sábado, 18 de março de 2017

A Coleção Miniatura está de volta



Parece que foram postos à venda em janeiro, os três primeiros números da renovada Coleção Miniatura, da Livros do Brasil, mas eu só ainda vi os dois primeiros. 
Criada nos anos 50, e com o slogan «As Grandes Obras em Pequenos Volumes», esta foi uma das principais coleções de livros de bolso em Portugal e contou com 170 números. Nesta nova série, o formato dos livros é muito semelhante ao da coleção original, mas nela sairão autores contemporâneos e clássicos, ao contrário do que acontece (pelo menos até agora) com a Vampiro.
A Louca da Casa, de Rosa Montero, Soldados de Salamina, de Javier Cercas, e A um deus desconhecido, de John Steinbeck, são os três primeiros títulos da nova Miniatura.
«Sobre A Louca da Casa: Um romance? Um ensaio? Uma autobiografia? A Louca da Casa é, em qualquer dos casos, a obra mais pessoal de Rosa Montero: uma viagem através do misterioso universo da fantasia, da criação artística e das recordações mais secretas da própria autora, que neste livro empreende uma viagem ao mais profundo do seu ser através de um jogo narrativo pleno de surpresas, onde literatura e vida se misturam num cocktail afrodisíaco de biografias alheias e de autobiografia romanceada. E assim descobrimos, por exemplo, que Goethe adulava os poderosos, que Tolstoi era um energúmeno, que Rosa, ela própria, em criança, se julgava anã, e que, com vinte e três anos, manteve um extravagante e arrebatador romance com um ator famoso. Todavia, não devemos fiar-nos por completo em tudo o que a autora conta sobre si mesma: as recordações não são sempre o que parecem.
«Sobre Soldados de Salamina: Ao ser publicado, em 2001, Soldados de Salamina inaugurava uma nova época no romance espanhol e rapidamente se transformava num ruidoso bestseller, com mais de um milhão de exemplares vendidos e traduções em numerosos países. Num recente inquérito do jornal El País, um painel de 50 críticos colocou-o entre os dez melhores livros da literatura de língua espanhola, ao lado de obras de Bolaño, Vargas Llosa, Javier Marías, Vila-Matas ou Marsé. Cercas criava uma nova forma de abordar a Guerra Civil de Espanha, construindo o seu relato sem apriorismos ideológicos. Um soldado republicano pôde matar um militar fascista, mas não o fez. Cercas transforma esse soldado que teve um gesto de piedade num herói. Os leitores fizeram o mesmo.
«Sobre A um deus desconhecido: As antigas crenças pagãs, as grandes epopeias gregas e os relatos da Bíblia servem de base a este romance extraordinário, que Steinbeck demorou cinco longos anos a escrever. Cumprindo a promessa feita ao pai antes da sua morte, Joseph Wayne parte para o Oeste com o desejo de criar uma quinta próspera na Califórnia. Aí encontra uma bela e imponente árvore e acredita estar nela incorporado o espírito do pai. Os irmãos e respetivas famílias, que foram viver com ele, beneficiam dos êxitos e da prosperidade de Joseph, e a quinta cresce — até um dos irmãos, assustado pelas suas crenças pagãs, decidir cortar a árvore, fazendo com que a doença e a fome se abatam de súbito sobre todos eles. A um deus desconhecido é um romance quase místico, que tem por tema central o modo como os homens tentam controlar as forças da natureza e ao mesmo tempo compreender a sua relação com Deus e com o inconsciente.»
http://www.estantedelivros.com/2017/01/novidade-livros-do-brasil-colecao-miniatura.html

Saúdo a saída desta coleção e desejo-lhe uma longa vida.

Dois livros da antiga coleção, com capas de Infante do Carmo.

7 comentários:

  1. Obrigada pela informação. Tenho de ver se os encontro. São capazes de ter um preço mais acessível e a colecção tem títulos que não li. Além disso, pelo tamanho e peso, são óptimos para carregar connosco.

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  2. Pena é que incluam a senhora jornalista espanhola numa colecção prestigiada. Este começo não augura nada de bom. Não me admirava que viessem a publicar o brasileiro Coelho best-seller, que lhe faria bom par...
    Bom fim-de-semana!

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  3. bea,
    Acho que custam €8,00.

    APS,
    Do meu ponto de vista, a Montero está a milhas do Paulo Coelho. Não li este livro dela, mas lia-a quando comprava o El País; não sei se ela continua a escrever no jornal. E gostei imenso do livro do Cercas quando o li.

    Bom sábado para ambos.

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  4. Desculpe-me voltar à carga, até porque eu li, penosamente, "A louca lá de casa" - que nem aos meus inimigos recomendo. Não discuto os seus (eventuais) méritos de jornalista, mas como autora ou ficcionista é um total embuste. Acredito que, talvez, possa entreter algumas donas de casa em pequenas viagens de transportes públicos suburbanos, pouco habituadas a prosas de Eça, Camilo, para só falar de escritores portugueses que nós, apetecidos, infantilmente, a outros lugares da estranja, infelizmente (ou por vergonha?), vamos esquecendo.

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  5. Não li A louca da casa, mas até estava com vontade de ler. Mas, sendo assim...
    Bom fim de semana!

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  6. Mantenha a vontade, mas prepare-se para um chorrilho de citações, forradas de pretensa erudição, a começar pelo título, roubado à alumbrada Teresinha, de Ávila...
    Retribuo, e com boas leituras!..:-)

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  7. Em tempo: se quiser ter a pachorra pode, no sítio do costume, ler (em 4/8/2011) uma diatribe minha ao livro da dita senhora jornalista.

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