, de John Steinbeck, são os três primeiros títulos da nova Miniatura.
«Sobre A Louca da Casa: Um romance? Um ensaio? Uma autobiografia? A Louca da Casa é, em qualquer dos casos, a obra mais pessoal de Rosa Montero: uma viagem através do misterioso universo da fantasia, da criação artística e das recordações mais secretas da própria autora, que neste livro empreende uma viagem ao mais profundo do seu ser através de um jogo narrativo pleno de surpresas, onde literatura e vida se misturam num cocktail afrodisíaco de biografias alheias e de autobiografia romanceada. E assim descobrimos, por exemplo, que Goethe adulava os poderosos, que Tolstoi era um energúmeno, que Rosa, ela própria, em criança, se julgava anã, e que, com vinte e três anos, manteve um extravagante e arrebatador romance com um ator famoso. Todavia, não devemos fiar-nos por completo em tudo o que a autora conta sobre si mesma: as recordações não são sempre o que parecem.
«Sobre Soldados de Salamina: Ao ser publicado, em 2001, Soldados de Salamina inaugurava uma nova época no romance espanhol e rapidamente se transformava num ruidoso bestseller, com mais de um milhão de exemplares vendidos e traduções em numerosos países. Num recente inquérito do jornal El País, um painel de 50 críticos colocou-o entre os dez melhores livros da literatura de língua espanhola, ao lado de obras de Bolaño, Vargas Llosa, Javier Marías, Vila-Matas ou Marsé. Cercas criava uma nova forma de abordar a Guerra Civil de Espanha, construindo o seu relato sem apriorismos ideológicos. Um soldado republicano pôde matar um militar fascista, mas não o fez. Cercas transforma esse soldado que teve um gesto de piedade num herói. Os leitores fizeram o mesmo.
«Sobre A um deus desconhecido: As antigas crenças pagãs, as grandes epopeias gregas e os relatos da Bíblia servem de base a este romance extraordinário, que Steinbeck demorou cinco longos anos a escrever. Cumprindo a promessa feita ao pai antes da sua morte, Joseph Wayne parte para o Oeste com o desejo de criar uma quinta próspera na Califórnia. Aí encontra uma bela e imponente árvore e acredita estar nela incorporado o espírito do pai. Os irmãos e respetivas famílias, que foram viver com ele, beneficiam dos êxitos e da prosperidade de Joseph, e a quinta cresce — até um dos irmãos, assustado pelas suas crenças pagãs, decidir cortar a árvore, fazendo com que a doença e a fome se abatam de súbito sobre todos eles. A um deus desconhecido é um romance quase místico, que tem por tema central o modo como os homens tentam controlar as forças da natureza e ao mesmo tempo compreender a sua relação com Deus e com o inconsciente.»
http://www.estantedelivros.com/2017/01/novidade-livros-do-brasil-colecao-miniatura.htmlSaúdo a saída desta coleção e desejo-lhe uma longa vida.
Dois livros da antiga coleção, com capas de Infante do Carmo.
Obrigada pela informação. Tenho de ver se os encontro. São capazes de ter um preço mais acessível e a colecção tem títulos que não li. Além disso, pelo tamanho e peso, são óptimos para carregar connosco.
ResponderEliminarPena é que incluam a senhora jornalista espanhola numa colecção prestigiada. Este começo não augura nada de bom. Não me admirava que viessem a publicar o brasileiro Coelho best-seller, que lhe faria bom par...
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
bea,
ResponderEliminarAcho que custam €8,00.
APS,
Do meu ponto de vista, a Montero está a milhas do Paulo Coelho. Não li este livro dela, mas lia-a quando comprava o El País; não sei se ela continua a escrever no jornal. E gostei imenso do livro do Cercas quando o li.
Bom sábado para ambos.
Desculpe-me voltar à carga, até porque eu li, penosamente, "A louca lá de casa" - que nem aos meus inimigos recomendo. Não discuto os seus (eventuais) méritos de jornalista, mas como autora ou ficcionista é um total embuste. Acredito que, talvez, possa entreter algumas donas de casa em pequenas viagens de transportes públicos suburbanos, pouco habituadas a prosas de Eça, Camilo, para só falar de escritores portugueses que nós, apetecidos, infantilmente, a outros lugares da estranja, infelizmente (ou por vergonha?), vamos esquecendo.
ResponderEliminarNão li A louca da casa, mas até estava com vontade de ler. Mas, sendo assim...
ResponderEliminarBom fim de semana!
Mantenha a vontade, mas prepare-se para um chorrilho de citações, forradas de pretensa erudição, a começar pelo título, roubado à alumbrada Teresinha, de Ávila...
ResponderEliminarRetribuo, e com boas leituras!..:-)
Em tempo: se quiser ter a pachorra pode, no sítio do costume, ler (em 4/8/2011) uma diatribe minha ao livro da dita senhora jornalista.
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