Cadernetas de cromos: 100 anos do cromo colecionável em Portugal é o título de uma exposição que se encontra na Biblioteca Nacional de Portugal, até 29 de abril próximo. Qualquer um de nós aí encontra alguma coleção que fez.
Antiga máquina de fazer caramelos.
Da folha de sala, transcreve-se o texto do colecionador João Manuel Mimoso:
«Durante as primeiras décadas do século XIX só eram conhecidos processos de impressão de imagens a uma cor (geralmente negro) e as ilustrações coloridas que se encontram em livros dessa época eram aguareladas individualmente por pintores especializados. Mas em 1837 Engelmann registou um processo planigráfico que permitia a impressão a cores, a que chamou cromolitografia. Alguns anos mais tarde começaram a vulgarizar-se pequenas estampas produzidas por este processo a que se chamava cromos. A sua atratividade era tal que em breve os industriais e comerciantes começaram a associar cromolitografias aos seus produtos, quer como decoração da embalagem, quer como oferta aos compradores.
«Portugal sempre foi um país ávido de novidades, com tendência para vogas imoderadas, e os cromos não foram exceção. A mania dos cromos correu o País em vagas distintas e sob diversas formas a partir da década de 1870: os cromos oferecidos pelos estabelecimentos comerciais; os cromos das caixas de fósforos e do tabaco; os postais ilustrados; os cromos dos chocolates, rebuçados e caramelos; e finalmente os cromos vendidos em envelopes-surpresa.
«As melhores cadernetas de cromos constituem autênticos livros cujas ilustrações, por vezes notáveis, se sobrepõem aos textos formando monografias temáticas, mostras de carácter enciclopédico, histórias de banda desenhada ou simples registos de desportistas ativos num determinado contexto. Mas só se tornam livros depois de completadas e, talvez por isso, são lamentavelmente escassas nos espólios das bibliotecas públicas.
«A exposição apresentada pela Biblioteca Nacional com o apoio do Clube Português da Banda Desenhada representa, assim, um evento digno de nota, quer por oferecer pela primeira vez no contexto cultural de uma grande biblioteca um meio tantas vezes secundarizado, quer por ter conseguido reunir um espólio notável abrangendo um século a partir da década de 1870. Será constituída por três núcleos principais: uma introdução que conduz o visitante através das primeiras cinco décadas do período; uma parte dedicada aos cromos oferecidos na compra de guloseimas, cobrindo cerca de quatro décadas; e um grupo respeitante aos cromos enquanto produtos vendáveis, apresentando exemplos desde a sua origem até 1974.
«A mostra é dedicada ao cromo em Portugal mas, além das coleções nacionais expostas, inclui também algumas edições estrangeiras com elas relacionadas, ilustrações originais; uma máquina de fabricar rebuçados; latas de caramelos; brindes das coleções... reminiscências com história de um quotidiano nacional cuja memória merece ser conservada.»
Mala (de vendedor?) forrada com cartazes e rótulos da Fábrica Universal.
Envelopes-surpresa.
Hoje, ao final da tarde, há um encontro em que se vai falar de cromos-surpresa, os que compramos dentro de um envelope:
...Onde me gostaria estar !
ResponderEliminarAbraço
:)
ResponderEliminarCanto me gustaría que houbese por aquí unha iniciativa semellante!
ResponderEliminarUn abrazo.
Deve por aí haver colecionadores ou pessoas que tenham guardado as cadernetas que fizeram... E vocês, tal como fizeram a expo dos marcadores, fazem uma de caernetas...
ResponderEliminarNesta exposição há algumas cadernetas espanholas porque, numa determinada época, algumas portuguesas eram traduzidas e reproduzidas das espanholas.
Abraço.